Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

UM BAVI GENÉRICO na decisão do Baianão, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Os campeonatos regionais chegam ao final pois vai começar o Campeonato Brasileiro
20/04/2015 às 08:49
 Deu Bahia x Vitória, o da Conquista, na decisão do Campeonato Baiano 2015, após os jogos do domingo, o Dia do Índio. O tricolor, de virada, fez 3 x 2 em cima do buliçoso Juazeirenze, que fez 2 x 0 na primeira etapa e assustou a torcida tricolor que era absoluta nas arquibancadas da Fonte Nova.  É o terceiro jogo seguido que o Bahia  vence pelo placar de 3 x 2, e de virada, para testa o coração da massa. O time está invicto há 16 jogos e vai para a decisão com a vantagem de jogar por dois resultados iguais e disputar o jogo da taça na Fonte Nova, diante de sua devotada torcida.

   O adversário é o Vitória da Conquista que empatou em Ilhéus, no Mário Pessoa, com o Colo-Colo, pelo placar de 1 x 1, ambos os gols de pênalti. O time do Sudoeste já tinha vencido o primeiro confronto por 3 x 0 e jogou administrando essa vantagem, sem correr riscos, fechadinho.

   Não será uma decisão fácil, O time conquistense costuma aprontar pra cima do Bahia e o venceu, lá no Lomantão, logo no início da competição. É a primeira vez que o Vitória da Conquista chega numa final de baianão. Promete  

**

   Invencibilidade na  Fonte 

  Bom público nas arquibancadas da Fonte Nova na tarde azul luminosa de domingo de decisões.  Lá o tricolor não perdeu este ano.

   As duas equipes entraram em campo com escalações ofensivas.  Quintino Barbosa, o treinador do Juá, ousado, com seu time marcando adiantado, pois só lhe restava vencer. Sergio Soares, do tricolor, manteve a postura costumeira, na frente. 

   A partida começou  franca , aberta, lá e cá, boa de ver.  Aos  8 minutos,  o meia Juninho (irmão de Zé Carlos, aquele meia campeão brasileiro pelo Bahia ) fez 1 x 0, aproveitando-se de um chute mascado de Sassá, após vacilo de Bruno Paulista; a bola sobrou de bandeja na frente da pequena área. 

   O tricolor respondeu, com um bom  cruzamento de Bruno que Maxi testou forte, na trave, aos 10’. Aos 16’  Sassá perdeu uma boa chance, de cara, batendo pra fora, após falha grotesca da defesa tricolor em bola alta cruzada da esquerda. O time  do rio São Francisco mostrava-se  arisco e perigoso nos contragolpes, bem treinado, explorando velocidade pelas laterais e a boa movimentação de Sassá e Juninho. Muita raça e determinação. Um bom jogo, equilibrado taticamente. Destaque para a defesa do Juá, rasgando todas. 

   Aos 28’, o goleiro Tigre deu rebote num chute de Souza e Kieza solto, de frente, na linha da pequena área bateu errado, por cima, perdendo a chance de ouro pro empate. O Bahia aperta, busca o gol, mas não chega. Aos 29’, Gamalho testou uma cobrança de escanteio, pra fora. 

Mas, aos 35’, noutro contragolpe bem articulado pelo lado esquerdo, Sassá arrematou livre, já do lado direito, com a defesa tricolor toda desarrumada:  2 x 0. O tricolor sentiu o golpe.  Com esse placar, o Juá  estaria na final do baianão !  


   Para o segundo tempo, Sérgio Soares substituiu o inoperante Leo Gamalho pelo garoto Zé Roberto. E logo aos 2 minutos, Ze Roberto avançou, driblou pela direita e bateu forte, Tigre deu rebote e Maxi diminuiu: 2 x 1.  Esse resultado já classificaria o Bahia, que foi pra cima, empurrado pela torcida, impondo-se em campo.  Saiu Sassá, cansado, entrou o nigeriano Deniem.

   O  jogo ficou mais pegado, exigindo mais da arbitragem, mas continuou bom, ofensivo, bem jogado.  Kieza meio apagado, sentindo o cansaço da maratona de jogos, certamente. Mas o Bahia teve, nos últimos 45 minutos, o domínio da bola e do campo, foi melhor.

   Aos 23’, após bom cruzamento de Souza,  pelo lado esquerdo, Maxi cabeceia e o lateral Adirano Chuva meteu a mão na bola intencionalmente. O árbitro marcou o pênalti e expulsou  o lateral do Juá. Aos 25’,  Souza, com classe, bateu a penalidade e empatou: 2 x 2. O tricolor não recuou. Aos 31, uma cabeçada de Ze Roberto balançou o travessão. Aos 32, Tony recebeu de Maxi, de cara, e bateu fraco para boa defesa de Tigre.  

   Muitos gols perdidos do tricolor:  Aos 33, após boa trama, Maxi bateu forte, de frente, pra fora. O juazeirense, com um a menos em campo, perecia cansado, entregue. Aos 36’, boa trama, e Pittoni de frente entregou nas mãos de Tigre. Kieza  e Tiago Real perderam chances. 

   Aos 45, após o Juá perder um gol, com a defesa fazendo linha burra, no contragolpe, aos 46’, o jovem  Zé Roberto entrou célere  pela esquerda, cortou a zaga pra dentro e fez : 3 x 2, batendo cruzado e rasteiro, enlouquecendo o torcedor.  

 *

   No time vencedor, destaque para Pittoni, Souza, Tiago Leal e Maxi Bianchucci. Na segunda etapa Zé Roberto entrou e mudou o panorama, virando o placar, fundamental.

   No Juazeirense, o zagueirão Josemar, o inquieto e raçudo Sassá e o veterano Juninho, o mais técnico, incansável. Elogios para o treinador Quintino Barbosa, pela ousadia e postura do Juá, sobretudo na primeira etapa, surpreendendo o time da capital, assustando.  

** 

Antes dos jogos decisivos pelo Baianão, o Bahia encara outra decisão difícil, contra o Ceará.   O primeiro confronte, nesse meio de semana, acontece na Fonte Nova e o jogo que define o título será em Fortaleza.  







**

- Botafogo e Vasco decidem o campeonato carioca. O Bota eliminou o Fluminense, sábado, na cobrança de penalidades; e o Vasco despachou o Flamengo de Luxemburgo no domingo, com um gol de pênalti muito contestado pelo torcedor do Mengão .

Quem diria ?

- Em Minas, o Atlético venceu mais uma do rival Cruzeiro, 2 x 1 de virada, derrubando o rival, a torcida do Galo Doido ensandecida.  O Galo decide o título contra o Caldense, time de melhor campanha na competição que venceu a Tombense (2 x 0), já na noite do domingo.   

- Em São Paulo, o Corínthians, no Itaquerão, foi eliminado pelo rival Palmeiras, em cobrança de penalidades, após um empate de 2 x 2 no tempo normal de jogo. Palmeiras é finalista do Paulistão 2015, pois.  
O adversário do ‘Verdão’ será o Santos que detonou o São Paulo na Vila Belmiro ( 2 x1 ), com show de bola comandado por Robinho, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. O primeiro gol, de Geovânio, a Pelé, arrancando da sua intermediária, foi uma pintura.

- Na decisão do Gauchão, mais um manjado e pegado Gre Nal. 

**

   História: 

- Há 120 anos, em 14 de abril de 1895, acontecia a primeira partida de futebol  em solo brasileiro, mais precisamente em São Paulo, na Várzea do Carmo:  Cia Ferroviária São Paulo Railway 4 x 2 Funcionários da Cia de Gás, um ano depois de Charles Miller ter trazido a bola e o conhecimento do novo esporte inglês de uma temporada de estudos na Inglaterra. O Campeonato Paulista, o primeiro, começou em 1902. O Campeonato Baiano começou em 1905. O primeiro campeão baiano foi o Internacional de Cricket. Os jogos eram realizados no Campo dos Martyres, um descampado onde hoje fica a praça do Campo da Pólvora, aquela defronte do Forum Ruy Barbosa, onde está localizada uma estação  do tal metrô.