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Zé de Jesus Barrêto

Abre alas do ‘Baianão’ e o BAVI na segundona

A bola vai rolar no fraco Baianão
04/01/2015 às 20:23
Com a responsa de encarar de frente  a série B do Campeonato Nacional, uma espécie de purgatório, a dupla  Ba Vi começa o ano pra valer nesta segunda-feira, com apresentação dos elencos e treinadores novos, debutantes: No rubronegro um certo Ricardo Drubsky, com passagem recente no Goiás e fama de bom aproveitador de atletas jovens, da base; no tricolor, um novo presidente (Sergio Sant’Anna), um novo diretor de futebol  (André Faria, ex-América MG) e o treinador Sérgio Soares, conhecido pelo trabalho feito no Ceará.  Apostas. 

Além da contratação, ou retorno, já anunciados de dois centroavantes ídolos da torcida - Neto Baiano pelo Vitória e Jael pelo Bahia. O rubronegro corre atrás de um grande zagueiro, meias. O Bahia anunciou o lateral (?) Tony (ex-Gremio) e Tchô, meia que  estava no América MG. E mais caras novas devem pintar na apresentação, além dos jogadores que ficaram do ano passado e da troupe que está subindo do sub-20 para o time profissional, com a promessa da direção de ambas as equipe de um bom aproveitamento dos chamados pratas-da-casa.  


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Só pra exercitar o juízo, com o que sobrou e chegou, até agora, dá pra supor essas escalações  da dupla segundona Ba Vi:

Tricolores: Douglas Pires, Railan, Robson, Titi e Raul; Feijão, Pitonni (Helder), Bruno Paulista e Rômulo. Kieza (Tchô) e Jael.

Rubronegros: Gatito, Nino, Kadu, Maracás e Euller; Coruja, Zé Wélisson, Juan e Escudero; Willy e Neto Baiano. 

Que tal, dá melar ? 

O torcedor espera equipes competitivas e comprometidas, que honrem as cores, a história dos clubes. Boleiros sadios que gostem de jogar bola, fazer gols, ganhar jogos. 

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Temos, portanto, uma semana cheia de novidades. A pré-temporada deste ano será de vinte e poucos dias, já que o campeonato baiano começa no dia 1º de fevereiro. Vai exigir muito do grupo  de atletas da dupla Ba Vi, já que os times do interior desde dezembro treinam e se preparam para ‘pegar surpresas’, superando as possíveis deficiências estruturais e técnicas com muita vontade, aplicação e correria em campo. 





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Amistoso internacional

A diretoria do Bahia está anunciando um presentão para o torcedor, que anda machucado: um jogo amistoso internacional na Fonte Nova, numa sexta-feira, dia 16 próximo, contra o Shakhtar Donetsk, campeão ucraniano que disputa com destaque a Liga dos Campeões da Europa. O time europeu começa contra o tricolor uma excursão pelo Brasil, onde enfrentará ainda o Flamengo, o Atlético MG, o Internacional e o Cruzeiro. A equipe ucraniana tem no seu plantel vários jogadores brasileiros, alguns de seleção:  Luis Adriano, Bernard, Douglas Costa, Márcio Azevedo, Ilsinho, Wellington Nem, Tyson, Marlos e Dentinho.  Um super-teste, pois, para o que se imagina ser um novo time do Bahia, em formação. Boa pedida. 

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O Baianão e velhos problemas

Doze times disputarão o Campeonato Baiano( começa 1/02), divididos inicialmente em duas chaves ou grupos: Bahia,  Bahia de Feira, Colo-Colo  de Ilhéus, Galícia, Juazeirense e Serrano ;  Vitória, Vitória da Conquista, Catuense, Feirense, Jacobina e Jacuipense.  Saberemos o campeão no dia 3 de maio. 

Não dá para fazer uma avaliação do que prometem as equipes, nem mesmo a dupla Ba Vi, com os times recauchutados, em arrumação. 

Pode-se inferir que no grupo do Bahia há expectativas boas  pelas bandas do Galícia, um clube que já foi a terceira força do futebol baiano e sempre revela bons jogadores; do Bahia de Feira e Colo-Colo de Ilhéus , os mais recentes campeões do interior e que podem surpreender. No grupo do rubronegro tem o competitivo Vitória da Conquista  e o novato Jacobina que contratou o treinador  Andrade, aquele ótimo apoiador do Flamengo, nos tempos de Zico, Adílio, Júnior, Leandro...  Sabe de bola. E a Catuense será que revive a fase boa dos anos 80?

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Gramados ruins

A despeito de a FBF ter apresentado a tabela dos jogos, muitos clubes do interior ainda não sabem onde vão mandar suas partidas, em virtude das péssimas instalações dos estádios regionais e os impraticáveis campos de jogo, os tais ‘relvados’, em bom lusitano.

Em boas condições só a Fonte Nova, o Barradão e Pituaçu, na Capital. No interior, apenas o estádio Lomanto Júnior, em Conquista, oferece padrões razoáveis para abrigar uma partida profissional.  O Jóia da Princesa, em Feira, continua horrível, em todos os sentidos e requisitos. O Antonio Carneiro, de Alagoinhas, pior ainda. Riachão de Jacuípe, Jacobina e Ilhéus também estão reprovados. Todos esses estádios são municipais, praticamente abandonados pelos prefeitos, os políticos. Assim tratam o esporte. 



Ah, tem ainda o Serrano, equipe do Sudoeste, que pretende jogar na Toca do Guaiamum, em Porto Seguro, sudeste. Possui bom piso mas carece de estrutura geral, com capacidade para apenas 5 mil pessoas e olhe lá! Tá bom porque serviu como centro de treinamento Fifa para a Copa do Mundo/2014. 

São ‘estádios’ sem conforto algum para o torcedor, inseguros, e com precárias infraestruturas para atletas e árbitros.

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E suportemos ainda as arbitragens ! A competição da FBF serve como campo de treinamento para muitos ‘aventureiros’  do apito e das bandeirinhas.  

Não há muito o que esperar, isso tudo considerado.  Teremos jogos técnicamente ruins, com muitos chutões, encontrões e maltratos à bola em campo, o apito influindo no placar aqui e acolá, e arquibancadas vazias.

A esperança na competição é surgir um craque, explodir um talento, quem sabe acontece?

, nessa primeira fase de grupos. 

E esse Nordestão, cadê?

Para compensar estaduais sem sal nem pimenta, vai acontecer a Copa do Nordeste, até agora muito mal divulgada. Quem está à frente da competição é o ex-presidente do Vitória, o empresário Alexi Portella. Participam times de toda a região - Maranhão, Piauí, passando pelo Ceará, RGN, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. 
Rivalidades entre clubes e estados podem garantir boas rendas, jogos renhidos  e sucesso.  Se vingar positivamente a Copa do Nordeste pode decretar o fim de muitos estaduais, inclusive o deficitário ‘baianão’.   E a Bahia precisa retomar a hegemonia regional, há muito perdida para Pernambuco, Ceará...   Apequenamo-nos. Também na bola. 

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Meninada mercadoria

Bahia, Vitória, Serrano e Galícia participam da Copa São Paulo, a chamada Copinha, torneio que reúne em SP dezenas de equipes sub-19 e que os empresários transformaram num grande feirão para negocias jovens atletas, tão somente.  Times são armados de última hora para a disputa, com esse fim. Daí, a falta de credibilidade e o baixo nível técnico em que caiu a competição nos últimos anos. O Bahia já foi vice-campeão na competição e o Vitória alcançou um terceiro lugar. 

O torneio começou neste final de semana. O Bahia joga em Prudente, o Vitória em Atibaia, o Galícia em Itu e o Serrano em Taubaté. A hora e a vez dessa meninada amadurecer e aparecer no mercado.