Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

Bahia derruba o Mengo e o Vitória fica na zona

O Bahia se afasta da Zona de Rebaixamento e chega a 29 pontos
29/09/2014 às 16:35
Um bom jogo na Fonte Nova cheia e o Bahia venceu o Flamengo (RJ) por 2 x 1, afastando-se da zona de rebaixamento, chegando aos 29 pontos ganhos e ao 14º lugar na tabela de classificação. O Vitória, mesmo tendo feito um primeiro tempo equilibrado em Belo Horizonte, no Independência, levou duas bicadas (2 x 0) na segunda etapa do Galo Mineiro, o Atlético de Diego Tardelli, e parou nos 24 pontos ganhos, dentro da zona de rebaixamento, para tristeza dos rubronegros baianos. 

*
Tarde domingueira de primavera ensolarada, ótimo público na Fonte Nova (37 mil pagantes), todos os ingressos vendidos para o clássico Bahia x Flamengo, times de massa, de torcidas devotadas.

Foi uma boa partida, bem jogada no primeiro tempo. O jogo começou muito pegado no meio campo. O tricolor buscou a iniciativa partindo pra cima. Aos 11’, Diego Macedo cruzou e Henrique errou a cabeçada. O tricolor na frente e o time carioca buscando espaços pro contragolpe na velocidade. Aos 18’, após belíssima jogada de Railan pelo lado direito, a trama seguiu com Diego Macedo e Henrique, que cruzou rasteiro e pra trás, para o complemento de Emanoel Biancucchi, antecipando-se à zaga, fazendo 1 x 0.
Aos 20’, Paulo Vitor salvou com a ponta dos dedos, no rodapé, uma boa testada de Emanoel, quase entra! O Mengo assustou, na sequência, num rápido contragolpe. Aos 28’, blitze tricolor, mas Paulo Vitor salvou de soco. O Flamengo foi acomodando o jogo, aos poucos. Marcio Araujo bateu de longe, aos 30’, Lomba segurou. Luis Antonio arriscou de longe, aos 33’, assustando Lomba. Flamengo cresceu, equilibrou. Aos 34’, Everton da entrada da área bateu fraco. Aos 40’, na bola aérea, quase o Flamengo empata. Um final com o tricolor mais encolhido, contragolpeando apenas. Equilíbrio. 

Na segunda etapa, Luxembrugo colocou o baiano (ex-Bahia) Gabriel no lugar de Helton, no intuito do empate. Aos 2’, lançado em profundidade, Railan ganhou do zagueiro e foi derrubado na área. Pênalti. Emanoel Biancucchi bateu muito bem, no alto, e fez 2 x 0. O Bahia continuou em cima. Aos 10’, Everton levou a marcação mas bateu fraco. O Flamengo adiantou-se, tentando diminuir a desvantagem. Aos 16’, após um cruzamento largo, Lomba (ah, Lomba!) fez que saía mas não foi, Eduardo da Silva subiu só e testou no contrapé do goleirão : 2 x 1. Bolas altas assustam o torcedor, a defesa do Bahia e Lomba vacilam. Assim, o Flamengo buscou o empate a todo custo. 

Numa boa trama do Bahia, Henrique tentou a finalização na pequena área e Paulo Vitor salvou o gol de pé em cima da linha, a defesa vendida, aos 20’ . Aos 29, Samir testou um cruzamento de falta, Lomba só olhou, ela raspou o poste. Quase. Barbio , aos 30, entrou em lugar de Maxi. O Bahia se fechou e arriscou só no contragolpe. O time carioca ocupou o campo do Bahia, mas não teve penetração. Fahel substituiu o cansado Emanoel, aos 35’. Aos 37’, Bárbio rolou macio do fundo e Henrique solto, de cara, na pequena área, furou e perdeu o gol que mataria o jogo. A defensiva tricolor suportou bem a pressãop até o final. Foi um jogo intenso, emocionante e bom de ver, até o final. Grande resultado para o time baiano.

*

Destaques para o garoto Railan, que bela atuação; gradiosa exibição do meia Emanoel Biancucchi, a melhor até agora com a camisa tricolor. A zaga com Demerson e Lucas aguentou bem o sufoco. Muita boa a atuação do apoiador Uéliton, na manha, com a bola no chão; Louve-se também a luta de Guilherme, Diego Macedo, Maxi e Henrique, na fibra. O treinador Gilson Kleina trabalhou bem, jogando pelas laterais, eliminando as melhores saídas do time carioca, pelos lados. E todos os aplausos para a torcida, fazendo festa nas arquibancadas. 

No Flamengo, grandes defesas de Paulo Vitor, evitando nos mínimo dois gols feitos. Bom trabalho de Luis Antonio, Éverton e Eduardo Silva. 

*
O próximo jogo do Bahia pelo Brasileirão é contra o Fluminense (RJ), no Maracanã, sábado à tarde, vésperas da eleição. 

**
O Galo bicou

O treinador Ney Franco, do Vitória, elogiou sua equipe, mesmo com o revés (2 x 0) diante do Atlético Mineiro, em Belo Horizonte. Disse nos microfones que o primeiro tempo foi equilibrado eo rubronegro baiano teve condições de vencer (Vinícius e Dinei perderam ótimas chances). Mas na segunda etapa, prevaleceu a melhor qualidade individual do time mineiro. Jogadas de alto de nível de Diego Tardelli decidiram a partida já na segunda metade da etapa final; e a saída do zagueiro Kadu, lesionado, fragilizou a defesa rubronegra. Pena. O Vitória fez dois jogos fora de casa e perdeu ambos, na sequência, pelo mesmo placar: 2 x 0. 

*
Gatito Fernandez, o goleirão rubronegro, foi o melhor do time baiano, com boas defesas. 

*
Pelo ‘Brasileirão’, o Vitória recebe o Botafogo no sábado à tarde, no Barradão. Um jogo de desesperados.

**
BaVi internacional

Pela Copa Sulamericana, nesse meio de semana (quarta-feira):
- Nacional de Medellin (Colômbia) x Vitória.
O time baiano viaja direto de Minas Gerais/SP/Colômbia, economizando energias. O treinador Ney Franco disse que vai por em campo um mistão lá em Medellin, priorizando assim o Brasileirão, onde a equipe luta para escapar das derradeiras posições e assim evitar a queda, mais uma vez, para a segundona. Explica-se.

Mas, os times baianos têm poucas chances de atuar em competições internacionais. Jogar um torneio internacional qualifica, amadurece e divulga, coloca o clube no mercado internacional. Como então se vai jogar uma competição no exterior com uma equipe mesclada, tipo B ? Não, não dá pra entender, francamente.

- Bahia x Univ.Cesar Vallejo (Peru), na Fonte Nova.

Espero que o tricolor, em respeito à sua história e a seu torcedor, escale a força máxima, busque um bom resultado, já que a segunda partida, lá no Perú, vai ser duríssima. Esse time peruano não é bobo.
Sò para ilustrar, é uma equipe da Universidade Cesar Vallejo. Pra quem não sabe, Caesar Abraham Vallejo foi um poeta-escritor nascido em 1892 na cidade de Santiago do Chuco, no Peru, e morto em 1938. É tido como o maior dos poetas peruanos, vanguardista, um dos grandes escritores da sulamérica, inspirador no nosso Manoel de Barros, extraordinário poeta nonagenário que vive na região do Pantanal brasileiro. Um pouco de informação e cultura não faz mal. Quando teremos uma grande equipe formada dentro de uma universidade brasileira num campeonato nacional? 

*

Ecos 
Lamentável o bate-boca baixaria entre o atleta Rahynner (seu empresário) e diretores do Bahia. Pegou mal para ambos os lados. Pro Rahynner porque ficou explicitado que o atleta é um profissional relapso e problemático, coisa que não sabíamos. Para o Bahia porque ficou dito com todas as letras que é um clube que não paga, que não honra seus compromissos no âmbito profissional, hoje em dia.
Triste. Queima o atleta, mancha a história do clube. Até quando?
*
Por falar em jogador problemático, o Jóbson (aquele mesmo que esteve aqui no Bahia e, se em campo mostrava talento, fora dos gramados aprontou poucas e boas) está de volta, ao Botafogo. Aos 26 anos, depois de se envolver com drogas e jogar no lixo a carreira com atos de indisciplina por onde passou, Jóbson tem agora mais uma chance para de redimir, graças ao treinador Mancini, que ainda acredita numa volta por cima do ‘atleta’. Tomara. 
*
Na derrota para o Palmeiras, no meio da semana, jogando muito pouco, o Vitória exibiu mais uma vez seus pontos fracos. Estão na defensiva, no miolo da zaga e na marcação à frente da área. Sem Luis Gustavo abre-se um buraco, por onde o Palmeiras se deu bem. E a ligação defesa-ataque continua dependente de Escudero. 
*
Balanço Fifa da Copa do Mundo no Brasil: só recordes. A final, Alemanha x Argentina foi vista por mais de um bilhão de pessoas no mundo inteiro. A entidade obteve uma renda fenomenal de US$ 4,5 bilhões; um publico registrado de 3,4 milhões nos estádios nos 64 jogos e 3,1 milhões de ingressos vendidos. 
Recordes a serem batidos na próxima, em 2018, no frio da Rússia.
*
Pra fechar, cito o Tostão, antes um gênio da bola, hoje um mestre dos comentaristas esportivos:
“Para contra-atacar bem é necessário ter, pelo menos, um jogador veloz e outro com raciocínio rápido, de passe preciso, capaz de colocar a bola para o companheiro no momento e no lugar exato, nem um centímetro e nem uma fração de segundo a mais ou a menos. Ninguém no futebol brasileiro, aqui ou fora, é melhor que Ganso para dar esses passes”.
Daí, vendo-o em campo, não entendo como o meia sampaulino pode ficar de fora das convocações para a Seleção, pela sua técnica e visão de campo. 
Cá pra nós, nesse quesito, no Bahia o melhorzinho é Emanoel Biancucchi, que jogou muito contra o Flamengo; no Vitória é Escudero, ainda fora de forma depois de uma séria lesão no joelho. Tamos conversados. 

*