Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

A COISA TÁ FEIA para BAVI, na zona de rebaixamento

O Vitória, além de perder o jogo no Barradão, Juan ainda perdeu um penalti
25/08/2014 às 12:53
O Bahia não perdeu, empatou com o Atlético (PR) - 0 x 0 – mas, de que adiantou? Com 16 pontos apenas, continua na zona de reprovação ou de rebaixamento, como queiram. O Vitória, valha-me deus, levou 1 x 0 em casa, do Figueira, e está na lanterna, na rabeira da zona. Uma vergonha. Para ambos. Pelo correr do tempo, dos péssimos resultados e do futebol que vem jogando a dupla BaVi, a segundona nos espera paroano, purgatório ou inferno à vista. 

Na Baixada vazia

Arquibancadas ao vento, só o eco dos gritos dos atletas em campo, sem o calor da torcida na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). No gramado, muito açodamento na disputa da bola e pouca técnica. Foi assim o tempo todo. Muitos passes errados e, pra se ter ideia da qualidade do espetáculo, até os 41 minutos de jogo, nenhum chute em gol, os dois goleiros espiando de longe a peleja medonha, com uma média de um passe errado por minuto. Foi então que, numa cobrança larga de falta, pelo alto, Lomba saltou e pegou fácil a primeira bola alçada em sua direção. Foi só, na primeira etapa. Zero.

A mesma monotonia no começo da segunda etapa. O time paranaense um pouco mais à frente e o tricolor na espera de um erro adversário para contragolpear. Nem as chamadas ‘bolas paradas’, em faltas e escanteios, resultavam em perigo. Por volta dos 20 minutos, o treinador Kleina arriscou o lateral Diego Macedo no lugar do opaco apoiador Leo Gago. Aos 23’, ele, Diego Macedo bateu forte, após boa trama, enfim, forçando uma boa defesa do goleiro Weverton, a primeira no jogo. Aos 29’ o Douglas Coutinho, que acabara de entrar, perdeu a grande chance até então do Atlético, uma cabeçada livre, na pequena área, para fora. Aos 38’, Bruno Mendes, de cara, perdeu para Marcelo Lomba. Uma leve pressão final do rubronegro paranaense, em bolas alçadas, inócuas. Foi só. Uma pelada. 

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Destacar o quê ? Talvez a vontade, a luta pela bola das equipes e... nada mais. 
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No meio da semana, o tricolor baiano enfrenta o Internacional, na Beira Rio, pela Copa Sulameriocana.

No fim de semana, ainda em Porto Alegre, pega o Grêmio no Olímpico, pelo Campeonato Brasileiro. Duas pedreiras ! 


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Maré braba 

Comemorava-se o 600º jogo oficial no Barradão, a ‘Toca do Leão’, mas o Vitória, vivendo uma fase cinzenta, de futebol apático, perdeu mais uma em casa (1 x 0 para o Figueirense) e estacionou nos 15 pontos, é o ‘lanterna’ do Brasileirão 2014. Tá difícil !

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A partida começou com a costumeira pressão rubronegra. Um jogo intenso, brigado, com marcação forte no meio campo, muitas faltas lá e cá e 40 passes errados só na primeira etapa. Baixo nível técnico, pois. 

O time da casa ficou mais com a bola, jogou mais no campo adversário. No entanto, só criou de fato duas chances de gol. Uma aos 26 minutos, quando o ’Picapau’ livrou-se do zagueiro marcador e bateu forte, cobrindo o travessão, assustando. Depois, Caio bateu a meia altura, de longe, obrigando o goleiro Tiago Volpi a voar e espalmar para o lado. 
O Figueira, nos contragolpes, até chegou mais. Primeiro, aos 17’, com Marcão, aquele mesmo que atuou pelo Bahia sem brilho no primeiro semestre, que levou Kadu e bateu firme, rasteiro, mas Wilson salvou, de pé, no rodapé da trave esquerda. Minutos depois o mesmo Wilson teve de sair feito um líbero para salvar um rápido contragolpe adversário, com um carrinho nos pés do rápido Clayton. Já nos acréscimos, o mesmo Clayton aproveitou-se de uma bobeira de Kadu, ganhou e já dentro da grande área bateu rasteiro, raspando a trave de Wilson. 

No intervalo saiu Luan, machucado, no Figueirense. No Vitória, o paraguaio ‘Gatito’ Fernandes estreou no gol (Wilson saiu machucado) e, no meio campo, aconteceu o retorno do argentino Escudero, mais de seis meses após uma séria lesão no joelho.
Já aos 6 minutos, o ‘gringo’ Escudero deu o ar de sua graça, batendo cruzado da esquerda para defesa do goleiro Tiago Volpi. O Vitória voltou num 4-4-2 básico, bem melhor em campo, mais assentado, com mais posse de bola, chegando mais à frente. O Figueira continuou explorando o contra-ataque em velocidade, pela direita, nas costas de Juan. Aos 17’, Luis Aguiar girou, limpou, bateu forte e por muito pouco não acertou o canto do gol catarinense. 

Mas o ‘bicho pegou’ aos 28’, numa saída de bola equivocada da defensiva rubronegra (Adriano errou grosseiramente, na frente da área), Everaldo recebeu enfiado entre os zagueiros e marcou: 1 x 0. 

Logo após o gol, saiu o apoiador Adriano e entrou o meia atacante Marcio Junior; o rubronegro foi pro tudo ou nada. Aos 32, numa jogada bizarra, Leandro Silva furou ao tentar cortar um cruzamento e desviou com o braço: pênalti, que Juan bateu e jogou a bola fora, perdeu. O time baiano sentiu o baque, tentou mas não conseguiu criar nada. Vaias ecoaram no final, pelas arquibancadas sem grande público.

Destaques no time catarinense para o zagueiro Thiago Heleno, o apoiador Luan, o meia Giovani e o rápido atacante Clayton.

No Vitória, lampejos de Juan, Luis Aguiar e Escudero. Pouco. 

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Já com o novo treinador no banco (o retorno de Ney Franco), o Vitória recebe o renovado Flamengo de Luxemburgo no Barradão, domingo à tarde, sob forte pressão da torcida.

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Dindim
O atraso nos pagamentos não acontece só nas equipes cariocas, nos times nordestinos... Fala-se que o treinador Muricy Ramalho há três meses não vê salário, no São Paulo. Indigente (?) futebol brasileiro, tão mal administrado. 
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Dungada

A seleção de Dunga, o ‘renovador’, foi convocada para alguns amistosos. A maioria remanescente da Copa, da ‘família’ Felipão. Alguns questionadíssimos, como o lateral Maicon, os meias Oscar e Ramires, o atacante Hulk. Não entendo o porquê da ausência de Ganso, nosso melhor meia, um jogador inteligente e diferenciado. Vamos ver o que quer o Dunga. 

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História

60 anos do suicídio de Getúlio Vargas. Foi meu primeiro solavanco político. Tinha 6 anos de idade, mas já sabia ler. A comoção estava nas ruas, no rosto das pessoas, em cada beco dessa cidade. Era de manhã ainda, chegava de Sergipe, de trem, com minha mãe. O alvoroço na Calçada, diante da estação (a gare), até assustava: faixas estampadas, manifestações sindicalistas, barulho na praça, gente chorando... o que era aquilo?
O ‘pai dos pobres’ havia morrido, dera um tiro no peito, atingindo o país inteiro. A mim, tola criança, também