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Zé de Jesus Barrêto

Vitória envergonha Na Copa do Nordeste 5x1 do VOVÔ

Ceará baila às véspeas do Momo
28/02/2014 às 12:16
Numa jornada extremamente infeliz, o Vitória levou uma goleada (5 x 1) do Ceará na noite de quinta-feira, em Fortaleza, e está fora do Nordestão 2014, tudo bem parecido com o que aconteceu no ano passado. O torcedor rubronegro vai brincar o carnaval de cabeça inchada. 

Não, não estamos jogando o melhor futebol do Nordeste. Nossa bolinha amiudou. 
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Pelas semifinais do certame, o Ceará enfrenta o América do Rio Grande do Norte, que goleou, em casa o CRB de Alagoas por 4 x 0. A outra partida semifinal é um clássico pernambucano : Sport x Santa Cruz. 

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Show do Vovô 

O primeiro tempo foi do Ceará, com o velho PV (estádio Presidente Vargas) em festa. Logo aos 2 minutos o avante Bill fez 1 x 0, testando um bom cruzamento. O sistema defensivo parecia atordoado, nervoso, marcando mal desde o meio campo e o ‘Vovô’ cearense fazendo pressão, exigindo boas intervenções de Wilson. Aos 18’ Magno Alves arriscou e a pelota raspou a trave, mas aos 18’ Bill marcou um golaço, depois de matar no peito e livrar-se da marcação, enchendo o pé: 2 x 0. Com o Vitória sem conseguir jogar, a bola era cearense e parecia prenúncio de goleada, mas ... Aos 37’, num contragolpe armado pelo Ze Wéllison, Dinei arrancou, levou a zaga na velocidade e desviou do goleiro, diminuindo : 2 x 1. Daí, o jogo mudou, o time baiano foi pra cima e o jogo ficou aberto, lá e cá. O empate, àquela altura, classificaria o Vitória.
 
A segunda etapa ficou boa de ver, o rubronegro buscando o empate e o alvinegro cearense perigoso, sempre, no contragolpe, a defesa baiana aberta, desprotegida. Várias chances de gol surgiram de parte a parte, desperdiçadas, os goleiros trabalhando bem. Jogo igual até os 26’, quando Assizinho bateu no gol, Wilson deu mole e Bill fez 3 x 1. O treinador Ney Franco mandou a equipe para frente e abriu-se ainda mais na retaguarda, entregou-se. Estava faltando o gol do artilheiro maior do ‘Vovô’, o veteraníssimo Magno Alves, completando boa trama de ataque, a defesa rubronegra envolvida: 4 x 1, por volta dos 34’, mais uma nova goleada cearense desenhada. Era pouco, pelo domínio do time da casa. Magno Alves, de fora, ampliou, num chutaço: 5 x 1. Foi pouco. Um ‘chocolate!’ cearense, a torcida no velho PV em estado de graça. 
Uma vergonheira para o futebol baiano, sim. O Bahia desclassificado mais cedo e o Vitória goleado, de cinco. 
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Vale destacar o goleador Bill, autor de três gols, o meia Ricardinho, a experiência e a manha de Magno Alves, a ousadia do treinador Sergio Soares, dando ‘xeque-mate’ em Ney Franco. 
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Antes de o jogo começar no PV, a direção do Vitória anunciou a contratação por empréstimos, até o final do ano, do veterano e rodado meia canhoto Hugo, que jogou no Sport Recife e também em Goiás, no ano passado, sem muito êxito. É um canhoto de bom chute e cebeceio, mas, até pela idade, costuma sumir em campo e fazer partidas irregulares. Seria o nome certo para substituir o gringo Escudero (fora dos gramados por , no mínimo, seis meses?
Diante do estrago consolidado, nos bastidores rubronegros já se falava na contratação de outro meia, um gringo hermano, o Colazo, vinculado ao Boca Juniors. Teria sido indicado pelo próprio Escudero. Virá ? E Souza, que já se desligou do Bahia, está na fita para fazer sombra a Dinei. Solução ou mais um problema ? Outras contratações virão, dizia o treinador nos microfones, nos vestiários, pós-jogo. ? 
Na quinta-feira, pós folia carnavalesca, o rubronegro enfrenta o Serrano, pelo Campeonato Baiano, em Pituaçu, às 19h30.
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Bahêa
A ‘troupe’ tricolor passa o carnaval treinando, com o cambaleante treinador Marquinhos Santos buscando ajustar a equipe a um padrão de jogo competitivo, que convença o torcedor. Sò a entrada de Marcão, mesmo fora de ritmo, como centroavante, já melhorou um pouco o jeito de jogar do time, pois ele torna-se uma referência mais à frente e ainda segura os dois zagueiros de área adversários. Não chega ser um craque mas é um camisa 9 nato. No mais, desde que tenham perna e vontade para recompor a marcação no meio campo, Maxi e Rhainner, pelos lados podem compor um bom ataque, com velocidade e poder de arremate. 
Entendo que o problema maior do time tricolor ainda é a saída de bola da defesa para o ataque que é lenta com Fahel, sem criatividade com Rafael Miranda, e arriscadíssima com os zagueiros Titi e Lucas. O melhor passe ainda é o de Talisca, mais longo, profundo, objetivo. O meia magrelinho tem jogado com mais confiança, o torcedor já não encarna tanto nele. 
Os laterais (Madson e Guilherme) precisam treinar mais os cruzamentos na área inimiga, por baixo e por cima; mas, para isso, é também necessário se buscar o posicionamento correto dos atacantes para a finalização – alguém no chamado primeiro pau, antecipando-se aos zagueiros, o Marcão disputando a bola alta no meio e um outro entrando de surpresa no segundo pau, nas costas da marcação adversária (assim aprendi). Gostei muito do jogo do garoto Pará, lateral esquerdo das divisões de base: é ágil, destemido, conduz bem a bola e tem força física. 
Os meiocampistas carecem de exercitar mais a troca de passes rápidos, de prima, e, sobretudo, os chutes de média e longa distância. No mais repetir à exaustão a cobrança de faltas diretas ao gol adversário, com Talisca, com Guilherme, com Madson, Wangler, Branquinho, Pittoni... quem mais ? 
No mais, os zagueiros e mais o marcador Fahel (lentos, sem poder de recuperação) temem sair em bloco, marcar mais à frente, encurtar os espaços, com medo de levar bola nas costas, perder na corrida. Isso é um problema para o treinador resolver, quem sabe colocando um zagueiro mais ágil, mais rápido em lugar e Titi ou mesmo de Lucas Fonseca. Com Pittoni inteiro, ousaria tirar Fahel da equipe, deixando-a mais ágil, mais leve, com melhor chegada na frente e também meçhor recuperação, cobertura defensiva. 
Pergunto: O que há com o Branquinho, o Felipe, o Emerson Bianchucci? Poderiam dar uma nova feição, outro ritmo ao meio campo tricolor, ou não servem pra nada mesmo ? 

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O Bahia volta a jogar na quarta-feira de cinzas, em Pituaçu, pelo ‘Baianão’, contra o Galícia, às 21h30. E precisa vencer para se destacar na liderança do grupo, que está embolado (Bahia, Juazeirense e Galícia com 5 pontos ganhos). Quem sabe depois da folia a equipe mostre alguma evolução! É o que a torcida espera. Talvez seja também a derradeira chance para o treinador Marquinhos mostrar a que veio e que valeu a pena investir em seu trabalho. Pelo que produziu a equipe até então, neste ano, está na corda bamba. 

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Alto nível 
No cenário internacional, dois times têm se destacado pela excelência do futebol jogado em campo: o Real Madrid, de Cristiano Ronaldo, Marcelo, DI Maria, Balle, Benzema, Xabi Aonso, Sérgio Ramos, Pepe, Casillas... agora treinado pelo italiano Ancelotti, um espetáculo de técnica e eficiência; e o Bayern Munich de Dante, Robben, Muller, Lahm, do francês Ribéry e do goleirão Neuer, hoje treinado pelo Pepe Guardiola, uma máquina de jogar e fazer gols. 
Ambos estão, este ano, melhores que o Barcelona de Messi, Xavi, Iniesta e Neymar e também à frente do PSG de Ibrahimovic e Lucas. Quatro timaços. A reta final da Copa dos Campeões da Europa vai ter duelos de encher os olhos. Quem gosta de futebol bem jogado não pode perder.
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Cruzeiro
No Brasil, vendo pela tevê, a equipe que mais agrada até agora é a do Cruziero, Campeão Brasileiro de 2013, até porque manteve a base do ano passado. Tem bom conjunto, toque de bola eficiente e uma movimentação estonteante do meio para a frente, com troca de posições e poder de fogo. Destaques para o zagueiro Dedé, os meias Ricardo Goulart, Everton Ribeiro e Dagoberto. Um time tinhoso que trata bem a bola no chão. Enfiou, essa semana, uma goleada fantástica na LU do Chile, pela Libertadores, com três gols do meia Ricardo Goulart, com um futebol de encher os olhos
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Baianos
Surpreendente a atuação do baiano Gabriel, no meio de semana, na vitória do Flamengo sobre o Emelec do Equador, no Maracanã. Fez a diferença, virou o jogo na segunda etapa, quando todos os olhares estavam voltados para o também baiano Hernane, o brocador, camisa 9 que tem proposta milionária de transferência para um clube da China. Tomara que não vá, é o artilheiro do novo Maracanã, pinta de ídolo.
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Seleção
A seleção do Felipão faz mais um amistoso, no dia 5 de março, contra a África do Sul, preparando-se para a Copa do Mundo, em junho, no Brasil. 
Ainda sinto falta de um grande goleiro (o melhor, hoje, é Jeferson, do Botafogo), de um meia de ligação (tipo Ganso, que não consegue voar) e de um centroavante nato. Fred, em fim de carreira e cheio de varizes, é uma aposta arriscada; Jô, do Galo, e Hernane do Fla estão em melhores condições. O melhor, hoje e agora, é Diego Costa, do Atlético de Madrid, que preferiu jogar pela seleção espanhola. 
Vamos apreciar a evolução do time, os olhos sempre focando mais o Neymar, nosso atleta mais diferenciado e que ainda não firmou como titular absoluto no Barcelona. 
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Repito, teremos na Copa seleções de um ótimo nível técnico e que devem ser consideradas como favoritas, ao lado do Brasil, o dono da casa: A Espanha, campeã do mundo, a Alemanha, a Argentina, a Itália, França ... nessa ordem. Não vai ser fácil o hexa, podem crer. 
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Mas, enquanto a Copa do Mundo/junho não chega... o Carnaval está nas ruas nessa virada de fevereiro/março. Futebol e Carnaval, duas grandes paixões do brasileiro. 
Que a alegria sempre rime com harmonia.