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Zé de Jesus Barrêto

Rodada esquenta a Copa Nordeste e BAVI estão vivos

Por falar em Copa do Mundo ... Já teve um ferido a bala (de vera, três tiros) na primeira manifestação, ocorrida na zona sul de São Paulo, programada pelos grupos de protestos que se articulam pela ‘redes sociais’
27/01/2014 às 11:12
Bahia e Vitória não ocupam os primeiros lugares mas estão bem vivos na Copa do Nordeste, após a terceira rodada da competição, ambos com 4 pontos e disputando a segunda colocação nos seus respectivos grupos. 

O rubronegro, na tarde do domingo, arrancou um empate (2 x 2 )contra o Sergipe, já nos minutos finais de jogo, atuando no acanhado estádio governador Augusto Franco, em Estância, cidade a cerca de 90 km da capital Sergipana. O Bahia, no sábado, venceu o Vitória da Conquista (1 x 0), na Fonte Nova, com a estréia em campo dos ‘gringos’ Maxi Bianccuchi e Pittoni, recém-contratados.

Pelo ‘Baianão’, quatro equipes disparam na tabela de classificação – Catuense, Jacuipense, Juazeirense e Serrano. Apenas cinco se classificam para a fase seguinte, que vai contar com a dupla Ba Vi e mais o Vitória da Conquista. 

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Briga com o gramado

Em Sergipe, o maior inimigo do Vitória foi mesmo o irregular gramado do estádio de Estância, duro, desnivelado, aquele que deixa a bola quicando muito, difícil de dominar e exige muitos chutões para frente, bolas altas e correria. Mesmo com tantas dificuldades, o rubronegro teve três boas chances de marcar: duas com o velocista WIllie, que venceu a zaga e entrou livre, de cara para o gol mas chutou a primeira para fora e a segunda fraquinha nas mãos do goleiro. A outra tentativa foi de Cáceres, de cabeça, para boa defesa do goleiro Juninho. 

Do outro lado, Wilson teve trabalho em dois chutes de longe, a bola quicando em sua frente, exigindo a espalmada para escanteio. Na segunda delas, o escanteio foi cobrado, a bola resvalou na cabeça de alguém e sobrou para o zagueiro Edinho que completou para as redes abrindo o placar, aos 34 minutos- 1 x 0. O rubronegro descontou com um belo chute de fora do paraguaio Cáceres, após a furada de um defensor adversário, a pelota quicou e matou o goleiro sergipano: 1 x 1. 

Na segunda etapa o Sergipe voltou melhor, explorando as bolas alçadas na área, exigindo mais da defesa e do goleiro rubronegros. O Vitória lançava-se nos contragolpes, com bolas longas e a velocidade de Willie, depois William Henrique e Marquinhos. Aos 36’, o avante Neoh recebeu um lançamento nas costas da zaga baiana, avançou e foi obstruído pelo zagueiro Dâo, já na área; a arbitragem entendeu que foi pênalti, bem cobrado pelo meia João Paulo : 2 x 1. Parecia decretada a derrota rubronegra, mas o campeão sergipano vacilou numa saída de bola e Wiiliam Henrique arrancou no contragolpe, levou a zaga na carreira e serviu a Marquinhos, com o gol aberto: 2 x 2, aos 44 minutos. O empate foi mais justo. 

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Mesmo sem a bola rolar macia no gramado, Cáceres e Willie se destacaram pelo Vitória, enquanto o meia João Paulo foi o que mais chamou a atenção pelo lado do Sergipe. 

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Agora, na sequência, o Vitória faz dois jogos em Pituaçu. Na quarta-feira recebe o mesmo Sergipe, às 19 horas (dia da abertura do festival de Verão no Parque de Exposições, avenida Paralela congestionada). No sábado, às 16 hs, enfrenta o Confiança. É fazer os seis pontos e garantir a classificação antes da rodada final, dia 5 de fevereiro, quando viaja a Natal e confronta-se com o América (RN) , que é o atual líder do grupo, na Arena das Dunas. 

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O rubronegro apresenta esta semana duas novas contratações à torcida: o zagueiro argentino Ferrari, que deve treinar e disputar posição na zaga ao lado de Defendi, outro rcém contratado que ainda não estreou; e o apoiador e ‘coringa’ Luis Gustavo, que retorna ao clube depois da boa temporada que realizou no ano passado, quando atuou de zagueiro, de lateral e no meio campo. Mais opções para o treinador Ney Franco encorpar e encaixar a equipe, ainda bem longe do que produziu no segundo semestre de 2013. 

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Ganhou uma

À noitinha do sábado, cerca de 7.500 torcedores foram à Fonte Nova ver de perto o primeiro triunfo do Bahia em 2014, 1 x 0 contra o Vitória da Conquista pelo chamado Nordestão, ufa, enfim. Muito pouca gente para as estréias do atacante argentino Maxi Bianccuchi e do apoiador paraguaio Pittoni com a camisa tricolor. Também, ninguém tinha certeza da escalação dos ‘gringos’, o marketing do clube ‘dançou’ nessa.

Valeu pelo resultado, pelos três pontos ganhos que ressuscitaram o time competição, criando novas perspectivas de classificação no grupo que tem o CSA de Alagoas como líder e o Santa Cruz do Recife com o mesmo número de pontos do time baiano, disputando o segundo lugar. Mas, valeu ainda mais porque a equipe, nesse terceiro jogo do ano, mostrou-se mais encorpada, já com algum padrão de jogo, trocando passes no meio campo, tendo mais o domínio da bola e da partida, atuando de forma mais ofensiva e criando situações de gol. 

Isso se deveu, sobretudo, à boa atuação dos estreantes: Pittoni, mesmo desambientado, mostrou que conhece a posição de meiocampista, joga com a bola no chão, tem boa pegada e passagem rápida da defesa pro ataque; Maxi, mesmo ainda gorduchinho e atuando fora de suas características, enfiado no meio dos zagueiros, tem bom domínio de bola e inteligência, raciocina rápido. Perdeu umas duas ou três claras chances de gol por falta de pernas, ainda.

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O Vitória da Conquista veio a Salvador com uma proposta defensiva, empatar, não tomar gols e tentar, no jogo de volta (quarta-feira próxima, 21h15m, em Conquista)detonar o tricolor. 
Na primeira etapa, a despeito do domínio tricolor, que desperdiçou no mínimo três claras chances de gol com Maxi, Rahynner e Madson, todas de frente para o goleiro, o time interiorano conseguiu o intento. Chegou a assustar a meta de Lomba em duas ocasiões com bolas alçadas, mas a arbitragem anulou as jogadas de gols com a marcação de impedimento e falta de ataque. E só. 
Na segunda etapa, Maxi, ainda sem velocidade, pesado, perdeu duas boas chances de marcar, lançado por Pittoni. Aos 19’, Talisca – que acabara de entrar em lugar do lento Helder – fez uma belo lançamento de 40 metros para a velocidade de Rafinha que deu uma meia lua no zagueiro e entrou de cara com o goleiro, mas perdeu. Aos 24, Madson, lançado por Talisca, driblou o marcador e foi derrubado já dentro da área inimiga; Talisca, com moral, pôs a bola na marca do pênalti e executou de canhota: 1 x 0. 
O time interiorano fez duas substituições tentando o empate, mas o tricolor não recuou e garantiu o triunfo para alívio e festejo da galera. 

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Destaques para Titi, soberbo na zaga; a boa estréia de Pittoni no meio campo, a categoria de Maxi, avançado, e a velocidade, a vontade de jogar de Rahynner, caindo nas graças do torcedor.
O raquítico Rafinha fez alguns lances de efeito para delírio de alguns, mas passa muito tempo em campo sumido, perdendo todas as divididas, esborrachando-se no gramados sempre, nas disputas do corpo-a-corpo, parece jogador ‘dente de leite’ ou de futebol de botão. É ligeirinho mas precisa encorpar, comer mais feijão. 

No Vitória da Conquista o melhor foi o veterano quarto-zagueiro Sìlvio comandando o time.

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O Bahia utilizou na partida quatro jogadores oriundos das divisões de base do clube: o lateral direito Madson, que enfim atuou bem e não foi vaiado ao ser substituído pelo garoto Railan; o meia Talisca, com passe lúcidos (entrou no lugar do Helder, aquele mesmo do ano passado, sem brilho), e o jovem Zé Roberto (no lugar de Maxi), centroavante, artilheiro do sub-20, que é alto, forte, esperto, rápido, desinibido, mostrando que merece outras chances, pois deixou boa impressão.

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O tricolor baiano tem uma tabela perigosa a cumprir com o objetivo de se classificar para a segunda fase da competição: na quarta-feira viaja até Vitória da Conquista, onde joga contra o time da casa às 21h15. Na sequência, viaja até Caruaru, no sertão pernambucano, onde enfrenta, no sábado, ás 16 hs, o Santa Cruz do Recife, num jogo que se prevê de vida ou morte para as duas equipes. Na última rodada, dia 5 de fevereiro, uma quarta-feira, tem a revanche contra o CSA de Alagoas, o atual líder do grupo, na Fonte Nova, às 21h15m. Emoções fortes pela frente. 

O chileno Sebá

A direção do tricolor deve apresentar esta semana o novo camisa 9 tão esperado, o chileno Sebastian Pinto, ou simplesmente Sebá, bem recomendado ao treinador Marquinhos Santos pelo meia Alex (aquele do Coritiba) que atuou com o chileno no futebol da Turquia: é alto, cabeceia bem, veloz, chutador, homem de área e que faz bem a função de pivô, entre os zagueiros. Se for realmente isso tudo... temos centroavante. 
O torcedor já Imagina um ataque com Maxi, Sebá e Rahynner, ofensiva que pode marcar o ano de 2014 se der o encaixe que se pretende. No meio campo, a servi-los, veremos Pitonni, Talisca, Branquinho, Diego Felipe, o outro Bianccuchi... 
Em tese, a equipe está bem renovada e fortalecida com relação àquela do ano passado. Vamos ver em campo, na prática, se vai dar samba. 

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Os suplícios da Arena

Comprar ingresso nas bilheterias da tal ‘arena’ Fonte Nova continua uma tortura. Com pouquíssimas bilheterias disponíveis, há de se andar e de se informar muito até chegar a uma delas. Então, fila, uma burocracia dos infernos, uma demora sem sentido até pagar, checar o tal ‘sistema’ (que muitas vezes cai, fica fora do ar) e imprimir o ingresso, bonitinho. 
Depois, haja ‘check-ins’ e corredores de piquetes de ferro até se conseguir passar pela catracas (muitas informações desencontradas e desinformações atarantadas dos fiscais credenciados) e achar o assento dentro do estádio. Enfim, complicam algo que deveria ser simples e facilitado para o torcedor. Isso num jogo com pouco mais de 7 mil pessoas; então pergunta-se qual será a dimensão do caos numa partida com 45 mil torcedores querendo entrar.
O serviço ‘baiano’ não se encaixou bem, ainda, na proposta de uma ‘arena Amsterdã’; há um hiato, um choque cultural abissal entre a nossa simples baianice (isso de chegar em cima da hora, por exemplo, da desinformação dos funcionários, desligados do mundo...) e o ‘modelito ‘ europeu que cismam querer implantar no ‘equipamento’. 
Ou vamos baianizar logo aquela zorra? Né mais fácil? 
Não creio que tudo vá funcionar a contento, padrão FIFA, na Copa do Mundo. 

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O bicho vai pegar

Por falar em Copa do Mundo ... 
Já teve um ferido a bala (de vera, três tiros) na primeira manifestação, ocorrida na zona sul de São Paulo, programada pelos grupos de protestos que se articulam pela ‘redes sociais’ contra a realização do evento, sob o slogan ou palavra de ordem: ‘não vamos ter copa do mundo’.

Alguns milhares (10, 20 mil ?) de manifestantes, algumas dúzias de mascarados, quebra-quebra de fachada de bancos, intervenção pesada da polícia e ... dezenas de prisões (inclusive de menores), gente ferida a bala de borracha, bombas de gás, correrias, medo, com o uso até de chumbo grosso, pelo visto (terá sido a PM ?). 
É só o começo, a menos de cinco meses de a bola rolar nos gramados. Preparemo-nos, pois.