Turismo

ZONA DA MORTE DO EVEREST: 7 alpinistas morrem na temporada de abril

Tempo bom leva a superlotação no topo da montanha, que contribui para aumento do risco.
Da Redação , Salvador | 25/05/2019 às 07:39
Fila no topo do Everest
Foto: Go Outside

 
 Mais quatro alpinistas morreram ao tentar escalar o Monte Everest, anunciaram nesta sexta-feira (24/05) autoridades nepalesas. As mortes são mais um alerta para a superlotação da montanha mais alta do mundo. Nesta temporada foram 7 mortos.

Um curto período de tempo bom durante a temporada de escalada, que vai de abril a maio, criou uma fila de várias horas para chegar ao topo. Os alpinistas aguardavam na chamada "zona da morte", região de altitude de 8 mil metros, onde o oxigênio é mais escasso. Passar muito tempo neste local pode levar à exaustão, desidratação e morte.

Segundo autoridades nepalesas, três alpinistas indianos, de 54, 49 e 27 anos, morreram de exaustação enquanto desciam após chegar ao topo do Everest. O quarto morto foi um guia.

O funcionário da agência de viagens Peak Promotions, Keshab Paudel, disse que o indiano mais jovem pode ter morrido devido à quantidade pessoas que havia próximo ao topo da montanha. "Não sabemos quanto tempo durou o congestionamento e nem quantos alpinistas estavam na fila", acrescentou.

O congestionamento é um grande perigo para os alpinistas e guias, já que cada minuto é importante quando há dependência de cilindros de oxigênio para sobreviver. O ex-presidente da Associação de Alpinismo do Nepal, Ang Tsering Sherpa, alertou que ficar muito tempo na zona da morte aumenta o risco de queimaduras, doenças da altitude e da própria morte.

Com as quatro óbitos recentes, chega a sete o número de mortos no monte do lado nepalês desde o início da temporada em abril. Um americano e um indiano morreram na quarta-feira depois de ficarem presos num congestionamento de alpinistas. Um irlandês desapareceu e é considerado morto. No lado tibetano, um suíço e austríaco morreram.

Neste ano, o Nepal emitiu 381 licenças para alpinistas escalarem o monte, um recorde histórico desde a primeira ascensão bem-sucedida ao Everest em 1953.