Turismo

Museu do Amanhã é mergulho na ciência e na tecnologia, p NARA FRANCO

A Orla Conde começa na Praça XV, local de desembarque da Família Real Portuguesa em 1808
Nara Franco , Rio de Janeiro | 21/03/2019 às 09:22
Museu do Amanhã, Rio de Janeiro
Foto: Bernard Lessa
RIO DE JANEIRO: Por que não aproveitar um domingo de sol para conhecer um museu? Cidades com praia, em geral são conhecidas exatamente por elas. O sol abre e todo mundo corre para a praia. Mas nem sempre estamos no clima ou queremos ir à praia. Por isso, deixei a preguiça de lado e fui conhecer dois pontos turísticos recentes da cidade. 

De metrô, desci na Uruguaiana e fui caminhando até o Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro. Mesmo com condições adversas - contei pelo menos 20 moradores de rua no trajeto - e um cheiro insuportável de fezes e urina, cheguei ao meu destino. 

Atrás do CCBB, ficava o Elevado da Perimetral. Um trambolho de concreto que roubava boa parte da vista para a Baía de Guanabara. Antes dos Jogos Olímpicos de 2016, sediados no Rio, o então prefeito Eduardo Paes peitou muita gente e derrubou o viaduto. Nascia ali a Orla Conde e a nova Praça Mauá. 

A Orla Conde começa na Praça XV, local de desembarque da Família Real Portuguesa em 1808. Uma área de lazer com ciclovia, parques infantis, espaço para piqueniques e pista de corrida. Margeando a orla, tem-se uma vista privilegiada da entrada da Baía de Guanabara, aquela que Estácio de Sá achou se tratar de um rio e, por isso, batizou a cidade de Rio de Janeiro. 

Caminhando por aproximadamente 20 minutos (há opção de alguel de bicicletas), chega-se a Praça Mauá. A primeira visão que se tem do local, conhecido também como Boulevard Olímpico, é justamente do enorme Museu do Amanhã. A estrutura do museu, em si, já vale a visita. Uma nave espacial, um grande escorredor de prato .. as opiniões se dividem. Projeto do arquiteto espanhol, Santiago Calatrava, o Museu do Amanhã foi feito privilegiando a iluminação natural. Um grande espelho d'água faz todo o contorno do espaço, que desde sua inauguração já recebeu mais de 3 milhões de visitantes. 

Como não havia nenhuma exposição extra, não peguei filas. Mas é possível comprar os tickets pela Internet nos dias mais concorridos. O ingresso custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A compra pode ser efetuada nesse site: https://ingressos.museudoamanha.org.br/#!/home.

Ao entrar, o visitante é recebido por um grande globo terrestre pendurado ao teto e encaminhado para a Exposição Principal, chamada COSMOS. Uma visita e tanto para os amantes de cosmologia, ciência, astronomia e curiosos em geral. 

A exposição, de maneira interativa e tecnológico, narra a evolução da vida na Terra, mostrando os caminhos que estamos tomando e como evita-los. São mais de 40 experiências interativas e vídeos de filósofos, psicólogos, biólogos, historiadores, entre outros. Quatro cubos gigantes dividem o espaço em temas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós. 

Aprende-se sobre o começo da vida na Terra, a descoberta do DNA e a importância do crescimento sustentável. Dentro dos cubos não é possível fotografar com flash, mas fora dele é permitido. Nas alas Oeste e Leste, amplas janelas garantem a luz natural do museu e uma vista incrível da Baía de Guanabara. 

A exposição pode ser feita com calma e os cubos não precisam ser visitados na ordem que estão expostos. É possível ir e vir, ler e rever o material exposto, utilizando o cartão de entrada que serve como chave de interação. Ao final, tem-se a visão do fundo museu, onde uma enorme estrela prateada no espelho d'água serve de fundo para dezenas de flashs. 

A visita é extremamente agradável e acessível para cadeirantes e deficientes auditivos e visuais. A ciência explicada de forma lúdica, com diversas maneiras de se perguntar de onde viemos e para onde vamos. 

No primeiro andar, uma lojinha com produtos do museu e um café, completam o passeio. 

Ao longo do ano, o local recebe exposições temporária e conta ainda com um Laboratório de Inovação, aberto ao público. Feita a visita, hora de curtir o enorme boulevard, comendo uma pipoca ou tomando uma cerveja para matar o calor. O clima é bem familiar e sentar no entorno do museu é de graça. Saí de lá cansada pela andança, mas feliz por ter afastado o programa óbvio e conhecido um patrimônio da cidade. 

Na volta, optei pelo VLT (é preciso comprar o cartão na estação). Da Estação dos Museus fui até a Cinelândia onde peguei o metrô. No local, há pontos de táxi e ônibus.