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Idosos e pessoas com deficiência aprovam Camarotes Acessíveis

Ao todo, são três camarotes localizados no Campo Grande, Ondina e Piedade
Secom Salvador , Salvador | 05/03/2019 às 18:42
Camarote Acessível
Foto: Bruno Concha

Pelo quinto ano consecutivo, idosos e pessoas com deficiência curtem o Carnaval de Salvador nos Camarotes Acessíveis montados pela Prefeitura nos circuitos Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Centro). A aposta na acessibilidade tem o propósito de deixar a festa cada vez mais inclusiva ao oferecer espaços de lazer exclusivos dentro dos circuitos. Capitaneada pela Secretaria de Promoção Social, e Combate à Pobreza (Semps), a ação disponibilizou diariamente, de quinta (28) até essa terça-feira (5), último dia oficial de folia, 260 vagas gratuitas.

Ao todo, são três camarotes localizados no Campo Grande, Ondina e Piedade, sendo esse último exclusivo para pessoas com deficiência. Até a segunda-feira (4), a Semps registrou o maior número de participantes dos últimos anos – 456 pessoas. Nos primeiros cinco dias da folia, foram registrados 36 pessoas com deficiência física, 32 com deficiência intelectual e 17 com deficiência visual. Além destes, outros cinco foliões com outros tipos de deficiência curtiram a festa, o que demonstra o sucesso da iniciativa, que atraiu até gente do inteior.

Com capacidade de atender até 100 pessoas, o camarote localizado na Praça da Piedade abre as portas até as 20h de hoje. Segundo Enaura Dória, assistente social da Semps e uma das responsáveis do espaço, o camarote conta com rampas de acesso e sanitários adaptados para dar mais conforto aos foliões. “A comunicação boca-a-boca, além do reforço nas mídias sociais, ampliou o número de foliões esse ano. Mesmo existindo a pré-inscrição, permitimos acesso por demanda espontânea que aparece todos os dias”, relatou. Além da estrutura com acessibilidade, é oferecido aos foliões um kit de lanche composto por água, suco, frutas e sanduíche.

Cheia de animação, a dona de casa Maria Lúcia Souza, 62 anos, com deficiência física, foi curtir seu primeiro dia de Carnaval acompanhada de familiares. Moradora de Periperi, ela conta que o esforço da locomoção em cadeira de rodas é recompensador pela estrutura do camarote. “É muita força de vontade pra ver o Carnaval”, comentou.

Uma das acompanhantes de Maria Lúcia é a filha Milena Ferreira, 34 anos, e a neta Micaela Ferreira, de 6 anos. Milena, que também possui deficiência física, disse que pela primeira vez curte a folia graças ao Camarote Acessível. “Além da dificuldade de locomoção para chegar até o circuito eu tinha medo, pois não havia espaço para os deficientes no Carnaval”, contou, emocionada.

Foliãs do camarote há três anos, Daniela Ferreira, 16 anos, estava fantasiada de índia e acompanhada pela mãe, a dona de casa Elinalva Andrade, 44 anos. Moradoras de Pernambués, elas ficavam na expectativa dos artistas que geralmente param na frente do camarote e fazem um show à parte. Segundo Elinalva, mesmo com microcefalia e deficiência intelectual, a filha “mete dança” com os artistas preferidos, como o cantor Léo Santana. “Usamos ônibus e metrô pra chegar aqui, agora é só alegria”, declarou a dona de casa.