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COREIA DO NORTE tem censura à imprensa rigorosa e país não vê jogos

Censura impiedosa
Da Redação , Salvador | 18/02/2018 às 10:48
Torcedoras da Coreia do Norte: suas familias mão sabem o que fazem nos jogos
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Bandeiras do mundo inteiro tremulando nas arquibancadas, a festa das duas Coreias marchando juntas na cerimônia de abertura no último dia 9. O gol histórico do hóquei feminino do time unificado. Ou quem sabe o ouro do americano Shaun White no snowboard halfpipe. Enquanto o planeta inteiro vibra com as emoções dos Jogos de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, aqui do lado, a não mais que 100km de distância, provavelmente nenhum cidadão da Coreia do Norte saberia responder sobre o que está acontecendo na competição. De acordo com a Huffington Post, rede de TV dos EUA, até o momento a KCTV, televisão estatal dos norte-coreanos, não transmitiu nem mesmo o VT de qualquer disputa de medalhas da Olimpíada.

Já é sabido que a Coreia do Norte é talvez o país mais fechado do mundo. Controlada por Kim Jong-Un, é uma ditadura militar separada do Sul desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. A mídia por lá é controlada e os cidadãos não tem praticamente acesso à internet ou outros meios de comunicação que não sejam oficiais. Eventos esportivos como a Copa do Mundo são transmitidos com atraso, nunca ao vivo, e sempre editados. Na Olimpíada de Inverno, mesmo com a participação de 22 atletas norte-coreanos, a vinda de uma delegação de jornalistas oficiais e a presença de 229 animadoras de torcida do país, a TV local tem exibido de tudo, até mesmo competições de esporte da região de Paektusan, mas nada de PyeongChang.

Na terça-feira, de acordo com Martyn Williams, jornalista especializado na Coreia do Norte e que viveu em Tóquio, não foi transmitido nada da Olimpíada de Inverno e até o momento os norte-coreanos só tiveram acesso a frames da chegada da delegação da Coreia do Norte em PyeongChang, com algumas fotos do jogo de hóquei feminino das duas Coreias e também outra imagem de Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong-Un, na capital sul-coreana.

A opção não é muito diferente do último grande momento vivido pela Coreia do Norte. Em 2010, a seleção participou da Copa do Mundo de futebol. Os jogos eram transmitidos com atraso e não davam detalhes das três derrotas da equipe na primeira fase, para Brasil, Portugal e Costa do Marfim. Na Olimpíada de PyeongChang, um comunicado oficial da KCTV elogiou a performance das jogadoras do Norte que fazem parte da equipe, mas não mencionou a derrota por 8 a 0 para a Suécia.

A presença da Coreia do Norte no país, inclusive, divide a população. Os mais jovens são a favor e chegam a trazer bandeiras do país vizinho para as arquibancadas. Só não gostaram do fato de 12 meninas do Sul terem perdido a vaga no time de hóquei para que norte-coreanas fossem convocadas, o que acharam injusto e muito em cima dos Jogos. Por outro lado, os mais velhos, ainda com resquícios da guerra, são contra e protestaram no começo da Olimpíada. O atual governo, porém, tem dado demonstrações constantes de que se esforçará pelo entendimento dos dois países.