Colunistas / Miudinhas
Tasso Franco

BAHIA TEM INDICADORES RUINS, MAS GOVERNO BEM AVALIADO. QUAL O SEGREDO?

Muita propaganda e massificação da ideia do bom governo que paga os servidores em dia e tem muitas obras no estado
23/11/2019 às 11:56

   1. Na semana que se finda neste domingo, 24, foram publicados indicadores da economia no Brasil, o primeiro pelo IBGE relacionado a taxa de emprego/desemprego; e o segundo pelo CAGED do Ministério do Trabalho sobre a geração de empregos. No primeiro caso, a Bahia figura com a mais alta taxa de desocupação no país (16.8%) superando o Amapá (16.7%) e Pernambuco (15.8%), amgos governados por socialistas; e no segundo caso, a Bahia desponta com - 589 empregos com carteira assinada no último mês de outubro quando a região Nordeste, surpreendentemente, teve + 21.776 novos empregos. 

  2. A taxa de desocupação do país no 3º trimestre de 2019 foi de 11,8%, com redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) frente ao 2° trimestre de 2019 (12,0%) e estabilidade em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,9%). Considerando-se as variações estaticamente significativas em relação ao trimestre anterior, a taxa recuou em São Paulo (-0,8 p. p.) e aumentou em Rondônia (1,5 p. p.), permanecendo estável nas demais 25 unidades da federação. 

  3. Já em relação ao mesmo trimestre de 2018, a taxa subiu em Goiás (1,9 p. p.) e Mato Grosso (1,3 p. p.). Houve quedas em três UFs: São Paulo (-1,1 p. p.) Alagoas (-1,7 p. p.) e Sergipe (-2,8 p. p.), com estabilidade nas demais 22 unidades da federação.

   4. As maiores taxas foram observadas na Bahia (16,8%), Amapá (16,7%), e Pernambuco (15,8%) e as menores em Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8,0%).

   5. Divulgado nesta quinta-feira (21/11) pela Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o resultado apresenta um estoque total de empregos de 39,252 milhões, superior aos 38,695 milhões registrados em outubro de 2018.

   6. Cinco dos oito setores da economia tiveram resultado positivo. Destaque no mês ficou com o Comércio, responsável por 43.972 novas vagas, 62,06% do total. Completam a relação Serviços (19.123 postos), Indústria de Transformação (8.946 postos), Construção Civil (7.294 postos) e Extrativa Mineral (344 postos).

    7. Apresentaram saldo negativo os setores da Agropecuária (-7.819 postos), Serviços Industriais de Utilidade Pública (-581 postos) e Administração Pública (-427 postos). 

    8. Estados e regiões: As cinco regiões tiveram saldo positivo em outubro, com destaque para a Região Sul, com a geração de 27.304 novas vagas. Nordeste teve +21.776; Sudeste, +15.980; Norte, +4.315; e Centro-Oeste, +1.477.

   9. Entre as unidades da Federação, 23 tiveram variação positiva, com destaque para Minas Gerais com 12.282 vagas; São Paulo, +11.727; e Santa Catarina, +11.579. Já o saldo em Rio de Janeiro (-9.942); Distrito Federal (-1.365); Bahia (-589); e Acre (-367) foi negativo. 

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  10. Então, o que se passa com a Bahia que tem um governo petista no poder desde 2007, bem avaliado pela população, tanto que o governador Rui Costa foi reeleito no primeiro turno, em 2018, para ficar até 2022, com indicadores tão ruins? 

   11. E não são únicos esses dois acima citados: no mapa da vilolência, a Bahia lidera com 5 municípios mais violentos do país; e na educação básica está entre os últimos estados em eficiência escolar/IDEB.

   12. É de se dizer que os governos petistas considerando-se Wagner e Rui avançaram no guarda chuva social, com um bom programa de amparo na saúde pública (apesar da regulação e queda no atendimento do Planserv) com novos hospitais e policlínicas; na agricultura familiar; na infra-estrutura com recuperação de estradas; parcial no desenvolvimento econômico ainda herança de James Rodrigues (SDE) e a implantação e expansão das eólicas; a na distribuição de cisternas e expansão do água para todos.

  13. Descuidou, no entanto, da implantação de uma política mais consistente na geração de empregos e uso das novas tecnologias. Agora, o governador corre atrás com visitas a China e a Europa em busca de investidores. Salvo, o Cimatec, que é um programa da Fiesp, o projeto da Ciência e Tecnologia do Governo não deslanchou. Nem o núcleo básico que seria implantado na área do CAB prosperou. Os lotes para as possiveis empresas estão repletos de matos.

  14. A educação, menina dos olhos de Rui, não andou como se esperava. Primeiro manteve a herança conceitual da época de Wagner, depois entrou Walter Pinheiro que não teria rendido o que se espeava e recentemente o comando é de Jerônimo Ropdrigues, ex-ruralista, ainda tateando. 

   15. O que justifica o bom desempenho eleitoral e de aceitação do PT é a massiva propaganda de uma Bahia que só existe em parte. O governo investe pesado nesse segmento e transforma o limão numa limonada. Revela obras tamanho G com propaganda também tamanho G em custos, outdoors duplos e muitos filmes na televisão, e passa a idéia de que, embora essas obras sejam pontuais (caso da inauguração de um hospital) parecem que representam o estado como um tudo.

  15. Esse mar de rosas, no entanto, se fragmenta na medida em que são apresentados os dados oficiais dos programas do governo federal. Mas, como a propaganda já foi veiculada, permanece no imaginário popular uma Bahia em excelência. Esse é o segredo que vem dando certo há algum tempo, a partir de 2007. 
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