Saúde

OS DEMÔNIOS NA CABEÇA DE BILES E CHORORÔ DOS BRASIS. COMO EVITAR? (TF)

A psicologia esportiva pode dar uma grande contribuição nesse sentido
Tasso Franco , da redação em Salvador | 28/07/2021 às 12:52
Simone Biles foi afetada por distúrbios mentais e entendeu que a vida segue
Foto: AFP
   Por que os brasileiros choram tanto em olimpíadas quando ganham e sobretudo quando perdem? 
Agora, em Tóquio, tem sido um mar de lágrimas. E, de quebra, reclamações contra os árbitros. 

   Ora, temos agora o exemplo, da Simone Biles, EUA, a maior estrela da ginástica nos Jogos Olímpicos, a qual ficou fora da disputa das finais do individual geral devido problemas mentais. 

  "Após avaliação médica adicional, Simone Biles foi retirada da final individual geral dos Jogos Olímpicos de Tóquio com o objetivo de focar em sua saúde mental. Simone continuará a ser avaliada diariamente para determinar se participará ou não das finais de eventos individuais da próxima semana. Apoiamos de todo o coração a decisão de Simone e aplaudimos sua bravura em priorizar seu bem-estar. Sua coragem mostra, mais uma vez, porque ela é um exemplo para tantos", informou a entidade em nota oficial.

  As questões mentais certamente são analisadas e trabalhadas pelo COB e CBF para os atletas brasileiros com atuações de equipes multidisciplinares - psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, quiropraxistas e outros - exatamente para evitar que entrem nas competições com sentimentos de que serão derrotados e quando são desabam a chorar. 

   Há, hoje, no campo da psicologia os profissionais dessa área voltados para o esporte e que já realizam terapias prévias para evitar abalos na psique e comportamentos mais equilibrados. 

   Não vamos citar nomes dos brasis, mas, tomemos como referência a Biles. Ele falou a imprensa: – Assim que eu piso no tablado, sou só eu e a minha cabeça, lidando com demônios. Tenho que fazer o que é certo para mim e me concentrar na minha saúde mental e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar. Há vida além da ginástica  – explicou a americana depois que sua equipe foi derrotada pelo quarteto russo em sua ausência, ficando com a prata.

    Na zona mista, após a competição, ela admitiu que a autoconfiança estava falhando. Apesar da grandiosidade de um evento como os Jogos Olímpicos, Biles afirmou que, no fim do dia, as ginastas só querem sair do ginásio, mas não arrastadas por uma maca.

  –Não confio tanto em mim como antes. E não sei se é a idade – fico um pouco mais nervosa quando faço ginástica. Sinto que também não estou me divertindo tanto.

  – Eu senti que seria melhor ficar em segundo plano, trabalhar minha concentração e bem-estar, pois sabia  que as meninas fariam um trabalho absolutamente excelente. Não queria arriscar uma medalha – disse.

  Alguns veículos da imprensa americana já tinham citado que o "problema médico" na verdade seria emocional e que a decisão de colocá-la na reserva seria uma forma de poupá-la psicologicamente para o individual geral, em que é favorita.

   Biles tem motivos de sobra para ter o mental afetado após um início ruim. Ela assumiu o status de melhor do mundo antes dos Jogos Olímpicos. Carrega no uniforme o símbolo da cabra, que faz um trocadilho com a palavra em inglês GOAT, que serve tanto para o animal, quanto para a sigla "Greatest of All Time", ou a melhor de todos os tempos.

  Esse movimento - a melhor de todos os tempos - pode ter dessestabilizado seu emocional e os 'denôminos' passaram a dominar sua mente.

  Os brasileiros precisam ser treinados - corpo e mente - de forma integral. Em jogos - quaisquer deles - alguém perde e alguém ganha. Na Olimíada estão os melhores do mundo nas modalidades esportivas. Esse é o entendimento base.

  A Costa do Marfim tirou a Seleção da Alemanha de Futebol das quartas de final. Uma garota de 13 anos chegou ao Brasil nesta madrugada com uma medalha de prata no pescoço conquista do skate street. 

   Assim é o esporte. O choro também faz parte do esporte expresso no sentimento de que poderia ter sido melhor o meu desempenho representando o país. 

   Mas, o esporte também requer amadurecimento,  espírito olímpico, e de nada adianta chorar e ficar reclamando dos juizes. Esse é um trabalho que o COB tem que aprofundar ainda mais.