Saúde

Como fica a vida sexual depois do câncer de próstata?

Apesar de ser uma preocupação comum, esse é mais um motivo para fortalecer a importância do rastreio para diagnóstico precoce, ampliando as chances de cura da doença e reduzindo sequelas
Anα Cristinα Bαrreto , Salvador | 27/11/2020 às 19:24
Como fica a vida sexual depois do câncer de próstata?
Foto: Divulgação
Uma das maiores preocupações quando se fala câncer de próstata é a disfunção erétil (impotência sexual), além da incontinência urinária. Sem dúvidas, o assunto mexe com a cabeça dos pacientes e, de forma equivocada, acaba sendo um motivo para postergar o rastreio que possibilita a detecção precoce, favorece a cura e permite melhores resultados no tratamento, reduzindo as sequelas. No Novembro Azul, esse tema merece atenção quando se fala em promoção da saúde masculina de forma integral.

Em grande parte dos casos em que a doença está localizada na próstata, o tratamento do câncer é feito com cirurgia (convencional aberta ou robótica) ou com radioterapia. “A próstata fica muito próxima dos nervos responsáveis pela ereção. Por isso, a cirurgia normalmente afeta a região, podendo causar disfunção erétil, que pode ser revertida dentro de 6 meses a um ano, com acompanhamento médico adequado e uso de medicações, em alguns casos”, explica o urologista Rogério Eirado, da Clínica SIM/Grupo AMO.

O médico reforça que o tratamento para o câncer de próstata pode ter intuito curativo ou de controle e, por isso, a busca pelo especialista é o melhor caminho para todos os pacientes. Rogério Eirado diz ainda que, se houver indicação cirúrgica, quanto mais cedo esse câncer for descoberto, quanto menor for o tumor, mais preservadora pode ser a cirurgia, gerando menos impactos na sexualidade.

“Vale destacar que a condição sexual do homem anterior à cirurgia é o principal indicador da recuperação após o tratamento”, sinaliza o urologista, lembrando que as técnicas cirúrgias evoluíram muito, assim como a qualidade dos medicamentos que podem ser prescritos no pós-operatório.

 

Sem cirurgia

 
Devendo ser avaliado de forma individual, o câncer de próstata pode ter tratamento não-cirúrgico, à base de radioterapia ou hormonioterapia. “No caso da radioterapia, o impacto na função sexual não é imediato. As lesões aos nervos responsáveis pela ereção ocorrem progressivamente ao longo do tempo”, diz Rogério Eirado.

A hormonioterapia é indicada para casos mais avançados, quando se opta pelo bloqueio hormonal para suprimir a testosterona, que alimenta o tumor e é um dos hormônios mais importantes na libido. “A questão sexual afeta diretamente a qualidade de vida do homem. Por isso, cada caso precisa ser avaliado individualmente pelo especialista, juntamente com o paciente, para a definição do melhor tratamento”, explica.

O urologista Rogério Eirado reafirma a importância da busca pelo especialista para a detecção precoce, através do rastreamento feito por exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pacientes sem sinais ou sintomas. O toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) são as medidas mais usadas para identificar homens sob risco de portarem tumor maligno da próstata. O diagnóstico é confirmado através de estudo anatomopatológico em material obtido por biópsia ou peça cirúrgica.

 
Campanha

 
Esse ano, a campanha Novembro Azul do Grupo AMO chama a atenção para o preconceito, que ainda faz pacientes retardarem ou até negligenciarem os cuidados com a saúde.

Com uma linguagem direta e leve e com um pouco de humor presente no universo masculino, as peças divulgadas externamente (outdoor) e o material educativo distribuído nas unidades e publicado nas redes sociais reforçam que a detecção precoce é, sem dúvidas, o melhor aliado na cura do câncer.

Com o mote “Não se cuidar é coisa do passado”, o jingle da campanha Novembro Azul do Grupo AMO foi gravado por artistas como Luiz Caldas e Adelmo Casé. O pedágio do Litoral Norte foi plotado com o tema da campanha e, até o final do mês de novembro, as fachadas das unidades do grupo AMO permanecem iluminadas com a cor azul, que marca a campanha mundial pela saúde masculina.

Dados do câncer de próstata - O diagnóstico precoce do câncer de próstata é a ferramenta mais eficaz contra as previsões Instituto Nacional do Câncer (Inca): dos 65.840 casos de novos cânceres de próstata previstos para 2020 no Brasil, 6.130 estarão na Bahia, sendo 1.090 em Salvador. Exceto os tumores de pele não-melanoma, o câncer de próstata ocupa a primeira posição entre os homens no país, causando 28% das mortes por câncer.