Saúde

Crescimento de doenças respiratórias no inverno aumenta risco de COVID

Crises alérgicas e infecções virais podem inflamar o sistema respiratório e baixar a imunidade dos pacientes, deixando-os mais vulneráveis a Covid-19
Paula Pitta , Salvador | 07/07/2020 às 10:46
Crescimento de doenças respiratórias no inverno aumenta risco de COVID
Foto: Divulgação

O inverno é um período mais propenso às doenças respiratórias, já que o tempo mais frio aumenta a umidade do ar e faz com que as partículas em dispersão aérea fiquem mais tempo viáveis. Com isso, a médica clínica da S.O.S. Vida, Patrícia Bagano, explica que esse ambiente é mais favorável a propagação de infecções virais, como o novo Coronavírus.

 

Além disso, esse crescimento histórico nesse período do ano, aumenta o risco de contaminação pelo novo Coronavírus, já que quadros alérgicos e doenças respiratórias afetam a imunidade dos pacientes, deixando-os mais vulneráveis. "As pessoas que tem asma ou que já se encontram infectadas por resfriados, gripes ou outras doenças respiratórias têm inflamação no sistema respiratório e aumento na produção de muco, o que favorece, sim, o contágio por Covid-19", pontua.

 

Para o infectologista da S.O.S. Vida Matheus Todt, a pandemia deve complicar ainda mais esse cenário, já que o aumento de outros quadros virais vai sobrecarregar ainda mais as unidades de saúde. Os especialistas orientam que pessoas com sintomas leves evitem procurar hospitais, pois elas podem acabar se contaminando nessas instituições ou no trajeto. A ida à emergência só é recomendada quando há febre alta por mais de três dias, falta de ar e prostração excessiva. A orientação para quem está com o quadro clínico mais leve é manter repouso, hidratação e o tratamento em casa.

 

Esse cuidado é ainda mais importante, já que as doenças respiratórias possuem sintomas semelhantes, portanto há dificuldade de diferenciá-las. A infecção respiratória causada pelo novo Coronavírus provoca sintomas que se assemelham aos apresentados por pacientes acometidos de outras síndromes respiratórias brandas, como a gripe e o resfriado, que não justificariam a exposição na emergência nesse cenário de pandemia.

 

Os quadros mais comuns de Covid-19 apresentam febre, tosse seca, fadiga e dificuldade de respirar. "A diferenciação das chamadas doenças de inverno de COVID-19 é um desafio, pois os sintomas são muito parecidos. No entanto, existe um sintoma bem característico, que é a anosmia, ou ausência de olfato, que não atinge todas pessoas, mas com sua presença liga o sinal de alerta para essa doença. A falta de ar, mesmo que leve, também é um sinal de alarme e indicativo de que o paciente deve comparecer imediatamente à emergência", orienta a médica.

 

Já a gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus Influenza, com grande potencial de transmissão. Os enfermos costumam apresentar tosse, febre, congestão nasal, dor de garganta, dor de cabeça, fadiga e dor muscular. A maioria dos sintomas melhora depois de três a cinco dias, porém alguns podem durar um pouco mais.

 

Por sua vez, o resfriado comum é uma infecção viral que acomete as vias respiratórias superiores (nariz e garganta), que costuma ter sintomas mais brandos do que a gripe, que desaparecem em poucos dias.

 

Os sintomas da Covid-19 e recomendações sobre o tratamento da doença estão detalhados em um ebook produzido pela S.O.S. Vida para orientar sobre cuidados e medidas de prevenção ao novo Coronavírus. A publicação está disponível gratuitamente no site da S.O.S. Vida (https://sosvida.com.br/coronavirus-ebook/).