Salvador

CRIME AMBIENTAL: Embasa despeja esgoto no mar há 2 anos sem tratamento

Já passou do tempo de privatizar a Embasa
Da Redação , Salvador | 15/11/2017 às 10:51
Busca e apreensão na Embasa
Foto:
       Segundo a Polícia Federal (PF), a Embasa vem lançando esgoto sem tratamento – ou bruto, como é o termo técnico – no mar há mais de dois anos. “A gente foi instaurar o inquérito para averiguar o que tinha acontecido naquela época, mas percebemos que o caso era mais grave”, afirmou o delegado Fernando Berbert, responsável pela Operação Águas Limpas, deflagrada nesta terça-feira (14), justamente para investigar se a empresa vem cometendo crime ambiental. 

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão – três em Salvador, na sede da Embasa, e outros dois no Rio de Janeiro e em São Paulo – para localizar documentos relativos à investigação. Os mandados, deferidos pela 17ª Vara Federal, foram solicitados depois que a PF requisitou os documentos e a Embasa negou. De acordo com o delegado, só no ano passado, foram dois pedidos negados. 

O quadro em março de 2016 indicava que, devido à falta de energia, o esgoto estava sendo despejado diretamente na praia do Rio Vermelho, sem passar pelo emissário submarino, que tem 2,35 quilômetros de extensão. O emissário, que é chamado também de Sistema de Disposição Oceânica (SDO), é quem leva o esgoto – já tratado – para dispersão em águas oceânicas, a 27 metros de profundidade. Antes disso, o esgoto passa justamente pela tal estação de tratamento de água. 

        NOTA DA EMBASA

        A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informa que a operação da Polícia Federal realizada na manhã desta terça-feira (14), na sede da empresa no Centro Administrativo da Bahia (CAB), foi destinada à busca e apreensão de documentos e informações sobre a operação da Estação de Condicionamento Prévio (ECP) do Rio Vermelho em março de 2016, quando o funcionamento da ECP foi temporariamente comprometido devido a um acidente de trânsito. Na época, um ônibus bateu em um poste da rede elétrica que atende a estação de tratamento operada pela Embasa e, com isso, causou uma parada no sistema de bombeamento. A Diretoria Executiva da Embasa se colocou à inteira disposição dos agentes da Polícia Federal durante a operação.