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Rosa de Lima

ROSA DE LIMA COMENTA SOBRE "PUBLICIDADE DIGITAL", UMA NOVA FRONTEIRA

Livro foi editado pela Agência Propeg
01/01/2012 às 17:01
Foto: BJÁ
Livro reúne textos do Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais da FACOM
   Como a proposta desta coluna é comentar livros que excedem da classificação da literatura pura, a ficção, o ensaio e a crônica, o trabalho "Publicidade Digital - Formatos e tendências da nova fronteira publicitária" - organizado por Wilson Gomes e Lucas Reis, editado pela Propeg com textos da turma que integra o Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais, analisa de forma objetiva essa nova tendência e oferece ao mercado da web um manual bastante interessante.


   A literatura acerca desse tema é tão recente no Brasil que, um livro como este, além de fornecer ao mercado dados de forma quase didática, porque mescla estudos acadêmicos de jovens da FACOM - Faculdade de Comunicação da UFBA - com a prática do mercado, informes do contexto histórico e referências sobre cases e experiências que aconteceram no mundo, especialmente nos EUA, país que é pioneiro nessas configurações, revela uma linguagem especial a ser conduzida e utilizada pelos profissionais do ramo.



  No Brasil, o fenômeno é recente e tem menos de 20 anos. E, o mais curioso é que, algumas agências de publicidade, especialmente as baianas, ainda relutam em incorporar em suas plantas essas novas tecnologias. 

  Mas, aos poucos, querendo ou não, estão sendo obrigadas a isso, até porque alguns dos seus fornecedores baratearam custos dos seus produtos e melhoraram em qualidade. E, os veículos, que são os difusores das mensagens, estão atuando com esses ambientes com mais freqüência e intensidade.



   Essas mudanças estão mexendo com o mercado da comunicação. Algumas empresas quebraram na passagem de um processo para o outro, ainda em curso, os veículos impressos sofrendo mais do que o rádio e a TV, e as novas plantas digitais associadas às redes sociais ganhando a cada dia mais espaço na preferência do público.



  No Brasil, essas inovações chegam sempre com atraso, mas, já vimos na última campanha eleitoral para presidente da República que algumas práticas foram incorporadas nos websites com resultados animadores, especialmente no caso da candidata do PV, Marina Silva.



  Até hoje Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, diz que se não fosse a web sua campanha seria pífia e José Serra, do PSDB, ocupou lugar de destaque entre um dos perfis mais seguidos do Brasil, exibindo links de entrevistas, declarações e assim por diante.



  Ademais, o twitter passou a ser um grande distribuidor de tráfego na internet para comunicação política e está se afirmando, a cada dia, sem necessariamente, que seus usuários se preocuparem com o webjornalismo e com as mídias tradicionais.



  Hoje, podemos observar isso com mais clareza, numa interatividade com o facebook, alguns políticos, inclusive, usando de forma dinâmica comerciais nesses veículos.


  Também  é sintomático, coisa que não existia em meados dos anos 2001/2010, o uso comercial de banneres em sites e blogs do interior do estado modelando a interatividade e dando forma espacial a essa dimensão, o que não seria possível fazer a partir de um veículo da mídia tradicional sediado em Salvador.


  O livro, que tem o prefácio do jornalista Alexandre Augusto, vice-presidente da Propeg, aborda aspectos da criatividade do banner ao widget passando pelo rich media, revelando a dimensão e interatividade como principais aspectos para anúncios na web, exemplos citados da GE e do NYT; um texto sobre métricas de mídia on-line, bastante técnico sobre cliques e visibilidade; uma abordagem sobre os cliques inválidos e algumas malandragens utilizadas por alguns webs; o desempenho por formato, web Analytics x AdServer, incluindo técnicas de filtragem para inválidos e outros.



  Publicidade Digital contém ainda textos sobre "Branding e marketing de buscas", links patrocinados, fixação da marca na busca paga, comportamento do usuário; e o uso inteligente, estratégico e criativo para que os resultados possam ser satisfatórios.



  Há, ainda, capítulos específicos sobre as redes sociais, "Marcas e engajamento digital: algumas considerações" (envolvimento, interação, intimidade e influência); a nova métrica (número de tempo gasto vendo uma website, taxa de crescimento dos fãs, número de embeds, dowloados e uploados); as "Crises de imagem na web" , os hubs (formadores de opinião), o caso da rede fast food Domino's Pizza; o "Marketing viral: estratégia ou sorte (mídias sociais como amplificadoras das práticas de viralização na internet); as "Redes Sociais geolocalizadas"; e o Mobile Marketing.



  Os textos estão editados em duas plataformas: a gloriosa de Gutemberg (em livro) e na web. Assinam os textos Breno Fernandes, Camilo Aggio, Danilo Pestana, Glauber Farias, Héber Sales, Lucas Reis, Marcel Ayres, Marília Duarte, Maurício Pinho, Renata Cerqueira e Tarcízio Silva.



  É a nova geração baiana dando as cartas com bastante competência.