Política

RUI CORRE ATRÁS DO PREJUIZO COM FECHAMENTO DA FORD E NILO ACERTOU (TF)

Desenvolvimento econômico é um dos pontos fracos do governo Rui Costa e, agora, haja 'correria'
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/01/2021 às 11:41
Governador e equipe tentam repassar a planta da Ford
Foto: Carlos Prates
  O deputado federal Marcelo Nilo (PSB), da ala governista pró Rui Costa, hoje, um tanto dissidente, queixou-se, recentemente, de que o governador da Bahia só age sob pressão e prestigia aqueles que o criticam numa referência expressa ao PP do vice-governador João Leão, o qual quis melar um acordo político que garantiria ao PSD a presidência da Assembleia (acordo foi mantido por Rui) lançando um candidato a presidente da ALBA. 

  Nilo aguarda uma decisão da Executiva do PSB se se manterá na basee governista ou não. Até agora, o PSB não se manifestou (pelo menos de público).

  A propósito das declarações de Nilo, apoiadas pelo lider da Oposição, Sandro Régis (DEM), o qual disse que a Bahia "está paralisada" e o governador ao que parece "só age sob pressão", vemos, agora, o governador Rui preocupado com o fechamento da Ford, em Camaçari, fábrica emblema do DEM instalada no governo César Borges, em 2001, com apoio do então senador ACM, e correndo atrás de uma nova montadora no lugar da empresa norte-americana. 

  Dito isto, vê-se, pois, que o governador só age sob pressão, ao que parece, como referendou Régis.

  Ora, porque o governador não correu atrás do desenvolvimento econômico do Estado antes do fechamento da Ford? 

  A Bahia não está paralisada como diz Régis, líder da Oposição, mas perdeu o 'time' até mesmo diante outros estados do Nordeste no campo do desenvolvimento econômico, das novas tecologias, da robótica (a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado não existe, na prática) e esse é um dos pontos vulneráveis do governo Rui. Não só este. Há outros: a segurança, a educação, o turismo, a cultura. 

  É claro que o governo Rui tem pontos positivos (e muitos) a mostrar na Saúde, na mobilidade urbana de Salvador, na agricultura familiar, no equilibrio das contas do Estado, mas no desenvolvimento econômico ficou a dever (ou está a dever).

   O grande projeto da era petista no governo do Estado ainda é do governo Wagner, do secretário James Correia, engenheiro eletricista, a implantação dos sistemas de energia eólica e a sua industrialização. 

  Os demais projetos - os grandes - ainda seguem no papel ou em lento andamento), o principal deles, o Porto Sul, com a Ferrovia Leste-Oeste, este dependente do governo federal.

   O governador Rui centralizou muito seu governo no campo social, em especial na saúde, com a construção de 7 hospitais regionais (promessa da campanha de 2014) e das policlínicas com a interação e apoio das Prefeituras, até agora não conseguiu um resultado esperado na educação, que patina e foi prejudicada pela pandemia (o ano escolar de 2020 não aconteceu) e não há sinais de uma evolução tecnológica para enfrentar o que ainda poderá vir por aí com a implantaação de sistemas integrados de computação para garantir aulas não presenciais aos alunos. 

  Ontem, a Secom divulgou um release mostrando o governador e parte de sua equipe, no que chamou de agenda propositiva frente aos impactos que o fechamento da montadora Ford, o Executivo esteve nas embaixadas da Índia, Coreia do Sul e do Japão para destacar a presença do parque automobilístico disponível, a força de trabalho com expertise no setor e a garantia de o Estado contribuir para que uma nova indústria se instale na Bahia.

  Com o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, ele iniciou a corrida por novas negociações, que abarquem tanto o setor automotivo quanto outros setores potenciais. A Índia possui uma indústria automobilística de crescimento exponencial, com destaque para a empresa Tata Motors, hoje dona da Jaguar e Land Rover, e para a Mahindra, que já possui atividade no Brasil, em Porto Alegre.

  Rui abriu o encontro com um convite direto. “Queremos convidar as fabricantes indianas para conhecer a área antes ocupada pela Ford para avaliar a possibilidade de instalação num dos maiores parques existentes no Brasil, inclusive com porto exclusivo”, disse o governador a Reddy, que respondeu ter interesse de que companhias indianas estejam no Brasil e na Bahia, além de querer iniciar parcerias no campo tecnológico, área que a Índia tem ampliado investimentos, assim como a Bahia.

  Todas essas ações, independente do fechamento da Ford, já deveriam ter sido feitas há mais tempo. Ou como diria Marcelo Nilo, Rui só age sob pressão. E, neste caso, o "correria" corre atrás do prejuizo.