Política

Leal defende Economia Solidária como ALTERNATIVA NOVA ORDEM ECONOMICA

Presidente da Alba, ladeado do professor Ladislau Dowbor e senador Wagner, pediu um novo modelo econômico, fazendo coro à solicitação do Papa Francisco.

NMJ , da redação em Salvador | 10/12/2019 às 07:16
Evento aconteceu na Assembleia
Foto: ALB

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Nelson Leal (PP), defendeu, na manhã desta segunda-feira 9, que os governos Federal e Estaduais no país estimulem e incentivem a prática da Economia Solidária, como uma necessidade de se encontrar uma nova ordem econômica mundial, mais justa, sustentável e baseada na valorização do ser humano.

A exortação do chefe da Alba foi feita durante o encontro “Estratégias para Desenvolver a Economia Solidária”, ocorrido no auditório Jornalista Jorge Calmon, na Alba, numa mesa com a presença do senador Jaques Wagner (PT), do professor Ladislau Dowbor, dos secretários Davidson Magalhães (Trabalho, Emprego, Renda e Esporte) e Josias Gomes (Desenvolvimento Rural), da deputada Neusa Cadore (PT) e representantes de entidades como o Fórum Brasileiro de Economia Solidária e da Cáritas.

“Essa audiência pública se reveste de enorme importância. A economia internacional passa por mudanças significativas. Muitos países em dificuldade buscam soluções à crise. As novas tecnologias e sua inexorabilidade ceifam postos de trabalho em múltiplas áreas. É importante se debater novas formas de organização da economia no Brasil e no mundo, menos financeirizada. Penso que a economia solidária é uma bela saída, através do cooperativismo e associativismo, por ser justa, sustentável e que tem na valorização do ser humano seu principal escopo”, explicou, o chefe do Legislativo estadual.

Nelson Leal citou o exemplo da Bahia, que na primeira gestão de Jaques Wagner à frente do Palácio de Ondina (2007 - 2010), criou a Superintendência de Economia Solidária, abrigada na Setre (Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte). “A Bahia é um exemplo do sucesso da lógica e dos valores da economia solidária, como ferramenta de inclusão social e combate à pobreza, sobretudo num contexto de 14 milhões de desempregados no Brasil”, elogiou.

A audiência pública, que reuniu 750 pessoas e 72 entidades de classe, será realizada também nos Estados de Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte. O evento serviu ainda para debater a Proposta de Emenda Constitucional, de autoria do senador Jaques Wagner. A PEC 69/2019 dispõe sobre a inclusão da Economia Solidária entre os princípios da Ordem Econômica da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 170.

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

“Precisamos cuidar mais de nossa gente. Dar as mãos para construirmos um Brasil mais justo, fraterno e economicamente mais forte. Chega de discurso de ódio e divisão do país. 2018 passou e 2022 está longe. A Economia solidária tem sido um vetor de desenvolvimento territorial na Bahia. E esta PEC também pode ser uma indutora do crescimento socioeconômico nos 5.570 municípios brasileiros, ancorada pela força da Constituição”, enfatizou, o chefe da Alba.

O ex-governador baiano falou da importância de a política assegurar à sociedade novas formas de geração de emprego e renda, com novo modelo de economia, centrada no trabalho. “Que lugar sobrará para os humanos no futuro ante os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial. Os partidos têm importância fundamental na organização do país, mas perene é a organização social e popular”, defendeu, o senador.

Professor Ladislau Dowbor destacou a relevância do tema ser debatido em audiência pública e criticou duramente a desigualdade social e a concentração de renda no Brasil. E lembrou que o Papa Francisco pediu aos estudiosos do assunto que buscassem encontrar uma nova economia para o mundo.

“A Economia Solidária é uma dimensão desse processo de se descobrir uma nova economia para o mundo. A atual destrói o meio ambiente, liquida a vida dos mares, é perversa. Os juros bancários no Brasil são um absurdo. Precisamos repensar o uso das coisas e as desigualdades. Com o que a gente produz no país, dá para todo mundo viver bem. Reduzir o tamanho do Estado por achar que isso é gasto é uma grande besteira”, ensinou Ladislau Dowbor.