Política

PESQUISA VEJA/FSB revela que Moro derrotaria Bolsonaro na eleição 2022

As informações são da revista Veja e o comentário do lead nosso
Da Redação , Salvador | 18/10/2019 às 12:17
Moro teria 38% dos votos e Bolsonaro 34%
Foto: Sérgio Correa
   O presidente Jair Bolsonaro vive uma "guerra de foice" pelo controle do PSL e vai se desgastando politicamente e perdendo aliados. A postura do STF erm reduzir o poder da Operação Lava Jato é, também, ponto indicador de perda de posições de Bolsonar.o junto ao eleitorado.

   Segundo a revista Veja, o ministro Sergio Moro (Justiça) é um dos principais nomes do primeiro escalão do governo e, por ora, é tido como aliado do presidente Jair Bolsonaro. Mas há quem aposte que o ex-juiz da Operação Lava Jato pode ser tentado, em razão de sua alta popularidade, a disputar a Presidência da República em 2022 e, com isso, enfrentar o atual chefe na eleição.

    Pesquisa exclusiva VEJA/FSB mostra que, em um eventual segundo turno, o ministro aparece numericamente à frente do presidente (38% a 34%), mas empatado tecnicamente, já que a margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos. Moro ainda derrotaria no segundo turno três outros presidenciáveis: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o apresentador de TV Luciano Huck.

   COMENTÁRIO DE VEJA

   O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está inelegível desde janeiro de 2018, quando foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Apesar das várias entrevistas concedidas dentro da cadeia, ele não fala diretamente ao eleitorado e à militância desde abril daquele ano, quando foi encarcerado na Polícia Federal em Curitiba para cumprir uma pena de oito anos e dez meses de prisão. 

   É réu ainda em mais nove processos e investigado em outros inquéritos sob a suspeita de ser corrupto ou ter praticado crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de influência e formação de organização criminosa. Além disso, é o principal líder de um partido que foi varrido do poder em meio a uma grave crise econômica e política no país e a denúncias de diversos malfeitos envolvendo sua gestão e a de Dilma Rousseff. Em resumo, uma biografia para enterrar de vez a carreira de qualquer homem público no mundo.

   Mas o Brasil, como dizia Tom Jobim, não é coisa para principiantes, e, a despeito dessa ficha da pesada, Lula resiste na forma de um espectro político. Sua capacidade de recuperar o prestígio perdido entre a maior parte da população após a farta relação de malfeitos é discutível. Na esquerda, porém, ele continua sendo o maior nome por aqui (o que também diz bastante sobre a qualidade da esquerda no país). 

  De quebra, pode ainda pregar uns bons sustos nos adversários de fora do universo petista, conforme mostra uma pesquisa exclusiva VEJA/FSB sobre as eleições presidenciais de 2022. Um dos dados mais interessantes do levantamento, realizado entre 11 e 14 de outubro, consiste nas projeções do que seria hoje um confronto de segundo turno entre Jair Bolsonaro e as figuras mais conhecidas da esquerda. 

   Lula perde por 46% a 38% (a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos), mas se sai melhor que políticos de fora da cadeia. Fernando Had­dad, batido por Bolsonaro na última eleição, perderia novamente do atual presidente em 2022 por 47% a 34%.

   O pedetista Ciro Gomes repete o fiasco de 2018 na pesquisa VEJA/FSB: não chegaria sequer ao segundo turno. Para especialistas, Lula continua a ser uma alternativa forte à esquerda porque soma a fidelidade da base petista à lembrança dos fugazes tempos de prosperidade de sua era no poder. “O primeiro governo dele foi muito virtuoso. Manteve políticas de FHC e foi capaz de oferecer duas coisas que o brasileiro médio deseja: estabilidade macroeconômica e inclusão social. A resiliência de Lula vem dessa imagem que o eleitor tem dele”, avalia o cientista político Carlos Pereira, professor da FGV-RJ.