Política

DEPUTADO ALAN denuncia gastos R$167 milhões/ano com Arena Fonte Nova

Fala do deputado aconteceu na sessão de terça-feira, 19 de março
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/03/2019 às 09:03
"Nenhum hospital recebe isso por ano para cirurgias", comenta Alan
Foto: BJá
   Em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa na terça-feira, 19, o deputado Alan Sanches (DEM) disse que, enquanto o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, suspendeu o contrato da Odebrecht para manter o Maracanã, na Bahia, o governador Rui Costa (PT) majorou os serviços da concessionária e agora o Estado para R$14 milhões ao mês para a Arena Fonte Nova. 

   "Nenhum hospital público da Bahia recebe esse valor mensal para realizar cirurgiuas. Isso representa R$167 milhões por ano, uma sangria nos cofres públicos" .
 
    Alan comentou, ainda, que a Bahia recebe a noticia do fechamento do Med Itaparica, um dos hotéis mais tradicionais do estado e lembrou que, em 22 de outubro de 2017, o governador Rui Costa prometeu a construção de um Centro de Convenções e voltou a fazê-lo, em 16 de fevereiro de 2018, prometendo que o CCB seria em área da Av Paralela.

    "Agora, pergunto, aonde se suitua essa obra que ninguém vê". O líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), mesmo presente na sessão nada comentou: nem sobre a Arena Fonte Nova; nem sobre o CCB.

    NOTA DO REAJUSTE

    O governo do Estado reajustou para o próximo ano o valor do contrato para a Parceria Público Privada (PPP) com a Arena Fonte Nova, em Salvador.

    De acordo com o deputado, o ato foi publicação no Diário Oficial do Estado de sábado (15), a empresa Fonte Nova Negócios e Participações S/A (FNP) receberá R$ 167.974.798,32 entre dezembro deste ano e novembro de 2019, como contraprestação da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), pelos serviços de gestão da operação e manutenção do estádio.

Ainda segundo o diário, por mês, o estado vai pagar quase R$ 14 milhões pela prestação dos serviços.

Em nota, o governo do Estado informou que o que houve, na verdade, foi um aumento no valor do contrato, feito com base no IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ainda segundo o governo, o mesmo será feito com outras PPPs. 

O contrato reajustado pelo governo com a FNP é o de número 002/2010, justamente aquele que é alvo da Operação Cartão Vermelho, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano, para investigar supostas irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio Arena Fonte Nova.

Segundo a PF, há indícios de fraude em licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro na PPP. Ainda conforme as investigações, a licitação teria sido direcionada para beneficiar o consórcio FNP, formado pelas empresas Odebrecht e OAS.