Política

LIDER DA ALBA teme que Casa vire Escolinha do professor Raimundo

Parlamentar comentou que a Ponte Salvador - Itaparica está na pauta há dez anos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 19/03/2019 às 17:41
Targino Machado é líder do bloco da Minoria (oposição)
Foto: BJÁ
   O deputado Targino Machado, lider do bloco da Minoria na Assembleia Legislativa, disse nesta tarde de terça-feira, 19, na tribuna do plenário que até mesmo os assuntos mais relevantes da Casa Legislativa não despertam discussões acalorados, nem são tomadas nenhuma providência. E que, diante de tais condições, em breve "vão nos comparar a Escolinha do Professor Raimundo", seriado humorístico da TV protagonizado por Chico Anyzio.

   O parlamentar destacou que a Casa Legislativa está perdendo o protagonismo na sociedade, o Poder Executivo não dá atenção ao que se discute na ALBA e "até mesmo os seus projetos, do Executivo, só chegam aqui de afogadilho". O lider alertou o novo presidente da Casa, deputado Nelson Leal, que fique atento a essa questão.

   Como exemplo comentou que há cerca de dez anos, a ponte Salvador-Itaparica tem traçado a pauta do Governo e das resenhas políticas, notadamente quando se avizinham às eleições, mas ninguém liga para isso. Ou seja virou uma rotina embora já tenham sido insvestidos alguns milhões em projetos iniciais.

   "Quero, de forma simples e despretensiosa, trazer este assunto ao debate na Assembleia Legislativa da Bahia, pois não é possível, algo de tamanha importância geopolítica e de formidável repercussão econômica não seja discutido a exaustão neste Parlamento", frisou.

   Destacou, ainda, que de nenhum ângulo de observação "coloco-me contra a construção da ponte Salvador-Itaparica. Ao contrário disto, estou na fila torcendo para que o projeto saia da prateleira. A ponte é um desejo antigo dos habitantes da Ilha de Itaparica, ansiosos por se livrarem dos modais hoje existentes para a travessia marítima. O assunto começou a vir a baila com o desejo empresarial de empreiteiras baianas que terminaram envolvidos na Operação Lava Jato. O governador, à época, Jaques Wagner percebeu os ganhos políticos que o assunto poderia agregar ao governo. A gestão atual herdou da anterior o desafio de construir a ponte ou, simplesmente, usufruir do upgrade político que a resenha a respeito do equipamento traria em anos eleitorais".

Muitas são as opiniões contra e a favor da ponte. A questão ambiental, creio, não se sustenta como discurso contra a sua construção. Não consigo vislumbrar óbices ambientais decorrentes daquela construção. E, mesmo os argumentos de ambientalistas, de prejuízos estéticos à Baía de Todos os Santos, de igual modo, não tem sustentação.

"Mesmo sendo a construção através de uma PPP, o Governo do Estado precisará investir cerca de R$ 4,5 bilhões. O governo, por sua vez, enfrenta séria dificuldade financeira, ao tempo que a Bahia teve a nota de capacidade de pagamento rebaixada de B para C pelo Tesouro Nacional. Então, não possui aval da União para obter empréstimo e não pode tomar financiamento externo. Os Arautos da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia não identificaram, ainda, de onde o governador Rui Costa vai tirar o dinheiro para tocar o projeto da citada ponte", frisou.