Política

Plano Municipal de Cultura é debatido em audiência pública na CMS

Plano está sendo elaborado e será enviado pelo Executivo ao Legislativo
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 21/09/2018 às 18:46
Artistas e produtores culturais participaram da audiência
Foto: Valdemiro Lopes

Artistas e produtores culturais participaram da audiência pública sobre o Plano Municipal de Cultura (PMC), realizada nessa quinta-feira, 20, pela Comissão de Cultura da Câmara de Salvador, em parceria com a Fundação Gregório de Mattos (FGM), no auditório do Centro de Cultura da CMS.

O PMC é um instrumento de planejamento e execução de políticas públicas, onde estarão incluídas diretrizes, objetivos, metas, ações, prazos de execução e indicadores de resultados para o seu acompanhamento.

Para o vereador Sílvio Humberto (PSB), presidente da Comissão de Cultura, que dirigiu o debate, a audiência cumpriu o papel de escuta dos pleitos dos agentes culturais: “Foi um bom início, a partir das perguntas e dos questionamentos. Cumprimos bem o nosso papel enquanto Comissão de Cultura, em parceria com a Fundação Gregório de Mattos, de apresentar o diagnóstico da realidade cultural da cidade”.

Movimentação econômica

Segundo Fernando Guerreiro, presidente da FGM, o principal objetivo do Plano é incentivar a movimentação econômica do setor. O cronograma conta com oficinas que serão iniciadas ainda este ano, em diferentes bairros da cidade: “Esses dez primeiros encontros serão importantes para podermos ouvir os vários territórios e saber, especificamente, os que estas comunidades artísticas têm a dizer”.

Presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Salvador (CMPC), Etenoel Santos da Cruz, afirmou que “este processo vai dar um outro rumo à cultura na cidade”. A proposta do PMC será encaminhada ao legislativo pelo Executivo através de projeto de lei, com expectativa de votação em plenário no primeiro semestre de 2019.

Desvalorização racial

Ao analisar o panorama cultural soteropolitano, Sílvio Humberto relacionou a falta de atenção ao setor à desvalorização racial. “Como sabemos que o racismo estrutura as relações de poder e relações sociais, certamente ele cria obstáculos que impedem que essa cultura seja plena e que o Poder Público valorize esta cultura de Salvador, que tem em sua base a matriz africana. Se você não valoriza este povo, como valorizar a cultura que vem deste povo?”, provocou o vereador.

Ainda integraram a mesa do debate: Ernani Coelho, doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (Ufba); Daniele Canedo, professora, pesquisadora e integrante do Conselho; Mestre Curió e o poeta Tiago Oliveira, que defendeu a valorização dos “grandes mestres” e artistas de rua.