Política

GREVE DOS PROFESSORES EM SALVADOR: PMS mantém corte do ponto

Sindicato diz uma coisa e PMS diz outra
Da Redação , Salvador | 16/07/2018 às 17:37
Grevistas fizeram caminhada
Foto: APLB
Nesta segunda-feira (16) completa o sexto dia da greve da Educação Municipal de Salvador que teve início na quarta-feira (11). A mobilização e disposição de luta continua apesar das ameaças de cortes de salário. 

Os trabalhadores em educação do Município de Salvador resistem, cumprindo a agenda de luta aprovada na última assembleia de quarta (11), que decidiu pela continuidade e fortalecimento do movimento grevista e a realização de caravanas por polos para mobilizar a comunidade escolar e constatar a consolidação da greve na rede. Nesta terça-feira (17), será realizada nova Assembleia Geral da Rede Municipal de Salvador, às 9h, no Ginásio de Esportes dos Bancários.

Com carro de som,  chuva ou sol, o movimento grevista compareceu em peso no Ato Conjunto dos Servidores Municipais, promovido pela APLB-Sindicato e o SINDSEPS, nesta segunda-feira (16) levando cartazes, faixas e apitos revelando a grande disposição de luta em uma grande caminhada.

Enquanto o Executivo Municipal não senta para negociar e prefere ameaçar a categoria com cortes de salário, se multiplicam os atos políticos e as manifestações de apoio ao movimento, realizado de forma pacífica , dialogando e fazendo o convencimento de alguns companheiros que ainda estão resistentes.

ENTENDA OS MOTIVOS DA GREVE:

A deflagração da GREVE dos trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Salvador foi iniciada na  quarta-feira (11), a data base para o reajuste salarial é maio e desde abril a APLB-Sindicato, entidade representativa da categoria, entregou a pauta de reivindicações e reuniões de negociação têm acontecido entre o Executivo Municipal e a direção da APLB. Entretanto, como nenhuma resposta positiva foi apresentada, não restou alternativa, senão a greve!

A categoria aponta como principais motivos para o movimento paredista:

A categoria há três anos não tem reajuste salarial, nem reajuste no auxílio alimentação;

Há quatro anos que os direitos dos trabalhadores em educação vêm sendo desrespeitados e um exemplo disso, é a não concessão de mudança de nível. O que significa que não estão recebendo salários de acordo com a sua qualificação;

Além disso, o prefeito não convoca eleição para diretor de escola, que deveria ter acontecido desde o ano passado, emperrando o processo democrático nas escolas!

Outro ponto fundamental é a luta pela melhoria das condições de trabalho.  Muitas escolas em Salvador se encontram em precárias condições de conservação e manutenção e, em grande parte, sofrem pelos transtornos causados pelo calor excessivo ou, quando chove, ocorre suspensão das aulas porque suas dependências apresentam infiltrações, alagamentos, transbordo na rede de esgoto e outros sintomas da inadequação da estrutura, inviabilizando a realização de toda e qualquer atividade na escola. Além disso, faltam professores em diversas escolas, tirando o direito do acesso à educação de muitas crianças.

NOTA DA PREFEITURA

A Prefeitura, por intermédio da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), informa que está há dois meses negociando junto a diversas categorias de servidores municipais suas respectivas campanhas salariais. Em relação ao Sindicato dos Servidores Municipais (Sindseps), a Prefeitura esclarece que apresentou proposta contemplando aumentos salariais reais que podem ser de 11%, 5,5% e 2,5%, a depender da categoria e da condição individual cada trabalhador, observada a legislação aplicável. 

Vale salientar que esta mesma proposta foi apresentada a outras entidades representativas, tendo sido aceita e os respectivos acordos já formalizados, com efeitos financeiros já na folha de julho deste ano. Tal proposta, ainda, atende à pauta de reivindicação apresentada em diversos outros itens, a exemplo de equacionar o pagamento de diferenças relativas a parcelas retroativas de progressões e enquadramento já concedidos, prorrogar o abono dos agentes de copa e cozinha e regularizar os benefícios pagos aos aposentados e pensionistas.

A Semge informa também que os dias não trabalhados serão descontados já na folha salarial de julho. A Prefeitura faz um apelo para que os servidores que estão parados voltem ao trabalho imediatamente, e acrescenta que os órgãos da gestão municipal seguem em funcionamento.