Melhor organização dos semáforos distribuídos pela cidade; maior fiscalização na implantação de quebra-molas; menor rigidez na seleção dos mototaxistas, para tornar a regulamentação mais inclusiva; recuperação dos códigos das linhas de ônibus; não alteração de linhas sem consulta à população; e ampliação da análise dos impactos do VLT sobre os demais modais.

Essas foram algumas propostas, sugeridas pela população e incluídas como emendas no projeto do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Salvador (Planmob), em tramitação na Câmara Municipal. As solicitações foram levantadas durante audiências pública, realizadas pelo vereador Helio Ferreira (PCdoB), presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da CMS. A matéria tem previsão de votação para o dia 4 de julho.

Para o comunista, que defendeu a realização de oito debates antes da votação, devido à relevância social do projeto, a participação da sociedade é fundamental para a melhoria do sistema: “A promoção de audiências democratiza as intervenções e ações previstas no Plano. Por outro lado, as sugestões de entidades ligadas à mobilidade não foram apreciadas. Portanto, esta Casa, antes da apreciação final da matéria, precisa estabelecer um calendário mínimo de debates para esclarecimento e maiores contribuições da população”.

Acesso democrático

Conforme disse, o Planmob deve favorecer o transporte coletivo e a mobilidade das pessoas: “Devemos priorizar o acesso democrático ao espaço público, a reorganização do sistema, ações de combate à segregação espacial e de promoção da inclusão social, como também a integração dos transportes coletivos, com uma frota de veículos novos e climatizados”.

Foram sugeridos ainda: melhoria dos assentos; implantação de degraus e catracas mais acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida (obesos, idosos e gestantes); implantação de terminais de ônibus que atendam às necessidades dos moradores dos bairros periféricos; e subsídios para garantir gratuidade aos passageiros com idade igual ou superior a 60 anos, a estudantes de escolas públicas e desempregados, bem como para ampliação dos direitos dos rodoviários.

Presidente licenciado do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Helio apresentou também indicações da categoria, como a elaboração de programas anti estresse para motoristas de ônibus; reconhecimento da insalubridade no trabalho, levando em consideração medição de ruído, calor e vibração; inserção do transporte complementar na integração com outros modais; direito à integração dos rodoviários a todos os transportes coletivos, inclusive ao metrô e criação da lei que torne desacato maus-tratos a estes profissionais.

Além disso, há emendas sugerindo a constituição de um fundo de amparo ao trabalhador rodoviário; regulamentação da gratificação dos motoristas e cobradores que trabalham em festas populares; promoção de políticas públicas de combate a assaltos em coletivos e de conscientização aos motoristas, antes de multá-los no trânsito; respeito à lotação dos ônibus e criação do Estatuto dos rodoviários.