Política

Comissão de Reparação da CMS condena invasão de terreiro por policiais

Para Silvio Humberto a atitude dos PMs lembra o tempo em que o candomblé era perseguido
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 21/08/2017 às 18:50
Comissão vai visitar o terreiro
Foto: Antonio Queirós

A invasão de policiais militares do Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) ao terreiro Hunkpame Salavu Vodun Zo Kwe, no Curuzu, na quinta-feira, 17, foi condenada pelos integrantes da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador, durante reunião, na tarde desta segunda-feira, 21.

Para o vereador Sílvio Humberto (PSB) “essa atitude truculenta lembra os tempos sombrios em que a polícia invadia, depredava, reprimia e perseguia o candomblé por racismo e intolerância religiosa. É um retorno ao passado?”. Por sugestão dele, os demais integrantes do colegiado, presidido por Moisés Rocha (PT), visitarão o templo para se solidarizar com a comunidade local e discutir as medidas a serem adotadas diante da ação, classificada como desproporcional.

Ainda de acordo com o peessebista “não podemos esquecer que o terreiro é tombado pela Lei de Preservação do Patrimônio Cultural de Salvador”. Segundo Amilton Costa, líder religioso, cerca de cinco policiais militares pularam o muro do terreiro, invadiram o imóvel, arrombaram a porta da cozinha e apontaram uma arma para o seu rosto.

Na opinião de Moisés, a justificativa da PM para a invasão foi a proximidade com áreas dominadas pelo tráfico: “Esse tipo de abordagem policial não é surpresa e está vinculada ao racismo. Não justifica dizer que a área do fundo do terreiro é reduto do tráfico, a polícia não poderia ter agido dessa forma, invadindo e ameaçando Pai Amilton”.

Participaram da reunião, ainda, os vereadores Luiz Carlos Suíca (PT), Hilton Coelho (PSOL) e Orlando Palhinha (DEM).

Reunião conjunta

Nesta terça-feira, 22, às 9 horas, no auditório do Anexo Bahia Center, será realizada uma reunião conjunta das comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, Reparação, Criança e Adolescente, Assistência Social e Direitos das Pessoas com Deficiência e Educação, Esporte e Lazer. Durante o encontro a coordenadora do “Hoje menina, amanhã mulher”, Ligia Margarida Gomes, apresentará o projeto aos vereadores, com o objetivo de buscar parcerias.

A iniciativa envolve adolescentes dos bairros do Subúrbio Ferroviário, oferecendo cursos e atividades no período contrário ao da escola. Seu objetivo é a qualificação e empoderamento das meninas, para que se tornem lideranças em suas comunidades.