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Concepção artística da Kalachakra, a roda do tempo (Foto/Ilust)
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A questão agora é saber quando termina a reforma política do governo Wagner, o que poderá reforçar ainda mais sua base de sustentação na Assembléia Legislativa; e quando começará a reforma administrativa do seu governo, se é que vai acontecer.
Uma fonte petista me assegurou que a reforma administrativa virá, não precisou exatamente quando, entendendo que há segmentos no governo que precisam ser oxigenados. Hoje, em entrevista na TV Bahia, o governador também disse que vai seguir tocando às mudanças, embora não disse onde e quando.
Wagner já disse que não modifica nada no governo por impulso e pressão da imprensa. Está correto. Na Bahia, o que já se escreveu sobre a queda de Rui Costa, secretário de Relações Institucionais do governo não está no gibi. Nunca ví tanta bobagem.
Voltando a tese petista e também da vida real, um governo de 4 anos tem vários momentos: nos primeiros 365 dias, arrumar a casa e se organizar ao seu modo; no segundo momento, próximos 365 dias (fase em que se encontra Wagner) é tempo de executar projetos e aviar investimentos; no estágio subsequente, terceiro ano, é a época de acontecer. E, finalmente, no quarto movimento, colher os frutos do trabalho.
No caso de Wagner, que deseja ir à reeleição e tem nos seus calcanhares o ministro Geddel Vieira Lima e o ex-governador Paulo Souto, será necessário organizar essa agenda de forma a acontecer, em 2009, colher os frutos entre o segundo semestre de 2009 e o primeiro de 2010, e partir para a reeleição com competitividade.
Mas, para isso, de fato, precisa acelerar o passo. Mostrar pra que veio, melhorar os seus indicadores de bom e ótimo, na avaliação da administração, e enfrentar os adversários em 2010 em condições de igualdade.
Evidente que toda mexida em governo há ganhos e perdas. Embora, na maioria dos casos, sempre mais ganhos do que perdas. É o caso, agora, do acesso do deputado Roberto Muniz (PP), na Agricultura, e dos muxoxos da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, figura emblemática do PT.
Wagner, no entanto, deve ter cautela para não pisar nos calos dos seus tradicionais aliados, e não adotar a mesma postura do prefeito de Salvador, João Henrique, o qual, sem a menor consideração com seus aliados originais e outros, trocou 60 auxiliares diretos em 3 anos. Foi reeleito, mas, paga um preço altíssimo diante das amizades, dos princípios, da coerência e a da ética.
O governador é mais cauteloso. Tanto que, só agora, ao completar 2 anos de governo faz a primeira mexida. Tímida. Mas, o suficiente para lhe garantir uma folga na ALBA e até enfrentar uma possível dissidência com o PMDB, bancada que se reuniu ontem e retornou à luz mais mansa.
Ninguém mais do que o próprio Wagner sabe que 2009 é ano de acontecer. No meio do caminho tem essa crise internacional da economia que vai atrapalhar sua vida. Então, o governador está com a missão de acelar em duas frentes, sem freios, e sem direito a cometer deslizes.