Esportes
Zé de Jesus Barrêto
22/10/2019 às  12:18

VACILOU DANÇOU Bahia leva virada do Ceará, em Pituaçu

Com derrota, Bahia deixa de entrar no G6




  Com dois gols de cabeça do zagueirão Luis Otávio, escorando cobranças de escanteio, nos minutos finais do jogo, o Ceará derrotou o Tricolor (2 x 1 ) de virada, em Pituaçu, frustrando o torcedor que quase encheu as arquibancadas e já comemorava o triunfo.  Mas a defesa deu mole e os cearenses acreditaram, lutaram até o final e mereceram.

  Vimos um Bahia apático na primeira etapa e com a defensiva desatenta nos minutos finais. Alguns atletas renderam muito abaixo do esperado, desligados, errando muito. Daí, o castigo no final. Teve jogador reclamando, estranhando o gramado de Pituaçu; e teve torcedor dizendo que as manhas pretas no manto tricolor pesaram, deram azar. Será?

  Os dois jogos que o Bahia perdeu em Salvador, na competição, até aqui, aconteceram em Pituaçu  (contra o Santos  e, agora, o Ceará).

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  Com o resultado, o Ceará foi  a  29 pontos e escapou da zona de degola no final da rodada; já  o Bahia estacionou nos 41 pontos, em 8º lugar; se vencesse, estaria em 5º. Mas não jogou pra isso.

 

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Ações afirmativas

- Os atletas do Bahia entraram em campo com as camisas (padrão  tricolor) manchadas de preto, uma alusão e protesto, um alerta para o desastre ambiental que vem acontecendo há mais de 40 dias nas praias do litoral de todo o nordeste do país - do  Maranhão à Bahia –, tomadas por camadas de um óleo negro viscoso (petróleo, betume?), do qual não se sabe a origem, o local, a extensão  e a causa do vazamento ou derrama, até agora. Toneladas dessas  manchas de petróleo têm sido retiradas da areia e das pedras, diariamente, nas localidades atingidas  por agentes públicos e voluntários, que tentam mitigar os prejuízos. A  mancha já atingiu mais de 180 municípios da região nordeste.  

 Em nota, o clube se manifestou oficialmente:  “O problema é seu. O Problema é nosso. Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?”

 É mais uma ação, um posicionamento do Núcleo de Ações Afirmativas do E C Bahia. Mas, e o futebol em campo?

 

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  Na ‘maldição’ de Pituaçu  

- Duelo, clássico nordestino, tradição de rivalidade. Jogo duro. O Bahia, com 41 pontos, em oitavo lugar buscando ficar entre os seis primeiros colocados, almejando uma vaga para disputar  a Libertadores das Américas paroano; o Ceará, 26 pontos, em 17º lugar, buscando fugir da zona de rebaixamento.

 - Noite primaveril de quase verão, céu limpo, casa cheia. O ‘Vovô’ todo de branco, com detalhes em preto.  Os atletas cearenses entraram em campo com uma luva preta em uma das mãos, aderindo ao protesto do Tricolor contra a poluição, o desastre nas praias/litoral nordeste.

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  Com a bola rolando ...

- A partida começou com as duas equipes cautelosas, marcando muito, sem dar espaços ao adversário, ritmo cadenciado. Aos 11’, a primeira boa investida do Tricolor, com Guerra acionando Élber na esquerda; o cruzamento saiu rasteiro mas Gilberto foi travado por Luis Otávio na hora do arremate. Só aos 28’ o Ceará chutou uma, de longe, para Douglas trabalhar um pouco.  Um jogo em banho-maria.

 - Aos 35’, Nino achou Gilberto em condições na área inimiga, mas novamente o avante foi travado na hora do arremate pelo becão Luis Otávio. Dois minutos depois, Guerra tentou da entrada da área, um peteleco nas mãos do goleiro Diogo Silva.  

 - O Vô, quando recupera a bola, periga. Aos 40’, batendo falta da direita, o lateral João Lucas  buscou o ângulo, mas Douglas salvou voando e triscando com a ponta dos dedos pra escanteio. Foi o lance de maior perigo na primeira etapa.

  - Um Bahia travado e pouco inspirado; alguns jogadores meio sonados, com as pernas pesadas, como Gilberto, Artur, Élber, Guerra... Estariam estranhando o gramado de Pituaçu ou as manchas pretas na camisa estariam pesando?   Os cearenses  pareceram mais ligados, mais acesos, com mais apetite.  Não foi um bom primeiro tempo.

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  - O Tricolor voltou dos vestiários com Marco Antônio no lugar de Guerra, que já estava com cartão amarelo. Em tese, uma modificação mais ofensiva, mais dinâmica.

  -  Aos 5’, Lima livrou-se da marcação, já dentro da área tricolor, e deu um bico; a bola desviou em Juninho e raspou o poste, quase !  Na cobrança do escanteio, bate-rebate e Douglas salvou. Na sequência, Marco Antonio acionou Élber, na esquerda, ele cruzou do fundo e Artur chegou batendo, de frente, por cima, perdendo grande chance.   Ficou animado, de repente. Lá e cá, aberto. Mais corrido.

  - O Vovô em cima, apertando, querendo mais,  dando trabalho à defensiva baiana, ganhando mais os rebotes e as divididas. Roger tirou Élber, desligado, e pôs Arthur Caíke;  aos 18 minutos, lançou Fernandão no lugar de Gilberto, estranhamente fora do ar, sem tempo de bola, errando tudo.

 - Aos 22’, Marco Antonio puxou um bom contragolpe, enfiou para Arthur Caíke que  entrou de cara, dividiu com o goleiro, trombou e a bola foi a escanteio. O torcedor acordou e o time em campo reagiu, foi pra cima, respondeu. Mas,  aos 27’, batendo falta, Pedro Ken assustou.

 - Gol ! 1 x 0 Bahia, Artur, aos 30 minutos. Marco Antonio bateu falta da direita, e o baixinho Artur foi mais rápido que a zaga cearense, antecipou-se, testando, fulminante. O gol incendiou as arquibancadas.

  - Mas o Ceará não esmoreceu, estava vivo. Aos 34’, Douglas fez milagre, espalmando uma cabeçada, a bola entrando pelo alto.  O Vô em cima, o Bahia atrás, segurando...

  -  Gol ! Ceará, 1 x 1, aos 41 minutos. O zagueirão Luis Otávio, de cabeça, escorando o escanteio cobrado da direita. Subiu mais que a zaga baiana e testou pra baixo, indefensável. Cochilo na marcação.

  - Aos 43’,Marco Antonio limpou de fora e bateu, por cima, com perigo. Aos 45’, depois de outro vacilo da zaga tricolor, quase o Ceará fez. Nino salvou. Aos 47’, depois de uma rebatida errada de Geovanni, Ricardinho  pegou de fora e Douglas salvou.

  - Gol !  2 x 1 , a virada do Ceará, aos 48 minutos. Novo escanteio, outra cabeçada de Luis Otávio, dividindo com Douglas e zagueiros pelo alto.

    Vaias do torcedor, no final, desolado. O Ceará mereceu, pela garra, porque acreditou até o final. E saiu da zona do rebaixamento com o resultado.  Já o Bahia...   um time sem inspiração.

 

Destaques   

No Bahia, Douglas fez duas ou três defesas espetaculares. Flávio, o mais vibrante.  O miolo de zaga falhou, entregou no final. Giovanni não existe, Guerra também nada jogou.  De um modo geral, atuações individuais abaixo do esperado.

 No Ceará, a fibra, a vontade.  Luis Otávio pelos dois gols e pela atuação defensiva, o melhor em campo.  

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Escalações

- Bahia : Douglas, Nino, Lucas Fonseca, Juninho e Geovanni; Flávio, Gregore e Guerra;  Artur, Gilberto e Élber.  Técnico, Roger Machado.

- Ceará : Diogo Silva, Cristóvam, Luis Otávio, Tiago Alves (Valdo) e João Lucas; William, Ricardinho e Pedro Ken (Leandro Carvalho); Bergson, Lima (Matheus) e Felipe Silva.  Treinador, Adilson Batista. 

  Arbitragem paulistana, com VAR; no apito, Luis Flávio de Oliveira.

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  Na próxima rodada, sábado à noite, às 19h, já de volta à Fonte Nova, o Tricolor recebe o Internacional (RS).

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 No outro jogo da noite de segunda, fechando a 27ªrodada, Botafogo  2 x 1  CSA.


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