A Boa Mesa
Dom Franquito
16/05/2014 às  10:03

DOM FRANQUITO prova tamales maya e o assado de los altos no El Fogón

El Fogón de Jovel é o mais bonito e melhor restaurante de San Cristobal de Las Casas, México, em comida típica local


O melhor e mais bonito restaurante de San Cristobal de Las Casas se chama "El Fogón de Jovel". De prima, imagina-se que se trata da referência a algum dono de restaurante, el señor Jovel, pero, não se refere ao nome de um homem e sim da cultura local maya, o Vale do Jovel, lugar de pasto grande entre montanhas, onde os mayas cultivavam milho desde 1.300 a.C.

   San Cristobal de Las Casas, antiga Cidade Real, de 1535, é um sitio histórico que está no coração do estado de Chiapas (águas que chiam, que descem das montanhas), embora não seja mais a sua capital e sim Tuxtla Gutierrez. Mas, o charme, o encanto, a magia está en San Cristobal (alguma semelhança tem com Ouro Preto) e no "El Fogón de Jovel" se encontra a culinária zoques e chiapaneca, tradicionalissima, a base de milho.

   O lugar parece cinematográfico. É como se o cliente estivesse entrando num daqueles pátios dos filmes mexicanos com arcadas, tipo monastério, imensa área coberta, mexicas barbudos (dos filmes) aparecendo armados até os dentes com trançados de cartucheiras atirando em potes e candeeiros. 

   Tem-se essa impressão, incluindo o acesso com aquele modelo de porta de sallom de cowboys do velho Oeste com duas bandas que se abrem e se fecham assim que o cliente entra e/ou sai.

   A decoração do "El Fogón" é primorosa, com bandeiras, armas, quadros, candelabros, sombreros, potes, sambambaias, orquídeas e assim por diante. Fomos recepcionados, como os demais clientes, por uma dupla de mexicas que executava uma marimba de madeira e optamos por sentarmos quase ao centro do pátio para ter uma visão melhor da casa.

   El señor Diaz, que nos atendeu, se vestia como os antigos mayas.  Todos os garçons se vestem com trajes típicos regionais, sandá lias de couro, um saiote e sombrero. Na entrada há um fogão enorme decorado com motivos mayas - jamóns, milhos, pimentas, alho, pimentões, feijão, etc - onde uma jovem senhora produz tortillas numa trempe aquecida com tições.

  Yo e la señora Bião de Jesus ficamos sem saber por onde começar. Se por uma parrillada chiapaneca de cinco carnes ou por um jamon planchado para dar início à nossa farra, aos nosso trabalho.

   Disse-lhe: - Vamos com calma porque são muitas as opções e poderemos nos atrapalhar.

   Respondeu-me: - Que pressa teria yo num lugar tão agradável como este! - admirou-se com minha arguição e ajustou o visual para uma foto.

   - Ninguna, respondi, testando meu espanhol, produzindo a picture e adicionando a nossa informal conversa que iria consultar o mâitre.

   - Consultemos entonces el señor Diaz e abriremos el dia com marrgueritas clássicas, de lemón, sugeriu la señora Bião já arranhando no portunhol.

   Diaz recomendou que, de entrada, para acompanhar as margueritas, pedíssemos los tamales (tortas) chiapanecos, cinco diferentes petiscos culinários que os antepassados mayas produziam para agradecer a Yun Kaax, el dios del maiz (o deus do milho), preparados em folhas de plátano (banana) e milho, com pollo (frango) e guisado de mole (porco) com batatas, tomates e ervilhas; e mais outro com recheio de queijo e pimenta a gosto.

   Óbvio que acatamos a sugestão do camarada Diaz e ficamos astuciando as pessoas que frequentavam a casa, os clientes que iam chegando e saindo, a música regional marimbeira e bebericando as margueritas, por sinal, muy deliciosas.

   Quando los tamales chegaram a mesa, la señora Bião torceu um pouco la nariz, mas, fomos provando cada uma das cinco especialidades. Diria que el dios del Maiz tinha bom apetite, embora a nosotros a comida era admirável apenas pelo inusitado.

   - Este aqui parece um abará, apontou a señora Bião de Jesus, pondo um pouco de pimenta de arbol nas bordas.

   - Todo cuidado é pouco com esta pimenta, adverti-lhe. 

   Em instantes, ela já estava a se queixar do ardor da abrol e a pedir com urgência uma gelada para aliviar seu sofrimento. Só não dei risadas temendo uma sombrerada.

   Na terra dos outros tem que se adaptar aos pratos regionais com toda cautela. A comida mexicana (como a indiana), por natureza, é muito apimentada.

   De principal, depois de degustarmos os tamales, Diaz recomendou e aceitamos sua indicação para saborearmos o prato espiritual dos indigenas tzotsile, o asado de los altos, um assado de suave carne de borrego criado nas santas montanhas de Chiapas, feito ao calor de la plancha.

   Meu nobre leitor, minha nobre e querida leitora, lembrei-me do marquês da Placaford, dom Eujácio, quando o assado chegou à mesa. Era a própria montanha de Chiapas tal a quantidade servida. El borrego deveria ser mesmo mágico.

   Hablamos para el señor Diaz: - Mais margueritas e unas geladas para encarrar essa montanha chaiapaneca.

   E assim seguimos ouvindo a marimba e imaginando que pudesse entrar algum cowboy naquele saloom a dar tiros nos mexicas obrigando a deitarmos embaixo das mesas como nos filmes de cowboy. Mas, nada disso aconteceu.

  Saimos felizes, sãos e salvos, a andar pelo centro de San Cristobal por uma rua que se chama Andador Turistico. Mais romântico, impossível. Yo com minha paloma negra de mãos dadas.
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Restaurante El Fogón de Jovel

Av 16 de Septiembre, 11

Centro Histórico, San Cristobal de Las Casas, México 

Fone (967) 6781153 (967) 6783145

info@fogondejovel.com

www.fogondejovel.com

Abre a partir do meio dia até às 21h30min

Nos finais de semana é bom fazer reserva

Média de preço do prato regional R$30,00

Cartões internacionais Visa e American Express


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