Política
Tasso Franco
24/07/2019 às  09:39

GOVERNO DO PT NA BAHIA SEMPRE USOU OBRAS DO GOVERNO FEDERAL COMO SUAS

Historicamente isso vem acontecendo desde o primeiro governo Jaques Wagner


  1. A decisão do governador Rui Costa de não ir a inauguração do novo aeroporto de Vitória da Conquista, batizado de Glauber Rocha, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, já era esperada no meio político. Rui, em video, alega que o evento a acontecer na terça-feira, 23, terá cunho político-partidário fechado para poucos e ele desejaria que fosse um ato público com a participação da população. 

   2. Não é bem isso, mas, cada qual tem sua opinião e temos que respeitar a do governador do Estado, o qual recebeu apoio do presidente da Assembleia Nelson Leal e dos senadores Otto Alencar (PSD), Angelo Coronel (PSD) e Jaques Wagner (PT), os três alinhados com o governo baiano.

  3. Trata-se, óbvio, de uma decisão política para não encher a bola de Bolsonaro e muito menos do prefeito de Conquista, Herzem Gusmão (MDB), que derrotou o PT em 2016, faz uma gestão apenas mediana, mas, ainda assim, sem sinais de corrupção, e é candidato à reeleição, em 2020. E o aeroporto é uma peça chave nesse processo uma vez que o governo do Estado sempre 'vendeu' à população que se tratava de uma obra do seu governo e não com recursos majoritários do governo federal.

  4. Herzem Gusmão trabalhou bastante para trazer Bolsonaro a Conquista, pois, sabe que a inauguração do aeroporto embora não marque sua gestão, não tem o teor de uma municipal, lhe fortalece politicamente na medida em que o PT, no seu município, não poderá dizer que se trata de uma obra do governo estadual petista e tira o discurso dos seus adversários, em 2020.

   5. O PT na Bahia, desde a ascensão de Jaques Wagner, em 2007, vem usando as obras do governo federal como se fossem suas, vide os inúmeros Minha Casa Minha Vida, o Metrô de Salvador, a Ferrovia Leste-Oeste, o Água para Todos e outros. 

   6. Rui seguiu na mesma pisada quando assumiu seu primeiro mandato ainda no governo da então presidenta Dilma Rousseff e deu continuidade no governo Michel Temer, o qual dava pouca ou nenhuma importância a isso. Só que, agora, tem-se o governo Jair Bolsonaro frontalmente contrário ao PT e não vai deixar que as obras federais sejam exploradas por seus adversários ou aliados.

   7. As obras serão compartilhadas pois sempre há, em todas elas, contrapartidas dos estados e municípios. É o caso do aeroporto de Conquista onde o estado investiu - segundo o governo - R$31 milhões e a Prefeitura, idem, uma vez que os acessos para se chegar ao aeroporto são obras municipaís. 

   8. Rui perde e ganha em não ir a Conquista. Ainda é prematuro dizer-se se perde mais do que ganha. No pleno estado (e nacional) pode até ganhar, pois, se posiciona firmemente contra Bolsonaro presidente que chamou os governadores do NE de 'paraíba'; mas, no plano local perde uma vez que ficará claro para a população de Conquista que a obra é federal e caberá a Herzem Gusmão fazer seu marketing em cima disso.

   9. Há, na Bahia, o caso histórico do metrô de Salvador cuja obra o PT pegou andando e já inaugurada pelo então prefeito João Henrique/João Leão, o metrô calça curta até o acesso Norte, mas, que o PT passou a mão e ficou para sí. 

   10. Hoje, aos olhos da população quem fez o metrô foi Wagner/Rui quando na verdade a obra era da Prefeitura, Imbassahy deixou-a com 65% pronta em infra-estrutura os 12 km iniciais; João Henrique modificiou o projeto com Palloci e concluiu a primeira etapa; Neto passou o metrô para o Estado (um erro político) e Wagner retomou a obra até Pirajá colocando os trens para andar.

   11. Daí Rui seguiu na linha 2 até o Aeroporto via Paralela tudo que já tinha sido projeto no governo Imbassahy. Méritos para os governos Wagner e Rui, mas, não se pode apagar a inicial. E foi apagada pela propaganda do PT excluindo quaisquer citações a Imbassahy e JH, assim como ao governo federal, como se a obra fosse do governo do Estado.

   12. No aeroporto de Conquista dá-se o mesmo só que agora Rui enfrenta um presidente que deseja participar do bolo do aniversário e um prefeito que deseja à reeleição. E Bolsonaro tendo ou não contribuido para a obra é o presidente da República e o dinheiro majoritário é do governo federal. 

   13. Só mais uma lembrancinha: Paulo Souto trouxe a Nestlé para Feira de Santana no final do seu governo, mas, perdeu a eleição para Wagner. Ora, no dia da inauguração da Nestlé, Wagner governador, foi ele quem recebeu todas as honras. 


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