Política
Tasso Franco
02/11/2012 às  12:38

O QUE MUDA NA SUCESSÃO DE WAGNER COM ELEIÇÃO DE NETO

Governo deve re-arrumar a casa, contemplar melhor os aliados e ser mais dinâmico, em 2013, senão terá muitas dificuldades na sucessão, em 2014


  A eleição de ACM Neto para prefeito de Salvador trará novos componentes à sucessão do governador Wagner, em 2014. Evidente que, se o PT tivesse ganho o pleito na capital e também em Vitória da Conquista, o governador estaria mais forte para conduzir sua sucessão de forma mais tranqüila, com a natural hegemonia petista na cabeça da chapa majoritária.


   Isso ainda é possível, mas, vai depender da re-arrumação da base governista, especialmente PSD/PP/PDT e PSB com espaços mais generosos no governo (é o que se supõe) diante do que emergiu da vontade popular das urnas municipais, e de uma melhor gestão estadual, em 2013.

   A eleição de Neto, de certa forma, favorece esse grupamento (PSD/PP/PDT e PSB) na medida em que, as oposições se apresentarão mais competitivas (e provavelmente unidas) e isso pode gerar uma mudança de suas posições forçando o governo a atendê-los de forma mais carinhosa. São freqüentes queixas de deputados estaduais da base na Assembleia de que o governo atende os petistas de uma forma e os “outros” de outra forma.

   Recentemente, o deputado Alan Sanches, PSD, comentou na tribuna da Casa Legislativa que, tinha 40 dias querendo marcar uma audiência com o secretário César Lisboa, da Serin, e não conseguia. E observem que este é o secretário político, de articulação.

   Veja, também, que o deputado Marcelo Nilo, PDT, presidente da Assembleia Legislativa já deu o primeiro passo ao conversar com o governador sobre a possibilidade de continuar presidindo a Casa Legislativa por mais um mandato (4º consecutivo, 8 anos) e imagino que terá sucesso em sua empreitada, pois, não seria interessante para Wagner abrir um ambiente de confronto no legislativo logo no inicio de 2013, visto que o PT só tem um candidato com capacidade de aglutinação (Rosemberg Pinto), vinculado ao pré-candidato a governador Sérgio Gabrielli.

   Outro nome da base governista citado numa provável disputa com Marcelo seria Gildásio Penedo, PSD, vinculado ao vice-governador Otto Alencar e ex-crítico voraz de Wagner quando fora líder da oposição na primeira gestão do petista. Seria, neste caso, trocar o seis por meia dúzia (PDT por PSD) sem que o PT chegasse ao topo da direção da ALBA, pondo o “fantasma” Otto na linha de frente da sucessão.

   Não creio que Wagner vá para o conteste com Marcelo. O melhor neste momento para o governador é emplacar Nilo para mais um mandato e cobrar-lhe a fatura: “Você já teve a ALBA pela 4ª vez e, portanto, não terá vaga na chapa majoritária”. Ademais, Nilo é fidelíssimo a Wagner.

   Hoje, a majoritária é composta por Wagner (PT), Otto (PP) e mais os três senadores: João Durval (PDT), Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT). Na próxima eleição a chapa será menor porque a renovação do Senado será de 1/3. Então, teremos: 1 candidato a governador; 1 candidato a vice-governador; e 1 candidato a senador.

   Como Lídice da Mata já é senadora, o PSB está contemplado. Opa! A senadora Lidice da Mata se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, for candidato a presidência da República pode, por imposição partidária, ser candidata a governadora. Em 1990, saiu candidata a governadora na chapa Lídice/Salete/Beto (chapa Rosa Choque) e, por pouco, não levou a eleição para o segundo turno, vencida por ACM por pequena diferença.

   Se aquela eleição fosse para o 2º turno, o governador teria sido Roberto Santos (PMDB), provavelmente.

   Visto assim, ainda de longe, o PSD, que hoje integra a vice na chapa do PT (2010) saiu fortalecido das urnas, pode se manter nessa posição majoritária PT/PSD com PP; pode ser também PSD-PT-PP dentro dessa nova realidade.

  Hoje, nas oposições, estão postas as candidaturas de João Henrique (PP – há informes dando conta de que este partido não lhe dará a legenda); Geddel Vieira Lima (PMDB); 1 nome do PSOL; 1 nome do PRB (só para testar); o DEM não tem nome à vista (Paulo Souto com duas derrotas será improvável); o PSDB só tem Imbassahy, mas, este esta escaldado e já disse que não entra em aventura.

   Se as oposições tiverem algum juízo se unem e apóiam, em bloco, Geddel (ainda que eu considere o nome de Lúcio mais leve, politicamente). Ao que se comenta teria havido um acordo para que o PMDB apoiasse Neto prefeito, e esse apoio foi importante para a vitória de Neto, e em troca o DEM apoiaria o PMDB, em 2014.

   Tem apenas que considerar o movimento das nuvens (políticas) e, como aconteceu com Neto, em SSA, ter um nome que caía no gosto da população sendo a voz oponente ao governo Wagner e seu modelo de gestão.
 Também não se deve menosprezar João Henrique. Se não conseguir manter a legenda do PP, seu partido atual, o que parece muito difícil, pois a cúpula petista fala, hoje, “cobras e lagartos” de João, ele pode ir para outro partido e pronto. Se tiver algum tempo (razoável) de televisão é competitivo.

   Pelo âmbito do PT fala-se no nome de Sérgio Gabrielli, que seria o candidato “in-pectore” (do peito) de Lula e em Rui Costa, o nome preferencial de Wagner. Diria que na tese Lula/Haddadiana, de renovação, o nome de Costa é melhor. Jovem, sem arestas, sem rabo de palha, creio ser mais palatável do que o de Gabrielli. Fala-se também em Pinheiro, de fato, o único senador da base que entrou de cabeça na campanha Pelegrino. Mas, Pinheiro, diz-se, não tem nem a simpatia de Lula; nem de Wagner. 

   Dificilmente o PT vai cair na esparrela de 2008 quando fez uma disputa interna para a Prefeitura de Salvador (Pinheiro x Pelegrino) para dar sair o nome. Ao que tudo indica, o nome sairá o colete. Como Lula está muito forte, a sintonia é por ai.

   Esse é o quadro numa análise mais geral com as devidas alterações que se processarão ao longo dos anos.


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