29/07/2017 às  18:26

OFT IN THE HEAD, olhar diferenciado no cinema

O final do filme é atípico porque permite várias interpretações para à cena final


oft in the head.   ( Cabeça Oca ), dirigido por Nathan Silver, 2011, EUA. Até parece que as pessoas podem escolher quem elas querem, na real acontece o inverso disso; Para se formar um casal, ou seja, ou trocando em miúdos, o que chama atenção de uma pessoa são as características incomuns à sua personalidade. 

Não à toa vemos tantas desilusões amorosas onde um lado só está afim mesmo de alguma coisa. Pois bem esta é mais ou menos a sinopse do filme assistido do diretor Nathan Silver na Sala Alexandre Robbato, em Salvador, e com direito a um debate com próprio norte-americano após a sessão. 

Quando o indaguei do porquê ele teria tanta tara em falar de gente, e em se tratando de pessoas, porque gostara de levá-las sempre ao seu extremo? 

O diretor respondeu-me gentilmente que o tema “pessoas e seus relacionamentos” eram retratados em seus filmes porque este tem uma profunda admiração pela psique humana, afirmando que se não fosse cineasta seria um psicólogo, certamente.

 Ainda completando sua resposta a minha pergunta o diretor respondeu-me que mexiam com personagens viscerais e intensos por achar que a personalidade humana era um traço genético e por isso imexível pela convivência social ou por ordens políticas.

O diretor afirmara com todas as letras que por mais que nos esforcemos em mudar os nossos genes de personalidade por algum motivo social, estes sempre estarão dando “às cartas” primeiro, pois eles, os genes, são os que comandam as nossas decisões no final das contas. 

O enredo do filme é basicamente isso escrito linhas acima, entretanto o aprofundarei um pouco mais; É o seguinte: O filme já começa intenso com um briga entre um casal onde a menina chora pedindo perdão por alguma merda que fez a seu namorado. 

Este que por sua vez batia-a, xingava-a, escorraçava-a e por fim e conseguinte não aceitava aos pedidos das desculpas chorosas da agora, ex-namorada. Com o chute na bunda do namorado a garota fica “sem eira nem beira”, pois agora não tinha lugar nem para dormir. 

Diante disso ela acaba por se afogar no álcool e, sem pra onde ir, conhece um padre que lhe dá abrigo. O problema é que o abrigo só tinha loucos e tarados, mas como ela era isto também ( louca ), não teve problema algum para adaptar-se, chegando inclusive, todos os dias bêbadas da rua para dormir lá. Em sua última esperança para fugir das ruas a garota pede abrigo a sua melhor amiga, já que fora escorraçada pelo abrigo cristão. 

Inesperadamente, e por ver o estado lastimável da sua amiga, a amiga de origem judia aceita deixar que ela fique por uns dias em seu apartamento. A virada ou catarse do filme sucede-se exatamente no momento em que a nossa protagonista conhece o inocente e punheteiro nerd irmão da sua amiga que lhe dera abrigo. 

O nerd quando a encontra de porre no apartamento da sua irmã se apaixona pela doidona; Esta que embriagada, tenta ( e consegue) seduzir o ingênuo cara. Nosso nerd era de família tradicional judia e seus pais exigiam que ele se relacionasse com garotas também judias, e como sabemos: nossa protagonista a qual o nerd se apaixonara de judia não tinha nada, talvez a vida tenha judiado-a um pouco demais , e só, a garota era ateia de carteirinha. 

Fato é que o nerd se apaixona loucamente pela ateia, mesmo ignorando os conselhos da sua irmã, alertando-o de que sua amiga jamais gostaria de um sujeito judeu certinho como ele. Todavia as cenas mais viscerais sucedem-se na segunda locação do longa, esta que era o abrigo que a protagonista, depois de relações cortadas com a amiga, devido a sua personalidade forte de ficar embriagada todos os dia e não arrumar trabalho, voltara ao local para ter um teto para passar a noite, ou seja, naquele lugar cristão que resolvera considerar suas decisões e reiterar a moça ao lugar.

 Como todos moradores do abrigo estavam mais ou menos na mesma situação de serem abandonados pela sociedade, existia uma relação de irmandade entre ambos, e a garota não diferente desse sentimento também entregara-se aquela a sua nova família.

 O final do filme é atípico porque permite várias interpretações para à cena final. No final da sessão o diretor disse que fez isso de propósito para que cada pessoa tirasse suas próprias conclusões e desta forma concluísse o seu final ideal, embora a palavra “ideal” não caiba nem de longe para o final do filme ou tampouco para ele como um todo. 

Como mencionado no início da crítica, trata-se de um filme intenso e visceral em mostrar as relações humanas, ou a falta delas, devido à falta de comunicação entre as pessoas, entretanto não deixa de ser uma bela de uma bomba genial deste diretor que consegue sair dos clichês dos filmes comuns que estamos carecas de ver nos circuitos comerciais e dar-mos algo que mexa conosco realmente.


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