10/12/2016 às  12:58

ELIS, o filme, buracos no roteiro e história mascarada

Para falar com diogoberni@yahoo.com.br


  Elis - O Filme, do estreante diretor Hugo Prata, Brasil, 2016. Darei-me a escolha de escrever o filme do fim ao começo. Ou seja: da morte de Elis antes do início da sua carreira. Mas por que quero fazer isso? Porque pra mim não ficou muito claro a causa da sua morte. 

  Em determinada cena, quando a cantora acaba seu segundo casamento com o pianista César Mariano, pai da Maria Rita, a cantora pede um “baratinho” para um dos seus músicos pela barra estar pesada demais e então dar uma “levantada”. 

   Supõe-se que tal baratinho seja cocaína, pois levanta o ânimo e não tranquiliza como a maconha, por exemplo. Então temos a primeira hipótese da morte da maior cantora brasileira de todos os tempos: uma overdose de cocaína. 

   Mas ou, entretanto em outra cena, a qual ela vai para a cama com o produtor de um dos seus discos Nelson Motta, este a oferece mescalina: uma droga super usada pelos doidões da geração Beat Nick dos Estados Unidos; deste modo podemos imaginar que sua overdose no final do filme seja dessa substancia já que fez uso e conhecia: Mescalina com LSD também. 

   Coloco em xeque esta questão do suicido da Elis em foco e em primeiro plano na crítica porque, como já mencionei, no filme este acontecimento não ficou nada claro, assim como muitas outras coisas do filme, o que poderíamos chamar de “buracos do roteiro”. 

   O motivo disso ( desses vexatórios buracos) talvez porque o diretor seja um cara oriundo da publicidade e logo de cara quis fazer uma cinebiografia tão emblemática, de tão tamanho gabarito como a de Elis Regina: a pimentinha, e fica evidente que o diretor de propaganda não tem bagagem suficiente para fazer tão ambiciosa cinebiografia de uma pessoa tão espiritada e geniosa como a nossa melhor cantora de musica popular brasileiro de todos os tempos.

   Voltemos aos fatores da infelicidade da obra e ainda batemos na mesma tecla: Afinal de que Elis teria ido para o além? Nas cenas parece que a overdose ocorreu só pelo álcool, diga-se uísque e nicotina, mas convenhamos que para matar alguém haja uísque e cigarros e o filme não mostra tamanhas quantidades ingeridas pela cantora, mas sim muita angústia da artista por fazer um show em prol da ditadura militar , fato este que o cartunista Henfil da famosa revista Pasquim não perdoa e a alustra como uma traidora da causa anti-ditadura militar. 

   Elis não segura a onda e rompe não só com a mídia, mas também com a indústria fonográfica ficando só com seus filhos e sem marido devido a sua fissura nas drogas, mas o filme tenta passar somente como uma alcoólatra e sabemos que Elis não era apelidada como “Pimentinha” à toa: quando sai do Rio Grande do Sul com menos de vinte anos com o pai para o Rio de janeiro, já se previa o temperamento quente e espiritado da estrela que confiava em seu taco e isso que a levou a aonde chegou: ao posto da maior cantora brasileira de todos os tempos, incluindo dando “um tapa na cara” da careta bossa-nova e seus artistas da época, mostrando que Elis vive e viverá para sempre em nossos corações. 

   Sobre o filme esse decepcionou em todos os aspectos, só não a protagonista, mas o roteiro que é o mais importante juntamente com a direção decepcionou bastante: horríveis.


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