05/09/2015 às  10:51

Expresso do Amanhã e conflito de classes sociais

Para dialogar com Berni - diogoberni@yahoo.com.br


A festa e os cães, de Leonardo Mouramateus, Ceará/Brasil, 2015. Diretamente do festival de documentários de Cachoeira, este crítico aposta neste curta metragem para ser o vencedor do
Cachoeiradoc 2015. Entretanto vamos a uma breve análise da obra fílmica. Inicialmente é importante frisar que é um tanto difícil e também perigoso misturar poesia com cinema, pois trata-se de uma tarefa dificílima em ser realizada devido as suas diferentes linguagens. 

   Todavia certos diretores conseguem dosar bem as duas coisas, entretanto é importante salientar que tal tarefa serve para pouquíssimos, somente aos que tem o dom de separar a poesia de uma obra fílmica
e a poesia em papel, pois são coisas totalmente diferentes. O curta em questão foi até agora o principal ganhador de prêmios nos festivais nacionais, e não somente por seu diretor mesclar cinema com poesia, mas também por inserir fotografia na obra fílmica e transformá-la em algo totalmente inusitado e de
bom gosto. 

  Quando refiro-me a fotografia não quis dizer de nenhum diretor de fotografia , mas em fotos reais da vida do diretor como pano de frente. Como panos de fundo tinham diálogos do diretor com amigos contando cada estória daquela foto, trocando os miúdos, tínhamos uma estória de despedida sendo
contada de uma forma genial, e talvez por seu grau de ineditismo tenha neste ano ganhado os principais prêmios do cinema brasileiro.

                                                                       *****
   Expresso do amanhã é o primeiro filme em inglês do cineasta sul-coreano Bong Joon-Ho (O hospedeiro, Mother), Coréia Do Sul, França, EUA, República Tcheca, 2013, e embora o filme seja de dois anos atrás deu somente as caras nos cinemas brasileiros neste final de semana.

   O filme é uma adaptação da graphic novel dos franceses Bernamin Legrand e Jacques Lob. Após um experimento desastroso para coibir o aquecimento global em um futuro não muito distante, o tiro sai pela culatra e o planeta Terra se torna uma grande nevasca com temperaturas mortíferas abaixo de setenta graus Celsius negativos. 

   Os que conseguem sobreviver após o péssimo experimento humano, vivem rodando o planeta através
de um trem ou em outras letras como uma Arca de Noé em forma de trem.

   Entretanto nesta arca ou trem existiam vagões que classificavam quem era do tipo classe executiva ou econômica. O trem que dava voltas pelo planeta, caso parasse todos morreriam congelados, era alimentado pela mão de obra da classe econômica que turbinava o expresso ou trem siberiano com uma espécie de combustível parecido com o carvão mineral que colocamos no churrasco.

   Em contrapartida os mais favorecidos da classe executiva desfrutavam das melhores refeições
enquanto os operários da classe econômica comiam um cereal feito de merda para terem forças e continuarem trabalhando. 

   Caso algum tivesse a ousadia de não obedecer era chibatado até a morte para servir de exemplo aos seus outros companheiros. Ainda assim o grupo de operários conseguia se articular para uma estratégica revolta e chegar até o primeiro vagão do trem a fim de tomar o comando da máquina que não podia se render a estática do movimento nulo, caso isso acontecesse não adiantaria nada o esforço da revolta dos operariados, pois com o trem parado o frio juntamente com a poluição do ar mataria tanto as
classes: econômica e executiva em questões de minutos, segundos até.

   Fato é que de tanto rodar a Terra teve uma hora que o líder da classe econômica resolve dizer: “independência ou morte! ou morremos de tanto trabalhar ou de frio, tanto faz para nós, vamos tentar invadir e pegar o comando”. 


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