08/08/2015 às  11:21

Aliyah, um filme francês cativante

O Enigma Chinês, de Cédric Klapisch com Romain Duris, 2014, França. Após dez anos os personagens do ótimo filme Albergue espanhol voltam às telas.


 Aliyah, na primeira direção de Elie Wajeman, França, 2011. O termo Aliyah significa voltar as origens os judeus que estão fora de Israel , mas não somente isso; Aliyah também tem a ver com uma elevação moral e espiritual, trocando em miúdos o termo judaico Aliyah não deixa de estabelecer uma relação de quem consegue obter o visto para morar em Israel como um tipo de medalha para quem quer ser espiritualmente elevado ou até serviria como um “pedágio” para Jesus enxergar de uma forma melhor a quem toma ou decide tomar esse rumo. 

   No filme temos Alex, um homem de vinte e sete anos que sobrevive em Paris traficando maconha. Ele tem um bom carro, casa, uma boa vida, mas falta a tal espiritualidade superior, tendo, portanto poucos amigos, nenhuma namorada e um irmão mais velho que é um mala. 

   Alex tinha de se sustentar ele e o irmão, que só se metia em confusão e não era esperto como o caçula, este sempre que tendo entrar com muitos euros para safar a pele do sujeito sem talento. 

   A dependência emocional para com o irmão mais velho é estabelecida por ambos terem se criados sozinhos praticamente, e o irmão mais velho ter sido um pai para ele, embora o verdadeiro ainda estivesse vivo, porém pouco ligava para aqueles dois marmanjos que não queriam nada com nada em suas vidas, diferente da mãe que morrera ainda quando eram crianças e ambos tinham um vinculo afetivo bem mais intenso do que o pai, indo visitar o cemitério da falecida e tudo o mais. Pois bem, com a nítida, embaraçossa e complexa  relação com seu irmão.

    Alex, que também por ser uma pessoa complicada, resolve aceitar o convite de um primo para abrir uma lanchonete em Tel Aviv, capital de Israel, se desfazendo assim de uma vez só a sua saída do tráfico e a  quebra de elo que tinha com seu irmão mala.

   Entretanto para realizar tamanho sonho Alex teria que levantar uma boa quantia de dinheiro para dar com entrada na lanchonete, e isto só vendendo erva, ele não tinha. Nosso protagonista decide então levantar tal grana traficando cocaína; Seria a última ida ao tráfico em custa da sua liberdade. 

   As vendas iam bem até o irmão mala aprontar novamente e estragar tudo. Em meio à confusão
familiar surge na vida de Alex uma bela estudante que conhecera em uma festa judaica através da sua ex-namorada. 

   De fato existia uma química boa entre ambos, mas o protagonista ainda que apaixonado não pensasse em outra coisa senão em mudar-se para Israel e assim pagar suas dividas existenciais com o senhor Jesus dos judeus. 

   No último encontro do casal, a bela loira dá sua última cartada para ter o cara com ela em Paris. Cartada esta que faz da mais bela cena da obra fílmica, onde a moça desenha símbolos em um guardanapo do restaurante do encontro, onde cada símbolo representaria a história do que os dois tinham vivido, e obviamente o último pedido de “fica” para Alex. 

   Pela Aliyah, ou seja, em prol de um conhecimento maior o namoro dos dois não engata e Alex vai procurar seu autoconhecimento sozinho e ainda não achando que merecera aquela enormidade de mulher. 

   O filme cativa porque, apesar de chegar aqui somente este ano e ser uma produção feita em 2011, mostra que o cinema francês consegue se reinventar e ainda ser o protagonista na sétima arte em solo
europeu. Sem dúvidas é a melhor pedida para um cine neste final de semana, pois o filme é bem feito e ainda por cima te faz pensar.
                                                                                          *****
   O Enigma Chinês, de Cédric Klapisch com Romain Duris, 2014, França. Após dez anos os personagens do ótimo filme Albergue espanhol voltam às telas. 

   Dessa vez, obviamente todos estão na casa dos quarenta, já com filhos e alguns bem resolvidos, outros nem tanto. Na segunda leva, ou seja, os que não estão ainda resolvidos encontra-se o protagonista tanto do Albergue Espanhol como desta continuação de O Enigma Chinês; Trata-se do escritor parisiense Xavier que agora tem dois filhos e mulher. Apesar das suas duas lindas crias o casamento passa por uma crise por não ter mais aquela chama de antigamente. 

   A consequência disso é um par de chifres imposto pela sua esposa inglesa quando vai a um congresso de roteiro em Nova Iorque. O escritor faz pouco caso já que a gota d`’agua fora ele que tinha dado a seu casamento dando uma “mãozinha” para sua melhor amiga engravidar, casada com outra mulher.

   Confusões à parte a história gira o globo e saí da Europa a vai para os EUA, mas precisamente Nova Yorque onde agora iriam morar a ex-esposa do protagonista com seus dois filhos e sua melhor amiga. Por tais circunstâncias o escritor resolve se mudar também pra lá para não ficar longe dos filhos. De inicio e sem nada em vista o cara estranha tudo: Modo e estilo de vida, cultura, etc. Todavia o escritor , depois de um tempo na cidade, resolve dançar conforme à música e até office boy de bike nas ruas do brooklin ele encara ser para conseguir se sustentar, pois de escrita ninguém vive ou quase ninguém tirando um Paulo Coelho da vida. 
Neste vai e vem de New York City o protagonista consegue arrumar um casamento falso para conseguir o Green Card. O filme é falado em duas línguas: francês e inglês, sendo que a primeira é mais praticada. 

   A engenharia da obra fílmica é fascinante, pois permite a quem assiste se colocar nos dilemas dos personagens em cenas como por exemplo o escritor chama Hegel e Choppenhag  para divagar seus dilemas existenciais. 

   O filme é uma continuação de um outro, mas isso não impede uma total compreensão  da história por ela mesma. Porém voltando ao filme este queria mostrar que a literatura pode imitar a vida, com as situações de seus personagens servindo de inspiração para as linhas do livro do protagonista, este que somente fica pronto quando o personagem resolve sua vida, e segundo ele quando a vida está sem problemas não existem dramas a serem escritos, e por isso sua inspiração acaba junto com seus dramas, bom filme. 


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