12/04/2014 às  11:31

Bastardos e a lição sobre confiança nas pessoas

Refém da paixão, dirigido e roteirizado por Jason Reitman, com Kate Winslet, EUA, 2013


  Bastardos (Les Salauds), dirigido por Claire Denis e protagonizado por Vincent Lindon, França, Alemanha, 2013.Em certas circunstâncias as pretensões acabam ofuscando a realidade. Pois bem: esse é o caso de Bastardos. 

  Não é que o filme seja ruim, mas clareza em um roteiro é elemento importante, até mesmo para filmes como Bastardos que tem a pretensão, e nesse caso consegue êxito em nos tirar da zona de conforto e fazer pensar. 

  A trama se inicia com um telefonema para o protagonista, um capitão que se encontrava em alto- mar trabalhando. O telefonema dizia que o capitão teria que voltar em terra, pois seu cunhado tinha se suicidado. 

   Como “lobo do mar” o capitão acha um tanto estranho o suposto suicídio do cunhado e começa a investigar o que realmente se sucedera. Para avançar em sua investigação ele se envolve com a vizinha da sua irmã e acaba descobrindo que ela, sua própria irmã, tinha culpa “no cartório” pela morte de seu esposo. 

  O morto era um alto executivo de uma multinacional e a causa de seu óbito estava esclarecida, até para a policia, antes de o capitão começar a duvidar das intenções e silêncios das respostas da irmã e agora viúva. Provas sobre provas começam a surgirem quando nosso protagonista começa a investigar clandestinamente o caso e a “casa cai” no final das investigações para quem de fato tinha culpa no cartório. A nítida mensagem do filme é concisa e clara: No mundo cão de hoje confiar em tudo beira a “otariçe”, belo filme.
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  Corações Sujos , de Vicente Amorim, Brasil, 2011. O escritor Fernando Morais não tem muita sorte mesmo quando suas obras são adaptadas à sétima arte, salvando um ou outro exemplar, como por exemplo, fora o caso de Xingu na saga dos irmãos Villas Boas em uma aproximação do homem branco com os índios. 

   Todavia esta sorte não se teve na tela grande Corações sujos, que conta a história de imigrantes japoneses residentes na capital paulista e estes insistem em não acreditarem no final da segunda guerra mundial.

   Escreveria até que tal adaptação cinematográfica não só fere a sua homônima obra literária, mas principalmente ridiculariza a história do povo japonês que em solo Brasil vive. Como mencionamos os japoneses mais samurais não aceitam a perda da segunda guerra e se comportam em pleno bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, como ainda combatentes de guerra.

    Forma-se então um pacto entre eles no qual este é baseado em que quem desse “trela” e acreditasse que o Japão tivesse perdido a guerra seria sangrado até sua morte, e isto independia se o fulano fosse de origem japonesa ou não, mas se o fosse o castigo e a morte seria bem pior, pois espera-se traição de um povo outro, mas se esta vem de sua própria origem para os samurais verdadeiros isso era inadmissível. O filme é falado em português e japonês e de certa maneira tenta, mas não consegue homenagear a cultura japonesa. Como diz o ditado: De boas intenções o inferno está cheio. Bola fora. 
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  Refém da paixão, dirigido e roteirizado por Jason Reitman, com Kate Winslet, EUA, 2013. Os romances hollywoodianos passam hoje por uma crise de péssimos roteiros e este filme não foge a regra. Todavia vamos embarcar nesse enredo climatizamente rodado nos EUA de 1980;
É o seguinte: Temos uma família constituída por mãe divorciada e um filho de treze anos. Como de costume em determinado dia do mês os dois vão ao supermercado para comprar seus mantimentos mensais. Em uma ida dessas o garoto é interpelado por um homenzarrão com um ferimento na barriga. Com a lábia boa o homem acaba fazendo amizade com o garoto e este o apresenta a sua mãe que estava em outro setor do mercado. 

   Após isso o sequestro se inicia com o homem obrigando que os dois entrassem no carro deles e o lavassem para sua casa. Tratava-se de um fugitivo da cadeia por crime passional. Fugiu do hospital quando estava tirando sua apêndice e por isso andava mancando por estar com o abdômen furado. Quando o sequestrador e os sequestrados chegam ao cativeiro, o qual era a própria casa das vitimas, inicia-se a síndrome de Estocolmo, relação essa caracterizada por um estranho poder de amizade e confiança entre vitima e vitimado. 

   O sequestrador fala: “Só quero passar esse final de semana aqui e depois me mando”. De fato ele só passa três dias na casa dos sequestrados, entretanto isso é tempo mais que suficiente para ele se apaixonar por sua sequestrada e ela por ele. Como frisei no inicio do texto: Há bastante tempo hollywood não consegue engatar romances que acaçapem público e critica: melhor escolher outro gênero de lá.


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