25/01/2014 às  11:55

12 ANOS DE ESCRAVIDÃO um dos favoritos ao Oscar

Ninfomaníaca - Volume 1, dirigido e roteirizado por Lars von Trier, Dinamarca, Alemanha, 2013. É um tanto quanto tenebroso escrever sobre metade de um filme que por questões comerciais teve de ser lançado desse modo.


12 anos de escravidão, dirigido pelo concorrente ao Oscar, o britânico Steven McQueen e produzido por Brad Pitt, EUA, UK, 2014. O filme ganhou o Globo de Ouro esse mês e por isso é o favorito ao Oscar de melhor filme já em março. 

  A questão da escravidão ultimamente tem sido usada como tema para propensos filmes candidatos ao maior prêmio industrial cinematográfico norte-americano. Basta lembrar o ano passado com o sangrento Django Livre do Tarantino que concorreu, mas não levou. 

  Esse ano temos: 12 anos de escravidão e veremos no que vai dar no Oscar. Fato é que política e cinema sempre andaram juntos, sendo que a política influencia o cinema industrial de forma categórica. O fato de o presidente Barack Obama ser o primeiro presidente negro dos EUA, já nos serviria como argumento para vermos tantos filmes com o tema: Racismo. 

   Entretanto se, e somente se, focarmos nesse filme concorrente ao Oscar perceberemos o tão diferente foi o processo de escravidão e libertação dos negros afro-americanos aos dos negros escravos sul-americanos ou afro-brasileiros. Lá eles enfrentam o ódio e o preconceito até os dias de hoje de forma não velada, enquanto aqui a maneira é velada, porém tão difícil e forte como lá. 

   A diferença é que o processo de escravidão e principalmente de libertação lá foi bem mais sangrento e os negros tiveram líderes como Luther King que os ajudaram, a saber, em quê e o porquê a raça negra lutaria, enquanto que aqui no Brasil, infelizmente não tivemos um líder como Luther King para que o processo de libertação da escravidão fosse mais firme, inclusive com luta armada e criação de grupos de resistência como foi “os panteras negras” que existiram nos EUA depois do assasinato de Luther King com a população negra literalmente quebrando tudo e todos como vingança pela morte de seu principal líder. 

  Sobre o filme 12 anos de escravidão, este conta uma história ao contrário em plena Nova Yorque na primeira metade do século 19, por volta de 1840 onde ainda existia escravidão em alguns estados norte-americanos e em outros(como Nova Yorque ) já estava abolida a escravatura. O filme nos conta uma história ao contrário porque um negro livre volta a ser escravo novamente quando é enganado em um suposto negócio. Solomon Northup, impecavelmente interpretado por Chiwetel Ejiofor, sofre 12 longos anos sem sua família para conseguir provar que era livre. O filme narra esses 12 anos onde o protagonistas vive e vê tudo e mais um pouco de ruim quanto o ser humano ( no caso o homem branco ) pode chegar.

   Se escrevesse que ele só tomou chibatadas ao ponto de quase morrer estaria ainda sendo incompleto, pois acredito eu ( mesmo sendo um branco que escreve), que as maiores dores não são as físicas, pois com o tempo estas cicatrizam; porém as dores emocionais que os negros passaram durante todo o período de escravidão ( tanto nos EUA como no Brasil); Essas sim: ficam e são bem mais cruéis. 

   Não consigo entender quando alguém se diz contra o sistema de cotas para afro-descendentes em universidades públicas Enfim, trata-se de um filme revoltante por expor a quem assiste como o ser humano pode ser ruim na sua natureza, como pode ser suscetível a vaidade, a beleza e ao poder principalmente. 

   A dívida com os negros ainda não acabaram e todas e quaisquer políticas públicas que o favoreçam é válida, tanto aqui no Brasil que é um país ainda em desenvolvimento, como nos EUA que já é um país desenvolvido, porém ainda devedor com a raça negra que teve uma parcela significativa em todas as áreas para construir no que é atualmente o país mais poderoso do planeta. 

   Ademais o filme é bom porque seu diretor é europeu, mais precisamente da Grã-Bretanha, fazendo assim do filme menos emotivo e mais racional sobre a história contada. Dá mais imparcialidade ao filme um olhar europeu ao tema da escravidão negra dos EUA.
 
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Ninfomaníaca - Volume 1, dirigido e roteirizado por Lars von Trier, Dinamarca, Alemanha, 2013. É um tanto quanto tenebroso escrever sobre metade de um filme que por questões comerciais teve de ser lançado desse modo. Mas como o filme é muito bom vou correr esse risco. As distribuidoras de cinema não contentes em dividir o filme pelo meio ainda tiveram a “ sacada comercial” de tirar as cenas de sexo explicito mais escancaradas. Ainda assim o filme continua a ser bom ( agora melhor seria ver ele completo e sem cortes, disponíveis somente em festivais europeus de cinema, mas é o que temos, ou seja, ver uma metade ). 

Tido como “ persona non grata” no último de festival de Cannes por o diretor Lars von Trier cometer a gafe ao dizer:“eu entendo Hitler depois de ter feito meu último filme”. E o diretor não para por aí com suas excentricidades: para ele, ele mesmo se acha o maior diretor de cinema do mundo ( e nesse ponto tem certa razão, se não for o melhor está entre os três melhores atuais pelo menos). 

Mas já enrolei bastante; vamos ao filme, que começa com uma mulher suja e ensanguentada sendo ajudada por um simpático senhor dando cuidados médicos e um lugar para ela dormir e comer. Em troca a suposta abandonada e pisoteada por alguém que estava com muita raiva dela, faria confissões sobre seu passado para esse senhor, mas já de saída avisa-o: “Eu não sou um pessoa boa”. O senhor de religião judaica olha para ela responde: “Como uma mulher bonita como você seria uma pessoa má, eu não acredito, me faça acreditar nisso”. 
O tal senhor tinha de tudo um pouco: era médico, analista, amigo, esperto, atencioso, bondoso, menos mal. Por isso quis ouvir as estórias da Ninfo. E essas começam na sua primeira transa pedindo para um vizinho que tinha mãos fortes para desvirginá-la . Esse cara seria a coisa mais próxima que essa mulher chegaria do amor ou ódio, vai saber, ou os dois. Da perda da virgindade aos 12 anos até aos 50 ela rodou bastante. Interessante é como era construída as suas relações amorosas, ora por aposta com amigas para quem transasse mais em uma viajem de trem , ora pelo números de transas diárias que tinham ao ponto de serem anotadas em uma agenda para os amantes terem seus horários certos. Até aí até que achei meio normal; se tratava de uma mulher com literalmente a libido a flor da pele, que gostava muito de transar. Mas ( sempre tem um mas..) quando ela vê seu pai morto e ao invés de ficar triste ela se excita ao ponto de escorrer água entre suas coxas, aí sim vi que não se tratava apenas de uma busca por prazer sexual, mas sim um vicio , este que magnificamente é tratado no filme. Como o próprio folder do filme “avisa” antes de entrar na sala: “Esqueça o amor”, pois é esse o não sentimento do filme: Amar pra quê se você pode só fazer sexo? É bem por aí, e Lars von Trier é Lars von Trier.
Bela produção européia.


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