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12/02/2013 às 18:30

VIOLÊNCIA no Carnaval de SSA cresce a cada ano e "malhados" arrepiam

Os malhados e brigões são os piores problemas do Carnaval de SSA e muitos atingidos por socos ficam com sequelas para o resto da vida

Tasso Franco

1. Uma das questões mais dramáticas do Carnaval de Salvador é a violência e a difusão dessas imagens de socos e agressões pelo país. E, claro, com a internet, pelo mundo. Estava vendo imagens do Carnaval de Barranquilla, Colômbia, o sábado da batalha das flores. Nossa! São milhares de pessoas, música caribenha efervescente, e nada de violência.

   2. Curioso é que o povo colombiano é muito parecido com o de Salvador, especialmente dessa região litorânea da Colômbia. E por que Salvador ficou tão violenta? Ninguém entende. E, se entende!, não consegue resolver esse problemão. Até ontem. nos postos da Prefeitura, 313 cirurgias foram feitas de faces e maxilares.

   3. Por mais que a SSP diga que o Carnaval de Salvador é tranquilo não cola. Tanto que a Policia coloca algo em torno de 30.000 homens armados e protegidos com capacetes e coletes e prova de bala nos circuitos da folia. A Policia, de fato, faz a sua parte e só precisa mudar a terminologia da divulgação sobre a "tranquilidade" do Carnaval. 

   4. O Carnaval, na verdade, é tenso, agressivo e preocupante sobretudo os chamados "malhados" que arrepiam e são responsáveis pela maioria das agressões.

   5. O fato é antigo. Vem crescendo a partir dos anos 1980/1990 desde que a eletrização eletrônica do Carnaval aumentou os decibéis dos equipamentos e a música axé deu uma nova dinâmica à folia. Lembro que no governo Imbassahy, no final dos anos 1990, a secretária da Saúde, Aldely Dias, se preocupava com a grande quantidade de agressões nas faces, pescoços e cabeças dos foliões motivados por brigas. Carnaval em que se registravam das mais de 1500 ocorrências nos postos de saúde, a maioria nessa condição.

   6. Passaram-se 16 anos nesse tom. E, agora, no novo governo, segue no mesmo ritmo, tanto que a SMC disponibilizou 5 equipes de cirurgiões 24 horas para esse atendimento.

   7. O que fazer para diminuir esse drama, o maior do Carnaval? Parece-nos que campanhas de conscientização são eficientes, antes e durante o Carnaval. Também seria eficaz que, através de lei, fosse estabelecida uma fiança alta para os brigões pegos em flagrante e que só poderiam ser liberados, mediante esse pagamento.

   8. Prendê-los apenas, não resulta em nada. A quantidade de brigões é tanta que precisaria de uma área enorme para esse fim. Teve um ano que a SSP criou umas jaulas ambulantes, um horror. O projeto acabou sendo arquivado. Identificar essas gangues e processá-las criminalmente seria uma outra alternativa.

   9. O que não pode é continuar como se encontra. Os brigões são detidos momentâneamente e depois liberados deixando um rastro de violência e caras quebradas. Muitas pessoas, dizia-me Aldely já nos anos 1998/1999 vão precisar fazer cirurgias reparadoras complementares e isso provocará traumas, despesas adicionais e assim por diante. E, algumas delas, ficaram com as faces com problemas para o resto da vida. 

   10. Esse é o desafio maior do Carnaval, a cada ano mais violento. Além disso, tem a questão da imagem perante o Brasil e parte do mundo ocidental. Salvador não pode conviver com essa marca da violência.


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