Esporte

A VIA CRUCIS DA DUPLA BA VI NO ANO DA PANDEMIA, por ZEDEJESUSBARRÊTO

Coment[ario de ZédeJesusBarrêto
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 22/11/2020 às 18:22
Bahia: altos e baixos
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  Esse 2020, o ano do ‘coronga’, não tem sido de comemorações para os rivais Bahia e Vitória, os dois maiores times do futebol baiano, donos das mais numerosas torcidas. E os torcedores têm mais motivos para reclamar, chorar do que festejar. 

  Sobretudo o torcedor rubro-negro, o Leão, vivendo tempos de penúria e fracassos; o time nada ganhou até aqui – nem disputou as finais do Baianão, caiu cedo no Nordestão e Copa do Brasil e está nas rabeiras da Série B, brigando agora, de fato, pra não cair para a terceirona, vejam só. O Tricolor venceu o Baianão na sofrência, com as calças nas mãos, não passou da primeira fase da Copa do Brasil, entregou a Copa do Nordeste aos cearenses e pena na Série A, com mais baixos que altos. Ainda sobrevive na Sul-Americana, o torcedor ressabiado chiando nas redes sociais da apatia da equipe em campo. 
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  Jogos da semana

  Esta semana, os dois estarão em campo. O Bahia, na terça à noite, recebe o Unión Santa Fé, da Argentina, no primeiro confronto entre as equipes valendo classificação, oitavas de final da Copa Sul-Americana. 

A questão é saber como a equipe vai se comportar, na Fonte Nova, depois da goleada sofrida na sexta, 4 x 0, em Bragança Paulista. Não jogou nada, foi atropelada. No fim de semana, já pelo Brasileirão, encara o São Paulo, o tricolor paulista embalado, disputando a liderança da competição. Pedreiras, ambos os jogos. 

 O Vitória, na quarta-feira, visita o Náutico, nos Aflitos, em Recife. Um jogo de desesperados. O Náutico na zona de rebaixamento, o Leão baiano na porteira, e a equipe não engrena, não dá liga, tem problemas dentro e fora dos gramados, uma agonia. 
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  Elencos
  O Bahia, depois da parada pela pandemia, voltou sem força, tomando gols a ponto de ser a defesa mais vazada da competição e trocou de técnico: saiu o ‘pensador’ Roger Machado e entrou o rodado e pragmático Mano Menezes. Altos e baixos. Quando vence não convence. Tem um elenco mal montado (sem ganas) e tecnicamente limitado. Senão vejamos:

  - O goleiro Douglas faz algumas boas defesas mas leva muitos gols, alguns defensáveis; não é confiável, para boa parte da torcida. Nino Paraíba, no ocaso, não tem reservas. Lucas Fonseca é um beque lento, sem reflexo, em fim de carreira; compromete. Anderson Martins, recém chegado, é mais técnico, mas também pesado. Juninho, pela vontade apenas, é o melhor do setor. Na esquerda, o instável Capixaba, melhor quando vai à frente; tem torcedor que torce o nariz pra ele. 

Zeca, o reserva, cheio de problemas pessoais, não pegou ainda. No meio campo, um  Gregore incontestável, pela valentia e Ronaldo, quando joga mais fixo. Elias, contratado, não aguenta mais o ritmo; Rodriguinho, caríssimo, não corre. Èlber caiu de produção, Gilberto tem lampejos mas não divide. Rossi, Fessim, Ramon, Alesson ...   resolvem?

  Resta ver os dois contratados, um jovem centroavante ex-sampaulino e o meia colombiano, 23 anos. Quem sabe? E que Mano seja mais que pragmático, consiga tirar leite de pedra. Mais vibração, o torcedor pede. 
  Agora, em dezembro, tem eleição. Bellintani deve ser reeleito, pela boa gestão administrativa, marqueteira. A área de futebol, o fundamento do Tricolor, exige mudanças, de gestão, nomes e mentalidade. Torcemos. 
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 O Vitória, sem receitas, na segundona, em tempos de quarentenas e pandemias, o Clube tem uma direção/administração questionada, vive dias sombrios no futebol como há muito tempo não se via. Nada dá certo, com rombo nos cofres e salários atrasados. Em campo vê-se uma equipe que perdeu o tesão, nada mais almeja, finge que joga, apenas.

  No começo, o presidente PC assumiu prometendo mundos e fundos, bravateando, provocando os rivais e tal e coisa. Com o tempo, as derrotas, os desacertos, a parada e a ficha do torcedor caiu. E PC pensou que estava no século passado, ainda, quando usava o Barradão pra ameaçar e tentar ganhar no grito. Fez bobagens, a TV registrou, foi punido, suspenso.   Sumiu. 

  O time em campo sofre com uma defensiva frágil e um ataque com dificuldades de finalizar, fazer gols. Trocou de treinador (Pivetti, Barroca), trouxe alguns ‘reforços’ possíveis, mas a equipe não encaixou, não engrena, perde pontos absurdos no Barradão, a antiga “Toca do Leão”. E a série B é pegada, brigada, renhida, cada jogo é uma guerra.  Por um tempo o Leão viveu apenas dos chutes, de faltas e escanteios, do veterano lateral esquerdo Carleto, que ajudava na frente e entregava atrás, por falta de pernas e fôlego. Foi-se. Não fosse o goleirão Ronaldo, às vezes milagroso, e a equipe já estaria na zona de condenação, faz tempo. 

  Os laterais são medianos, a zaga pelo miolo é pesada, envelhecida, o bom apoiador Rend já arriando, parece desmotivado a cada jogo fracassado; a abrupta queda de produção física de F Neto, o blefe dos avantes de lado que ciscam, ciscam... O mais regular é mesmo o prata da casa Leo Ceará, brigão.  É preciso correr e torcer muito para não entrar na zona e cair, uma Série C seria uma catástrofe. 
 
 No mais, pensar numa administração mais moderna, aberta, sem ranços autoritários, de cartolas do passado.  Planejar 2021 com nova mentalidade, é o que resta. Tem cofre?