Economia

Pesquisa da PwC aponta que 39% de CEOs brasileiros esperam crescimento

Executivos no Brasil são os mais otimistas do mundo em relação a melhoras no cenário econômico
Da Redação , Salvador | 23/02/2018 às 19:33

Os líderes empresariais brasileiros são os mais otimistas do mundo em relação à recuperação econômica: 80% acreditam na melhora da economia global nos próximos 12 meses. O otimismo, no entanto, não se reflete na mesma medida para as expectativas de faturamento de suas empresas, com apenas 39% dos executivos confiantes num aumento das receitas em curto prazo. Para os próximos três anos, as expectativas são melhores: 54% preveem crescimento das receitas. No cenário internacional, os três países que, na opinião dos CEOs, serão mais estratégicos para os negócios das empresas brasileiras são Estados Unidos, China e Argentina, respectivamente.

Os números foram revelados pela 21ª Pesquisa global com CEOs da PwC (21st Annual Global CEO Survey), que ouviu quase 1.300 líderes de empresas em 85 países. Em todo o mundo, 57% dos CEOs acreditam na melhora no cenário econômico nos próximos 12 meses e 42% preveem crescimento nas receitas das empresas nos próximos 12 meses.

“O otimismo em relação ao futuro é reflexo da recuperação econômica nas principais economias do mundo e os CEOs acreditam que este movimento deve se refletir positivamente em seus negócios. Para crescer neste contexto, as empresas devem estar alinhadas com as novas demandas da sociedade, tornando-se mais relevantes para seus stakeholders nos próximos anos”, explica Fernando Alves, sócio-presidente da PwC Brasil.

Para 7% dos executivos ouvidos na pesquisa globalmente, Brasil e França estão entre os três países mais importantes na estratégia de crescimento de suas empresas. Estados Unidos (46%), China (33%), Alemanha (20%) e Reino Unido (15%) estão no topo da lista.

Cenário baiano

O otimismo em relação à economia e projeção positiva nos negócios também é uma realidade aqui na Bahia e isso é percebido no investimento que marcas vêm fazendo no estado. Um exemplo é a MRV, que investirá mais de R$ 600 milhões para o lançamento de 6.328 unidades habitacionais na região até o final de 2018. Desse total, 3.700 unidades são na região metropolitana e na capital, 1.248 unidades em Feira de Santana e outros 1.380 apartamentos em Vitória da Conquista, com Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 1 bilhão. Com esse investimento a empresa projeta chegar em 2018 com um aumento de mais de 20% na sua força de trabalho no estado.

A Acqua Aroma, empresa baiana referência em perfumaria para ambientes, é outro destaque local, com um registro de crescimento de 35% em 2017. Com quatro lojas físicas em operação em Salvador e Região Metropolitana, a Acqua Aroma inaugurou sua primeira franquia na região sudeste, em São Caetano do Sul, no final do ano passado, e espera abrir mais 70 franquias nos próximos cinco anos. Os produtos Acqua Aroma são vendidos em mais de mil pontos de venda multimarcas em todo o Brasil, além de estarem disponíveis via e-commerce e ter ponto de distribuição nos Estados Unidos.

Crescimento no Brasil

O crescimento dos negócios, segundo os CEOs, se dará pelo crescimento orgânico (87%), redução de custos (83%) e parcerias com empreendedores ou startups (70%). No Brasil, 65% dos líderes pretendem fazer novas alianças estratégicas e 46%, fusões e aquisições para ampliar a rentabilidade dos negócios.

Dos CEOs entrevistados, 59% estão extremamente preocupados com a oferta de talentos com domínio de habilidades digitais e 35% têm planos de aumentar o quadro de funcionários das suas companhias nos próximos 12 meses. Globalmente, 54% dos executivos devem ampliar sua força de trabalho; na América Latina, 43% esperam ampliar seus quadros de colaboradores.

Em relação às principais ameaças ao crescimento dos negócios, 91% dos executivos brasileiros citam a falta de infraestrutura, 78% o excesso de regulação e 76% o aumento da carga tributária. Medidas populistas (67%), as mudanças nos hábitos de consumo (67%), velocidade das mudanças tecnológicas (72%) e ameaças cibernéticas (59%) também constituem dificuldades para as perspectivas de crescimento das empresas.