Direito

COPACABANA: Eu fui a 'esfirraço' do Mohamed em nome da paz NARA FRANCO

O sirio foi agredido pela máfia dos ambulantes do Rio e vai comprar um food-truck
Nara Franco , RJ | 13/08/2017 às 12:18
Evento em solidariedade a Mohamed lota esquina de Copacabana
Foto: FP
    A fila estava tão grande que mal dava para ver Mohamed. A pequena barraca do imigrante sírio, agredido há 15 dias em Copacabana, ficou pequena para tantas pessoas. O evento em solidariedade à Mohamed lotou a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e Mohamed mal soube contabilizar quantos salgados vendeu. O evento foi criado no Facebook e contou com públkco variado: senhoras, jovens, crianças, famílias inteiras. 

   "Já vivemos em uma cidade violenta. Se não dermos um basta ao que acontece de ruim, onde vamos parar?", disse Maria Inês, 70 anos, aposentada, que comprou meia duzia de quibes para levar para toda a família. 

   A barraca do Mohamed fica na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, esquina com a Rua Santa Clara, uma das mais movimentadas do bairro. Por volta de 13h ja era dificil achar salgados no ambulante, que vendeu a produção de aproximadamente dois dias em poucas horas. Faltou esfirra! 

   "Eu parei para comprar porque acho importante a gente mostrar que o Rio nao é uma cidade de gente que nao gosta dos outros", explicou o taxista Kleiger Nascimento, 33 anos.

   Mohamend sorria a toa. O sírio, que fala com dificuldade o portugues, tirou centenas de fotos até com pessoas que passavam pelo local sem saber o motivo de tamanha fila. 

   Eu nao consegui comprar a esfirra do Mohamed. A fila era enorme e fui ouvir e papear com as pessoas. Quando me dei conta, os salgados acabaram. Mas marquei presença com outras pessoas que, assim como eu, acham que violencia nao combina com cidade nenhuma. Muito menos com a ensolarada Copacabana.