Cultura

ENCONTRO AMIGOS DE SERRINHA HOMENAGEIA ERNESTO SANTOS E CLEON FERREIRA

Homenagem aconteceu em reunião virtual pelo Skype no sábado, 21
Tasso Franco , da redação em Salvador | 22/11/2020 às 11:18
Ernesto Rodrigues dos Santos (no circulo) e em pé à direita o maestro Vianinha
Foto: Arquivo do autor
  O Encontro dos Amigos de Serrinha que ocorre a cada ano no dia 21 de novembro, ontem, aconteceu de forma virtual através de uma reunião no Skype quando foram homenageados pelos organizadores do evento duas personalidades da história serrinhense, o gráfico, jornalista amador e músico, Ernesto Rodrigues dos Santos (na foto, em círculo), e o desportista Cleon Ferreira, ambos com grandes serviços prestados à Serrinha.

  Ernesto era filho de José Francisco de Oliveira Santos (Chico Bicudo) e Maria Felipa dos Santos e nasceu na Serra, em 1909. Aprendeu a arte gráfica com Arlindo Souza e Luiz Gonzaga, depois no Jornal de Serrinha com Reginaldo Ribeiro, e no O Serrinhense, com Braulio Franco e Gilberto Nery. Chico Bicudo era marceneiro e polidor de móveis e Ernesto usou a oficina do pai para fazer seus primeiros experimentos de inventor.

   Cleon Ferreira era filho de Emilio Ferreira - comerciante de cereais com loja próxima no antigo Mercado Municipal - e Carmen Ferreira, professor de Educação Física, apaixonado pelo esporte amador, treinador de várias gerações de serrinhas que se dedicaram ao volei, ao basquete e até ao atletismo, cidade que, em décadas passadas tinha uma mínima infra-estrutura para a prática desses esportes. Ainda assim, destacou-se no basquete e no volei.

  A homenagem, como acontece todos os anos deveria ser feita num restaurante da orla atlântica de Salvador e a presença de dezenas de pessoas, mas diante da pandemia do coronavirus não foi possível daí a homenagem virtual que também tem seu valor. O importante é manter viva a memória dessas pessoas.

  Ernesto, por exemplo, era um visionário. Criou uma máquina impressora de madeira (hoje, na sede do Museu ProMemória de Serrinha, na Matinha, na AMAS), e um 'harmicórdio' - misto de piano e órgão - que tocava de ouvido. Era música da 30 de Junho desde 1930 onde tocava pratos e com toda precariedade editou dois livretois de sua autoria (As Aventuras de Lampião, 1932; e Martírios do Nordeste) e o jornal A Vanguarda.

  O que leva uma pessoa a fazer isso, sem ganhos pecuniários? O idealismo. Assim também aconteceu com Cleon. Ele sabia que dada as condições de infra esportiva Serrinha nunca daria um campeão nacional. Mas, ele tentava, praticava, fazia.

   Homenagens merecidas a esses campeões do idealismo (TF).