Cultura

Carnaval no Rio? Listamos os blocos essenciais da festa

Confira os mais populares e mais famosos blocos do Rio para você montar sua programação
Nara Franco , Rio de Janeiro | 15/02/2019 às 16:28
Banda de Ipanema
Foto: divulgação

Carnaval no Rio de Janeiro é sinônimo de bloco ou bloquinho, como os cariocas carinhosamente chamam. Se a gente for contar, se perde. Porque tem desde os blocos tradicionais e gigantes àqueles que juntam 20 pessoas em uma viela de Copacabana. Listamos abaixo os mais populares e mais famosos blocos do Rio para você montar sua programação se o seu destino for carioca neste carnaval. 

 

Cacique de Ramos


Esse é a pura nata do samba carioca. Foi criado em 1961 pelas famílias Oliveira, Félix do Nascimento e Espírito Santo. O Cacique de Ramos lançou nomes de peso do samba como Almir Guineto, Jorge Aragão, Beth Carvalho. Seu desfile treme o chão do Centro da cidade, sempre com clássicos do samba. O bloco, que também é conhecido por colecionar estrelas, deu origem ao grupo Fundo de Quintal e entre seus membros históricos estão Arlindo Cruz, Jovelina Pérola Negra, Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Almir Guineto, João Nogueira, Zeca Pagodinho. Beth Carvalho é a madrinha do bloco. Para desfilar, vá de cacique, mas em geral, quem usa fantasia são os integrantes raiz do bloco, que tem cordas. 

Quando? Domingo, segunda e terça-feira de Carnaval, às 15h

Onde? Av. Chile – Centro

 

Céu na Terra


Esse é o bloco da juventude bicho grilo. Fundado em 2001, desfila em Santa Teresa, praticamente de madrugada. A Orquestra Céu na Terra é responsável pelo seu repertório de marchinhas tradicionais completando com outras autorais, cirandas, maxixes, sambas e frevos. O desfile é aberto e as fantasias chamam a atenção pela criatividade e bom humor. E não está errado: o horário do desfile é esse mesmo. 

Quando? Sábado de pré-Carnaval e sábado de Carnaval, às 7h

Onde? Largo dos Guimarães (Concentração) – Santa Teresa

 

Simpatia é Quase Amor


"Alô burguesia de Ipanema!" é o grito de guerra do Simpatia. Foi criado em meio a campanha pelas Diretas Já em 1985. O bloco é um dos poucos do Rio qye têm como tema as cores amarelo e o lilás, uma homenagem ao remédio Engov que ajuda a evitar a ressaca no dia seguinte da bebedeira. Seu nome é inspirado em um personagem do compositor Aldir Blanc. A bateria sai no chão, os cantores em um trio. Arrasta uma multidão em Ipanema. 

Quando? Sábado pré-Carnaval e domingo de Carnaval, às 14h

Onde? Praça General Osório – Ipanema

 

Escravos da Mauá

Para quem gosta de samba no pé e história do Brasil, corre para o Escravos da Mauá, que desfila nos bairros da Saúde nas proximidades da Praça, passando pela Pedra do Sal e pelo Morro da Conceição. Ali é a Pequena África do Rio de Janeiro. Em menção à história do local e aos criadores do bloco (funcionários públicos do INT – Instituto Nacional de Tecnologia) o batizaram assim. Bloco para quem tem mais de 40 anos. 

Quando? Domingo pré-Carnaval, às 13h

Onde? Largo São Francisco da Prainha – Saúde

 

Suvaco do Cristo


Nascido em 1986, o Suvaco reúne a juventude bronzeada da Zona Sul carioca. Desfila no Jardim Botânico. Lenine, Chacal e outros poetas são estrelas do bloco, que também desfila muito cedo. 

Quando? Domingo pré-Carnaval, às 8h

Onde? Rua Jardim Botânico, esquina com Rua Faro – Jardim Botânico

 

Bloco das Carmelitas


Reza a lenda que o bloco foi batizado em homenagem a uma freira carmelita que teria pulado o muro do convento para brincar o carnaval. Ninguém sabe até hoje se a história é verdade. Desde 1990, o bloco faz dois desfiles: um no início do Carnaval, marcando a data da fuga da freira que caiu no samba, e na terça de Carnaval, quando ela pôde voltar ao convento sem chamar atenção. Os foliões costumam usar fantasias de freira para que ninguém identifique a fujona.

Quando? Sexta de Carnaval, às 15h, e terça-feira de Carnaval, às 10h

Onde? Esquina da Ladeira de Santa Teresa com Rua Dias de Barros (Sexta de Carnaval) e Largo do Curvelo (terça-feira de Carnaval) – Santa Teresa

 

Cordão do Bola Preta


Quem não chora, não mama, segura meu bem, a chupeta. Lugar quente é na cama ou então no Bola Preta. Criado em 1918 por Álvaro Gomes de Oliveira (o Caveirinha), Francisco Brício Filho (Chico Brício), Eugênio Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes Guimarães, o Bola Preta é o mais antigo bloco em atividade no Rio de Janeiro. Ao ver passar uma linda mulher de vestido branco com bolas pretas, um dos fundadores do bloco criou o nome que hoje é um dos mais conhecidos do Brasil. É o maior bloco do Rio, que tem como madrinha a atriz Leandra Leal. Nada de bateria. Ali é no instrumento de sopro, bandinha tradicional. Capriche no branco e preto e caia na folia. 

Quando? Sábado de Carnaval, às 8h

Onde? Rua Primeiro de Março (entre Rua Buenos Aires e Rua do Rosário) – Centro

 

Banda de Ipanema


Fundada em 1964 por Albino Pinheiro, Jaguar, Ziraldo, Sérgio Cabral e a turma do jornal O Pasquim, a Banda de Ipanema durante o regime militar . Os integrantes do bloco, que usavam terno e tocavam instrumentos quebrados, contratavam uma banda de verdade para tocar. É o bloco da diversidade. Tem velho, gay, drag, criança, família, molecada. Chico Buarque, Leila Diniz, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Bibi Ferreira, Grande Otelo, Martinho da Vila e Cartola já marcaram presença na banda. O momento mais emocionante do desfile acontece na Rua Joana Angélica, quando na esquina da Igreja Nossa Senhora da Paz, a banda toca "Carinhoso" em homenagem à Pixinguinha.

 

Por que a Banda toca o Carinhoso?

Segue a explicação tirada do site da Banda:

"No meio da tarde do dia 17 de fevereiro de 1973, sábado, ao início do 1º desfile da Banda de Ipanema – 2  (duas) semanas antes do carnaval, como é de nossa tradição – com a Banda já pela metade na Rua Prudente de Morais, formávamos um pequeno grupo, ainda na Praça General Osório, quando fomos surpreendidos por um menino que chegou correndo, esbaforido da Igreja N. Sra. da Paz e nos disse, assustado, da morte de Pixinguinha, pouco antes, durante um batizado do qual era padrinho, como viemos a saber logo após. Fomos testemunhas da cronologia dos fatos: Pixinguinha morreu antes da passagem da Banda pela Igreja N. Sra. da Paz, antes mesmo do início de nosso desfile (...) Foi assim, sabedora, que a Banda, retornando à Visconde de Pirajá pela Rua Maria Quitéria, como fazíamos àquela época, iniciou seu percurso ao longo da Praça N. Sra. da Paz até aproximar-se da Igreja. Naquele momento, no entanto, é que soubemos do corpo de Pixinguinha ainda presente em seu interior. A Banda parou defronte à Igreja – alguns amigos foram ver o Pixinguinha – e, em seguida, veio a ideia coletiva de homenagem à grande figura falecida. Foi aí, então, que, pela primeira vez, a Banda tocou e o povo cantou, emocionado, o Carinhoso, em homenagem ao seu autor, gênio da Música Popular Brasileira, corpo presente ao lado". 


Quando? Sábado de Carnaval, às 16h

Onde? Rua Gomes Carneiro até a Praça General Osório – Ipanema