Cultura

Livro Orixás, Pierre Fundação Pierre Verger é relacionado com sucesso

Orixás, Deuses Iorubás na África eno Novo Mundo é, até hoje, um dos títulos mais importantes e considerado uma das obras mais completas e precisas sobre o assunto,
Da Redação , Salvador | 18/07/2018 às 17:28
Orixás
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A Fundação Pierre Verger, juntamente com a Paulo Darzé Galeria, recebeu na noite desta terça-feira (17) o evento de lançamento da nova edição do livro Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, de Pierre Verger, e de abertura da exposição fotográfica Entre Bahia e África, que contou com a curadoria de Thaís Darzé. Ao lado de toda a equipe da Fundação, o presidente Gilberto Sá e os galeristas Thaís e Paulo Darzé receberam artistas, imprensa e convidados para homenagear a obra de Verger. 

A noite contou com a presença de grandes nomes que integram o trabalho da Fundação, como Enéas Guerra, ilustrador e designer do livro, Angela Luhning, diretora e pesquisadora, Vovó Cici, contadora de histórias da instituição e o Babalorixá Balbino Daniel de Paula, mais conhecido como Obaràyí, que está em uma das fotos da mostra. Composta por 55 peças que compõem a obra do fotógrafo e antropólogo, a exposição segue aberta ao público até o dia 18 de agosto na Paulo Darzé Galeria. O evento faz parte do conjunto de ações comemorativas em homenagem aos 30 anos da instituição.

O livro, um dos primeiros registros da cultura dos orixás na África e no Novo Mundo, é o resultado de pesquisas etnográficas que retratam os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem, como Nigéria, ex-Daomé - atual Benin, e Togo e no Novo Mundo (Brasil e Antilhas), para onde os rituais foram trazidos quando da diáspora negra, durante o tráfico de escravos. A publicação traz 250 fotos e textos destacando as cerimônias, as características de cada orixá, além do descritivo dos arquétipos da personalidade dos devotos dos respectivos orixás. A venda online já está disponível na loja virtual, no site da Fundação Pierre Verger.

Orixás, Deuses Iorubás na África eno Novo Mundo é, até hoje, um dos títulos mais importantes e considerado uma das obras mais completas e precisas sobre o assunto, utilizado por pesquisadores em todo o mundo. O livro está esgotado há anos, com uma lista de espera enorme e tido como objeto de colecionador. Foi exatamente essa demanda vinda de diferentes públicos que fez a Fundação Pierre Verger reeditar o título, mas com uma edição totalmente nova, que inclui novo projeto gráfico, fotos inéditas e um prefácio assinado por Mãe Stella de Oxóssi.

A campanha dos 30 anos

Além da reedição do livro, a celebração terá ações até 2019 que contemplam lançamento do Selo Comemorativo, exposições, doações de fotografias, lançamentos de livros, seminários, workshops, ambientações em locais de acesso público e intervenções artísticas, como uma exposição a céu aberto no Dique do Tororó.

Após ser apresentada ao público baiano em sua essência, a nova edição de Orixás segue para ser lançada também em outras capitais, sempre acompanhado de uma exposição fotográfica. Museu da Fotografia em Fortaleza, Ceará; em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer; São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, entre outras, com trabalhos que desvendam que o que tinha de grandioso tinha também de profícuo, na diversidade de suas temáticas, não fosse ter Verger construído uma vasta documentação visual em muitos países e em todos os continentes.

À frente da Fundação Pierre Verger desde 2001, o presidente Gilberto Sá, destaca o trabalho realizado na instituição ao longo desses 30 anos e as principais ações para o futuro. “Como projeto para novas ações desejamos montar em nossa sede um Memorial, além de manter as atividades das mostras de fotos no Brasil e no exterior, e a publicação de livros, inéditos e em novas edições. Mas o que mais desejo é que a cada dia esta Fundação seja uma fonte para pesquisadores de todo o mundo neste tema de África-Brasil, sua história e seu desenrolar, ainda muito por estudar, e a fotografia como documento para entendermos a história da humanidade. Esta é uma Fundação para o conhecimento dos povos e do mundo e sua base está em preservar, divulgar, pesquisar, e manter vivo a obra e o pensamento de Pierre Verger”.

A fundação foi presidida pelo próprio Verger até sua morte e, depois, pelo seu grande amigo Carybé. Após a nomeação de Gilberto Sá como presidente, uma de suas primeiras grandes realizações foi, em 2002, com as celebrações do centenário de nascimento de Pierre Verger, a realização da exposição itinerante O Olhar Viajante de Pierre Fatumbi Verger, pelas principais capitais brasileiras, em todas as regiões do país.