Cultura

REINO UNIDO já abriga 6.000 crianças refugiadas da Síria e da África

REINO UNIDO já abriga 6.000 crianças refugiadas da Síria e da África
Da Redação ,  Salvador | 20/06/2018 às 15:09
O drama moderno dos refugiados
Foto: AP
 m (The Sun) MARYAM tinha apenas 14 anos quando foi forçada a fugir de sua casa na Somália, depois que um grupo terrorista islâmico ameaçou matá-la.

O crime dela? Ela tinha sido acusada de escovar a mão de um homem em um mercado enquanto ela pagava por comida para alimentar sua família.

Das 6 mil crianças refugiadas que chegaram ao Reino Unido no ano passado, Maryam é uma das 2 mil que fizeram a longa e perigosa viagem sozinha, sem seus pais para protegê-la.

Ela sentiu que não tinha escolha a não ser fugir do país depois que um jihadista da organização terrorista Al Shabaab a questionou sobre o motivo de ela ter tocado a mão de um estranho quando eles não eram casados.

"Eles me disseram que eu era uma pessoa ruim e eles tinham que me matar", explica Maryam, que ainda está com muito medo de revelar sua identidade, caso os jihadistas a reconheçam.

"No meu país, as mulheres são usadas como animais. As meninas não podem sair sozinhas ou conversar com ninguém, ou elas dirão 'nós te mataremos' ou 'vamos cortar a sua mão e cabeça'. Toda mulher se preocupa com isso. "

Ameaças de morte e afogamento

Temendo por sua vida, ela fugiu para o Egito, onde pagou traficantes para levá-la de barco pelo mar Mediterrâneo.

"Havia 90 pessoas no meu barco e ficamos no mar por sete dias", diz Maryam. "Algumas pessoas morreram de fome, algumas morreram de sede.

"Entre a Itália e o Egito o barco quebrou. Eu estava no meio do mar, não conseguia ver nenhuma árvore ou casa", diz Maryam. "Naquele dia eu perdi minha melhor amiga. Ela morreu quando começamos a nadar."

Maryam foi flagrada por um helicóptero italiano e depois foi levada de barco e levada para o hospital em Nápoles. Depois de algumas semanas, ela encontrou outro traficante que a contrabandeava para o Reino Unido.

Hoje é o Dia Mundial dos Refugiados e um novo documentário do Canal 4 analisa as jornadas individuais de sete jovens, como Maryam, que fugiram do conflito e chegaram à Grã-Bretanha.

As crianças contrabandeadas que chegam ao Reino Unido são primeiramente encaminhadas à polícia para fornecer detalhes pessoais, incluindo nome, idade e nacionalidade, antes de serem passadas para as autoridades locais e depois para os cuidados.

Maryam pediu asilo assim que chegou ao Reino Unido e passou dez meses aterrorizantes preocupados em ser mandada de volta para sua casa.

No documentário, assistimos ela desabar em lágrimas de alegria quando lhe dizem que ela finalmente recebeu o status de refugiado de sua assistente social. E enquanto o caso dela é trágico, é apenas um dos milhares.