Cultura

ELIESER CESAR LANÇA “CIRANDA DE MARIA CECÍLIA” - Coletânea poesias

Bar e Restaurante do Edinho, dia 22 de março
Da Redação ,  Salvador | 16/03/2018 às 17:52
Ciranda de Maria Cecília
Foto:



     O escritor e jornalista Elieser Cesar, um dos integrantes do  Grupo Hera, que marcou época em Feira de Santana e no cenário das letras da Bahia,  lança o seu segundo livro de poesia, Ciranda de Maria de Cecília, na próxima quinta-feira (dia 22), a partir das 17 horas, no Bar e Restaurante do Edinho, no Mercado do Rio Vermelho (antiga Ceasinha da Chapada), em Salvador. Publicado pelo selo Candeeiro, da editora Penalux/SP, Ciranda de Maria de Cecília reúne poemas escritos nas últimas duas décadas.

     Elieser Cesar explica que o título do livro é uma homenagem à filha dele, Maria Cecília, de 8 anos de idade. “Como eu já havia homenageado meu outro filho, Fernando, em Os Cadernos de Fernando Infante, resolvi também homenagear Maria Cecília. Para não haver queixa em casa”, brinca o autor. Para o poeta, isso não significa que se trate de um livro para criança, embora existam poemas que podem ser facilmente compreendidos por muitas crianças e adolescentes. “Há, de fato, versos com uma leveza diáfana, como o poema que dá título ao livro, mas também muitos outros densos e mais profundos, por tratar da condição humana, com toda sua carga de precariedade, incerteza e contingente transitoriedade”, esclarece.

      Em Ciranda de Maria de Cecília,  o poeta transita de uma leveza alada ao peso estoico da morte. Leveza refletida nas coisas simples da vida, bem simples, como um passarinho flagrado ao entrar no ninho no começo da manhã: “Mas que manhã!”. Peso que aponta para a vida sem mistificação e ferida de morte, com no verso: “A morte fecha os evangelhos!”. Luis Pimentel, escritor e jornalista baiano, radicado no Rio de Janeiro, afirma  no prefácio ter encontrado em Ciranda de Maria de Cecília “o que mais persigo: a busca pelas 'coisas simples da vida' (Como um passarinho / entrando no ninho / no começo da manhã). Só isso. Para o poeta, 'uma besteirinha'. Para mim, o enigma singelo de seus versos.”

     Elieser Cesar ganhou mais de dez prêmios de reportagem atuando como jornalista. E publicou livros de prosa, dentre eles A Garota do Outdoor (contos), A Guerreira da Lapinha (novela), e O Romance dos Excluídos – Terra e Política em Euclides Neto (ensaio, fruto de sua tese de mestrado, no Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia). Participou de antologias e coletâneas, como As Baianas e 82: Uma Copa , Quinze Histórias, ambas publicadas pela editora Casarão do Verbo, e de A Poesia Baiana no Século XX, antologia organizada por Assis Brasil e publicada em 1999. Em 2013, venceu o Prêmio Damário Dacruz de Poesia, instituído pela Fundação Pedro Calmon (Secult-BA). 

FOTOGRAFIA

I

Vejo-me numa fotografia antiga.
Meu pai,
minha mãe,
meus irmãos,
e uma infância,
calma, tranquila,
sem ânsia.

II

Ó, mundo, sopro abstrato!
Já não sei se vivi,
ou se sonhei,
esse retrato.