Cultura

MALASARTES e o Duelo com a Morte, filme apenas mediano, p/ DIOGO BERNI

Filme nacional com mais efeitos especiais da história do nosso cinema
Diogo Berni , da redação em Salvador | 19/08/2017 às 08:32
Malasartes e o Duelo com a Morte, de Paulo Morrelli
Foto: DIV
   Malasartes e o Duelo com a Morte, dirigido e roteirizado por Paulo Morelli, Brasil, 2017. Quando começaram a sair às primeiras entrevistas dos atores sobre o filme que usaria, e usou mesmo, mais efeitos especiais do que todos os filmes já rodados nacionalmente, Pedro, ou melhor, o protagonista Jesuíta Barbosa, foi o primeiro a pronunciar-se o quão fora desafiador fazer o papel de um caipira da Serra do Jequitinhonha. 

   Os mais céticos perguntariam o porquê ser difícil fazer um sujeito tão simples. Pedro, ou melhor, a grande promessa atorística brasileira Jesuíta Barbosa responde: “ Porque não sou um tipo de caipira do Mazzaroppi, nasci e criei-me no árido interior do Ceará, uma outra espécie de caipira: o sertanejo, e alinhar todos esses “ Pedros Malasartes “ de um país enorme , por natureza, como é o nosso é o que foi mais difícil, mas encantador ao mesmo tempo, bom: fiz o possível”, completa Jesuíta.

   Como obra fílmica, concordo com o crítico da Folha: Ignácio Araújo, isto é, trata-se apenas de um filme regular, que não consegue emaranhar o espectador assim como vemos em “fios da vida” e efeitos especiais excessivos na cara produção, principalmente devido aos efeitos especiais.

   E evidente que o resultado não fora o que estávamos esperando, afinal nunca tinha-se feito um filme com tantos efeitos, que transformaram-se em defeitos especiais. 

   Como não tínhamos parâmetros a seguir, ou seja, nenhum filme feito tão ousado digitalmente, que o resultado ficou demasiado ruim, pois contrataram-se profissionais de agencias de propaganda que já mexiam com tais programas, porém , é sabido a discrepância de diferença entre um comercial, até longo, de cinco a dez minutos em comparação a um filme de cem minutos. 

   O roteiro fora outro fator que desagrada na trama, trazendo-nos um Pedro Malasartes com a pretensão em ser tão poderoso quanto à morte, bem interpretada por Júlio Andrade, mas nada de excepcional, também.

   O foco da trama fica oco devido a esse duelo improvável e desmisticável , que por esse aspecto a obra consegue com êxito manter a magia do livro entre o tema da morte: afinal existe tema mais tabu que a própria morte para nós, mesmo sabendo que todos nós iremos morrer um dia?

    A mensagem, e não necessariamente o emaranhado da estória contada com cenário, atores, efeitos etc, é assertiva nesse sentido em desmistificar o assunto da morte e falar dela num tom sem culpa, afinal não podemos ter culpa de termos nascido, como já diz uma letra de música conhecida. Acho que, e inclusive por ser de censura de doze anos, pode ser uma boa aventura para a família inteira.