Cultura

CARNAVAL: Decoração do PELÔ homenageia os 50 anos da Tropicália

É no circuito Batatinha
Secult , Salvador | 16/02/2017 às 12:34
Bela homenagem
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A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia vai homenagear os “50 anos do Tropicalismo”, com o tema da decoração do Pelô. A poucos dias da festa a produção das peças está a todo vapor. “Fiz uma viagem no que havia de mais representativo naquele período pra resgatar o tema que se divide entre um movimento artístico-político, e as cores e alegria da percussora do movimento Carmem Miranda. A dificuldade? Fazer a relação dessas duas forças que caminharam juntas, mas com vertentes diferentes”, revela o artista plástico, Zaca Oliveira, responsável pela criação.

As cores fortes e o exagero estético, marcas do Tropicalismo, vão dar o tom à produção das peças. Bonecos com mais de quatro metros de altura serão a companhia dos foliões no Terreiro de Jesus e no Largo do Pelô. A novidade é a instalação de uma floresta gigante que servirá de cenário para uma figura enigmática e também para as famosas “selfies”, “Desde o dia 01 de janeiro que estou mergulhado no mundo Tropicalista com foco em Carmem Miranda de quem sou fã e que será a musa. Então estamos trazendo banana, caju, limão, melancia, uma delícia”, brinca o produtor Fabrício Cumming que forma dupla com outro produtor, Nonato Matos que também está encantando, “O que nos enfeitiça é entender que não fizemos parte deste processo, mas quando se está envolvido num trabalho como este temos que ler, entender e vamos vendo tudo ganhar vida, é uma mágica. O Tropicalismo foi um marco na história e estamos revivendo isso”. A dupla trabalha junto com 25 artesãos.

“O monumento não tem porta, a entrada é uma rua antiga, estreita e torta”, a frase de um dos versos da canção Tropicália, de Caetano Velloso pode ser aplicada ao projeto de decoração. O Pelô vai estar de braços abertos para receber milhares de baianos e turistas que vão descer e subir ladeiras atrás de bandas, fanfarras, blocos durante os cinco dias de folia. “Não tem nada que seja mais emblemático e mais sinônimo de carnaval do que o movimento Tropicalista. A gente não sabe se um se alimentou do outro ou foi vice-versa, Carnaval e Tropicalismo são movimentos que tocam profundamente na corda sensível da cultura Brasileira”, declarou o secretário de Cultura, Jorge Portugal, em visita ao barracão onde a decoração está sendo produzida.

A ideia de Zaca Oliveira, que também é cenógrafo e diretor de arte com exposições individuais e vários trabalhos de cenografia para TV e cinema no currículo, é transformar o Centro Histórico num grande palco que remeta a nossa imaginação aos anos de 1968 e 1969 quando Caetano Velloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé romperam barreiras não só musicais, mas também inovaram nas vestes, no gestual, na moral e bons costumes, desaguando no comportamental. Mergulhada neste universo, a equipe buscou referências para traduzir o movimento, “Acredito que todos ficarão encantados, que sentirão vontade de conhecer mais sobre Tropicalismo. Será positivo em todos os aspectos, além de ficar tudo lindo”, conclui.

CARNAVAL DA CULTURA

O Carnaval da Cultura é o carnaval da democracia e da diversidade e do folião pipoca, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca, Carnaval Ouro Negro e Outros Carnavais. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br.

 

16/02/2017