O funk como parte da cultura brasileira. Essa é a temática que leva o conselheiro de cultura Nelson Maca a participar pela terceira vez como convidado especial do Sarau APAFunk, na próxima quinta-feira, 12, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. A iniciativa é inspirada no Sarau Bem Black, evento semanal comandado por Maca em Salvador. A proximidade dele com a temática garantiram ao conselheiro o título de padrinho simbólico do encontro em terras cariocas.

O conselheiro se apresentará em dobradinhas com as filhas, as declamadoras Luiza Gata e Lucinha Black Power. Participam também o presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (RJ), MC Mano Teko, e o MC Pingo do Rap. “O que levo é minha performance poética, reconhecidamente negra no conteúdo e na forma, e com flertes profundos com a música e expressão corporal”, afirma Maca, que é fundador do Coletivo Blackitude.

É previsto no evento uma performance com microfone aberto na Rua Alcindo Guanabara, Cinelândia (RJ), em frente à ocupação Manoel Congo. Maca participa ainda de pocket show e roda de conversa que dará voz ao que o funk tem a dizer. “Seja no sentido da denúncia ou do elogio da cidade, seja politicamente correto ou não, político ou proibidão, o funk tem tudo a dizer. É uma fala com capacidade artística inegável”, completa Maca.

EVENTO – O Sarau APAFunk é organizado pela Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (RJ). A parceria do conselheiro com o sarau surgiu no evento Poesia Favela, em 2012, durante debates focados no incentivo voltado à negritude e identificação. A relação foi amadurecida depois de os cariocas conhecerem o Sarau Bem Black, na capital baiana.

“Maca é a nossa referência graças ao seu posicionamento através da poesia. Ele tem grande responsabilidade para o nascimento do Sarau APAFunk. Trouxe provocações e ajudou na construção com respeito”, diz o MC Mano Teko.

O APAFunk acontece na segunda quinta-feira do mês. É considerado ferramenta que possibilita a comunicação entre aqueles que acreditam na possibilidade de uma mudança social. A partir do funk adaptam a ideia das rodas poéticas às questões sociais que circundam em temas relacionados à negritude, desigualdade, machismo e história.

“O funk reflete fielmente nossa sociedade. É cultura e ponto independente de lei ou gosto. Quem é de somar, cola!”, finaliza MC Mano Teko.

SERVIÇO

O quê: Sarau APAFunk, com participação do conselheiro Nelson Maca

Quando: Quinta-feira, 12 de junho, às 19 horas.

Onde: Rua Alcindo Guanabara, Cinelândia – Rio de Janeiro.