Bahia

Comunidade quilombola do Quingoma realiza manifestação nesta sexta, 26

O protesto será contra a desapropriação de uma área reivindicada pela comunidade que servirá para a construção de uma estrada rodoviária
Atitude Comunicação Bahia , Salvador | 24/06/2020 às 14:51
Comunidade quilombola do Quingoma
Foto: Divulgação

 

Nesta sexta-feira, 26, às 10 horas, a comunidade do Quilombo Quingoma realiza uma manifestação em Lauro de Freitas, protestando contra a desapropriação de uma área reivindicada pela comunidade que servirá para a construção de uma estrada rodoviária. “Para nós, a construção da estrada é um atentado contra o meio ambiente e nossas tradições ancestrais. Atinge a nascente de um agueiro que serve a comunidade, dentre outros problemas contra a natureza”, afirma Ana Silva, liderança quilombola.

 

O Quilombo Quingoma recebeu no dia 14 de agosto de 2013 o título de reconhecimento como território quilombola, concedido pela Fundação Cultural Palmares. “Este título trouxe esperanças de melhorias sociais para a comunidade tendo em vista que por determinação federal os municípios com remanescentes de quilombos recebem mais verbas para a manutenção de políticas específicas nas áreas de saúde e educação. Em lugar disso, a cada dia recebemos um ataque novo. Sofremos situações de injustiças ambientais e ameaças de agressões e coisas piores”, afirma Ana Silva.

 

A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) informou executará obras de pavimentação de 1.174,00m da via existente e implantará uma alça de acesso à Via Metropolitana, com extensão de 318m no entorno do Hospital Metropolitano, em Lauro de Freitas. “A empresa CAVA Engenharia de Infraestrutura LTDA., contratada pela Seinfra para realizar os trabalhos preparatórios à desapropriação, agride os interesses da comunidade com invasões, ameaças e tudo o mais que possa aterrorizar a comunidade”, avalia a liderança comunitária.

 

Ana Silva conclui afirmando que “a comunidade do Quilombo Quingoma convida as entidades representativas, partidos políticos e ativistas em geral a participarem das manifestações da forma que for possível. Se puder, que seja presencial, quem não puder, solicitamos notas de apoio, uso da rede social e outras. Vamos mostrar que não estamos sós. Aguardamos a participação nesta sexta-feira, dia 26, às 10 horas. A defesa do meio ambiente e dos povos originários deve ser uma luta que unifique todas e todos”.