Bahia

MEMÓRIA DE SERRINHA: JORNAL ACEC EXIGE ENERGIA PARA CIDADE EM 1955

Coleção do jornal do ACEC está à disposição dos leitores no Museu Pró-Memória sob os cuidados de Edmundo Bacelar
Tasso Franco , da redação em Salvador | 14/12/2019 às 12:53
O ACEC
Foto: DIV
   Pelo período de 8 meses, uma vez a cada 30 dias, em Serrinha, a Associação Cultural Euclides da Cunha (ACEC) quando ainda era mais cultural do que esportiva, embora o ACEC time de futebol já existisse, foi editado um jornal a frente como diretor principal Antonio Cezar Paes Campos e que tinha, entre os colaboradores, Bilton Cunha e sua irmã Ivone Cunha, Braulio Franco, Gilberto Nery, José Luis de Melo, Fernando Queiroz, professora Isaltina Ventura e outros.

   Faço esse registro para mostrar a importância que teve a imprensa escrita em Serrinha entre os anos 1910 e 1970. Foram 60 anos de predomínio desse meio de comunicação e dos panfletos, a chamada rede panfletária, só quebrado com a chegada das emissoras de rádio nos anos 1970.

  No jornal do ACEC os artigos eram mais literários embora também tratassem de assuntos da cidade. Num deles, carta aberta ao prefeito, assinada por Fernando Queiroz, diz: "A Princeza dos Taboleiros, a majestosa Princeza dos Taboleiros que deslumbrou os olhos do grande Ruy Barbosa na segunda década do século atual, está agora desfalecida em seus braços. Sr Prefeito, na véspera de sua ascensão ao poder, os últimos clarões do seu olhar anuviaram-se, quando o derradeiro motor de iluminação, espudiamente sobrecarregado e maltratado, deixou de espalhar no silêncio das noites tropicais o rumor soturno".

  O artigo foi de abril de 1955 e o prefeito que iria assumir era Horiosvaldo Bispo dos Santos, o Lourinho. Serrinha tinha feito uma campanha cívica (a partir de 1930) para comprar motores diesel que geravam energia para os postes de luzes da cidade, mas, a essa altura, estavas obsoletos e imprestáveis. A energia elétrica da Hidrelétrica de Bananeiras só chegou na cidade a partir de 1961.